O empresário Dó Miguel, de Barreiras, que já deixou claro que vai se apresentar como uma terceira via na vida política da cidade, representando principalmente aquela parcela da população que pensa, está, como todo barreirense, indignado com o fato do trânsito da BR 242 ser obrigado a passar por dentro das ruas estreitas da cidade. Neste artigo, ele questiona o assunto, agravado que foi pela morte de barreirenses no trânsito:
“Diversas famílias de Barreiras ao longo dos anos enfrentaram o sofrimento de ter um ente querido morto em acidente provocado pelo grande fluxo de veículos pesados que atravessam o Centro da cidade.
Nas últimas semanas, em menos de 72 horas, três famílias perderam parentes em condições trágicas. O motivo: o mesmo. Acidente com veículos pesados nas principais avenidas de Barreiras. As vítimas, em sua maioria, são pessoas humildes que se deslocavam dos seus bairros para o local de trabalho, às vezes de bicicleta, às vezes andando ou pilotando uma moto Biz. Foram arrastados para a morte no momento em que iam defender o pão de suas famílias. Além da dor e da saudade fica também uma sensação de desamparo.
Estas sucessões de tragédias poderiam ser evitadas se uma simples providência tivesse sido tomada: o funcionamento efetivo do tão falado anel viário de Barreiras. A obra iniciada há mais de 15 anos, se arrastou a passos de tartaruga e agora que finalmente foi concluída não é inaugurada e nem utilizada como deveria ser, para desviar o tráfego pesado do Centro de Barreiras, e, assim, evitar que novas mortes ocorram.
Entendo que hoje, devido ao crescimento de Barreiras, o funcionamento pleno do anel viário seria apenas um paliativo, já que as carretas continuariam passando por dentro da cidade, atravessando as confluências da Vila Rica com o bairro São Pedro, Vila dos Funcionários e Vila Amorim, mas, ainda assim, diminuiria o impacto e desafogaria o trânsito, enquanto se buscasse soluções técnicas adequadas para resolver definitivamente o problema.
Da forma que foi construído, o anel viário precisa, para funcionar, de algumas intervenções que podem ser feitas com rapidez, dependendo apenas da agilidade e da boa vontade dos poderes públicos: municipal, estadual e federal, para que se faça uma rotatória na BR 242, no acesso a estrada de Angical, uma melhoria na camada asfáltica e duplicação da via que vai da entrada para Angical até a ponte do anel viário, e uma rotatória, no outro extremo, na BR 135. Fazendo-se acompanhar de sinalização horizontal e vertical, com advertência de trânsito de pedestres, limite de velocidade, faixas para pedestre, semáforos, redutores de velocidade, radar eletrônico, guard rail, além de passarelas para possibilitar o cruzamento com segurança da BR 135 a altura das Vilas Amorim, dos Funcionários e Vila Rica, proporcionando segurança tanto aos motoristas quanto à população daquela área.
Essas intervenções não demandam altas somas em dinheiro. Basta querer fazer. O que não sabemos é porque não se faz? E enquanto tantas mortes acontecem, os poderes constituídos não se movimentam para tomar essas medidas.
Um dos fundamentos da gestão pública é preservar a vida, proporcionando bem estar à população. O trânsito de Barreiras é um dos fatores que contribui para piorar a níveis insuportáveis a qualidade de vida dos moradores. Soluções existem, se o assunto for tratado com a seriedade que merece, com profissionais competentes e com uma gestão comprometida em oferecer aos munícipes uma cidade melhor para se viver.
Finalizo, solidarizando-me com todas as famílias que perderam parentes; vítimas de acidentes provocados pelo tráfego pesado de Barreiras. Apesar da dor não se pode perder a fé e a esperança. Sem isso o ser humano não sobrevive.
*Dó Miguel é empreendedor, formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Bahia – UFBA.