A Justiça Federal condenou o ex-deputado André Vargas (ex-PT/PR) a 14 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro supostamente desviado de contratos de publicidade da Caixa Econômica Federal. É o primeiro político condenado na Operação Lava Jato. Segundo sentença do juiz federal Sérgio Moro, o ex-parlamentar ‘recebeu propina não só no exercício do mandato de deputado federal, mas também da função de vice-presidente da Câmara dos Deputados, entre os anos de 2011 a 2014, período em que praticou a maior parte dos fatos criminosos’.
Também foram condenados o publicitário Ricardo Hoffmann 12 anos e dez meses – e o irmão do ex-deputado , Leon Denis Vargas Ilário, 11 anos e quaro meses.
O bobalhão do punho fechado vai perder a barrigona indecorosa com o “grude” da prisão.
Na foto, obviamente vazada na internet pelos tucanos, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o quase ex-deputado André Vargas. Seriam dois “labogentos” firmando um pacto ou apenas sócios remidos da Lavanderia Brasil, principal empreendimento do doleiro Alberto Youssef. O Laboratório Labogen firmou convênios no mínimo suspeitos com o Ministério da Saúde. Como seu principal cabo eleitoral, Lulalá da Silva, Padilha disse que não sabia e não conhecia.
Deputado federal pelo Paraná e vice-presidente licenciado da Câmara dos Deputados, o petista André Vargas não está disposto a seguir o caminho que leva ao matadouro sem luta. Depois de muitos serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores, Vargas está revoltado com a forma como vem sendo tratado pelos companheiros de legenda. Aos amigos o parlamentar tem dito que exigirá que lideranças do partido demonstrem solidariedade publicamente.
“Estou sendo tratado como se fosse o único pecador em meio a uma legenda angelical de querubins e serafins”, desabafou o deputado a um amigo. André Vargas, que já foi secretário nacional de Comunicação do PT e, nessa posição, prestou muitos serviços (sujos) a deputados, senadores e cartolas do partido, que hoje o apedrejam, tem muita munição e já dá sinais que não deixará a sua degola avançar de forma impune: “Me aguardem”, tem declarado o petista.
Narizinho em maus lençóis
A indignação maior de André Vargas é com a incompetente senadora Gleisi Hoffmann, de quem é o coordenador da campanha ao governo do Paraná, e Paulo Bernardo da Silva, atual ministro das Comunicações e marido da ex-chefe da Casa Civil. O ainda deputado petista foi coordenador da campanha de Paulo Bernardo à Câmara Federal.
O que mais revolta Vargas é que por comandar a campanha de Paulo Bernardo, em 1998, acabou como alvo de conturbado processo judicial por lavagem de dinheiro. Coincidência ou não, o dono da lavanderia financeira da época era Alberto Youssef, doleiro preso recentemente pela Polícia Federal na esteira da Operação Lava Jato. “Agora esses dois (Bernardo e Gleisi) estão fingindo que não me conhecem. Se for preciso vou refrescar a memória deles”, afirmou.
Não é só a falta de solidariedade que tem deixado André Vargas indignado. Ele identificou inúmeros sinais de que seu calvário político resultou do chamado “fogo amigo”. Identificado com o “volta Lula”, Vargas teria se tornado um alvo para setores do PT leais à presidente Dilma Rousseff. A ideia dos palacianos era detoná-lo como um exemplo do que os demais filiados ao partido não deveriam fazer. O que os autores da operação não contavam era com a dimensão do escândalo, que acabou se voltando contra todo o PT e a própria Dilma.
Também não contavam com a reação de André Vargas. Encurralado e sem nada a perder, transformado em pária político e vendo-se obrigado a mandar pelos ares a carreira política, o deputado petista é uma ode ao perigo. Correndo o risco de ser condenado por corrupção e acabar no Complexo Penitenciário da Papuda, com direito a erguer o punho cerrado, Vargas não descarta a possibilidade de se transformar em mais um homem-bomba dentro do PT. Ele sabe demais e tem pouca estrutura psicológica para suportar silenciosamente a pressão decorrente de rumoroso escândalo de corrupção. Do site Ucho.Info
A guerra sem quartel entre lulistas e dilmistas ainda nem começou. Como nos tempos da ditadura coexistiam os partidos ARENA 1 e ARENA 2, hoje, entre os diversos partidos dentro do PT, alguns se alinharam com Dilma e outros com Lula. O justiçamento dos corruptos pode alcançar também membros dos 18 partidos que apoiam o Governo.
André Vargas, o deputado do PT que fez aquela palhaçada na Mesa Diretora da Câmara, quando da presença do presidente do STF, Joaquim Barbosa, na Casa, foi flagrado passeando no jatinho do doleiro do mensalão, Alberto Youssef.
A explicação: “Eu não sabia que ele era um doleiro”.
Está tudo bem deputado. Aceito a explicação. O problema é que a minha avó está viajando da Bahia para Brasília, na sua bicicletinha, para lhe pedir explicações.
Perto de Joaquim Barbosa, vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR) faz gesto que marcou prisão de petistas. (via Folha Poder) Foto: Sérgio Lima/Folhapress.
Se a democracia é feita por gente dessa estirpe, passo a defender o absolutismo.