As pesquisas eleitorais em LEM refletem a opinião de menos de 40% dos eleitores

Charge: Sinfrônio
Charge: Sinfrônio

 Nas pesquisas eleitorais de uns e outros candidatos, em Luís Eduardo Magalhães, alguns subiram bem, outros estão estagnados, outros perderam até 7 pontos percentuais em 30 dias.

Mas a verdade é que o campeão de indicações de voto, em todas as pesquisas, é o tal Nulo Branco Não Sei da Silva.

Mais de 60% do eleitorado ainda não escolheu o seu candidato, não conhece os postulantes e quando estimulado oralmente repete sempre o último nome dito pelo pesquisador. Esse é o recurso usado para os analfabetos ou para aqueles que têm dificuldade de ler o disco de pesquisa.

Está tudo certo: a campanha ainda não começou, a grande maioria dos eleitores é de analfabetos funcionais e só depois que iniciar a propaganda eleitoral é que os munícipes ficarão mais seguros.

O recurso forte de marketing eleitoral ainda é o boca-a-boca e a visita dos candidatos aos seus eleitores.

A Região Nordeste manteve-se com a taxa de analfabetismo funcional mais alta no País, 27,7% em 2013 e 27,1% em 2014. No entanto, na Bahia, há uma década, ela passava de 50% entre analfabetos e analfabetos funcionais, aqueles com 4 anos de estudo que tinham dificuldade para ler e escrever.

Por isso candidatos a vereadores, cabos eleitorais e os próprios candidatos a majoritária precisam trabalhar muito. Além de convencer os eleitores, precisam estar certificados que eles não anularão o voto no dia da eleição, por inexperiência com a urna eletrônica.

Escrever corretamente não é uma opção.

O texto abaixo faz parte do apresentação do livro “Português para convencer”, de Cláudio Moreno — doutor em Letras e mestre em Língua Portuguesa — e Túlio Martins — juiz de Direito e jornalista:

“Um lingüista um tanto irônico afirmou que as pessoas se dividem em dois grupos básicos, no que se refere ao domínio de seu idioma: os despreocupados e os aflitos. Os primeiros não têm consciência da linguagem que utilizam, ao passo que os outros, numa atenção constante, jamais deixam de se preocupar com a correção e a exatidão da língua que usam, consultando o dicionário e a gramática à menor dúvida que venham a ter.

Ao escolher uma profissão dentro do mundo jurídico, a pessoa se coloca automaticamente no grupo dos aflitos. Em Direito, você sabe, a linguagem é tudo. Ela é o único instrumento de que dispõe o advogado para tentar convencer, refutar, atacar ou defender-se, e é por meio dela que se concretizam as leis, as sentenças ou as mais ínfimas cláusulas de um contrato. É com a linguagem que os atores da cena judiciária pedem, respondem, explicam, narram, opinam, decidem. E não seria exagero afirmar que, sem linguagem, não há nem justiça, nem Direito.”

Escrever corretamente não é uma opção. É uma obrigação. Principalmente para advogados, jornalistas e homens públicos. Pior se vai assinar um documento oficial ou uma ata. Que Deus se apiede dos despreocupados!