Hoje “O Globo” revela o destino dado ao corpo do ex-deputado petebista Rubens Paiva, preso em casa e morto pelas forças de repressão do regime em 1971. Um coronel reformado, hoje com 76 anos, na condição de anonimato, contou ao repórter que o corpo ensacado de Paiva foi retirado da praia do Recreio dos Bandeirantes e levado ao Iate Clube para ser lançado ao mar.
Quanto ao autor e às circunstâncias em que se deu o crime, o coronel disse não saber. Questionado se se arrependia, ele afirmou que faria tudo novamente. “Tenho 76 anos, mas ainda posso dar instrução aos mais jovens.” E explicou porque os militares, não só do Brasil, mas no Chile, Uruguai, Argentina, desapareciam com os corpos dos inimigos: “Quando um companheiro morre, o guerrilheiro lamenta, mas acaba esquecendo. Não é como o desaparecimento, que gera uma expectativa eterna”.
“Com declarações como essa, não há ferida que feche”, diz o ex-deputado Roberto Jefferson, o delator do Mensalão, preso recentemente.


