República do Roscovo ameaçada: arroz deve subir 30% na safra.

A nova safra de arroz deve ser colhida durante o mês de março e chegar ao mercado já com um novo patamar de preços. Segundo o presidente da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul), Alexandre Velho, o grão deve registrar aumento entre 20 e 30% nas prateleiras dos supermercados já no final de fevereiro.

Entre os motivos para este reajuste estão a diminuição na área cultivada, que caiu 250 mil hectares nos últimos 5 anos, ficando em 940 mil hectares para esta safra, e o aumento nas exportações brasileiras, que encerraram 2019 maiores do que 1,4 milhões de toneladas, antes expectativa de 900 mil toneladas no início do ano passado.

Velho destaca que em 2019 o Brasil registrou o primeiro embarque de arroz para o México, e também exportou para o Iraque e Estados Unidos, impulsionado pela alta do câmbio, conjuntura internacional e quebra da safra americana.

Para 2020 a expectativa é ampliar e fortalecer os laços com as empresas mexicanas e seguir buscando novos destinados para o grão brasileiro.

Do Notícias Agrícolas, editado.

Governo intervém com decisão no mercado interno do arroz.

Sem conseguir obter até agora os resultados esperados com o apoio ao setor, o governo anunciou nesta segunda-feira (27/06) a ampliação das medidas para recuperar o valor pago aos produtores pelo arroz, um dos poucos alimentos de grande consumo que não pegaram carona no momento de alta dos preços das commodities agrícolas. A meta é incluir nos estoques públicos todo o excedente produzido e ainda aumentar as exportações em 600 mil toneladas, criando um déficit de 592 mil toneladas. 
“O foco do governo é enxugar esse produto do mercado. Quanto mais dificuldade [o mercado] tiver para encontrar o produto para comprar, mais rápido os preços vão subir”, afirmou o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, durante entrevista no Ministério da Agricultura. Atualmente, o rizicultor está vendendo a saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul por cerca de R$ 19, enquanto o preço mínimo estabelecido pelo governo é de R$ 25,80. 
Dados apontam que o estoque final de arroz ao final da safra 2010/2011 será de 2,498 milhões de toneladas, sendo que 1,1 milhão de toneladas já faz parte dos estoques públicos. Este ano, foram feitos leilões de contratos públicos de opção de venda para 520 mil toneladas e autorizada a aquisição direta de 360 mil toneladas pelo governo. Hoje, o governo anunciou que fará leilões de contratos públicos de opção de venda para mais 500 mil toneladas. 
Com essas medidas, os estoques de arroz em armazéns oficiais pode chegar a 2,48 milhões de toneladas, restando 18 mil toneladas do cereal no mercado. O governo conta, no entanto, que conseguirá apoiar a exportação de mais de 600 mil toneladas, além das 900 mil toneladas previstas no início da safra, gerando, assim, um déficit de 592 mil toneladas de arroz no mercado brasileiro. Para incentivar as exportações, foram anunciados leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) para até 500 mil toneladas.

Gaúchos querem fabricar álcool de arroz.

Colheita do arroz em uma lavoura do municipio de Camaqua, no Estado do RS. FOTO: Jefferson Bernardes / Preview.com

Cientistas gaúchos, da Agência de Desenvolvimento da cidade fronteiriça de São Borja, estão desenvolvendo projeto para o estudo da produção de álcool de arroz.  O arroz bem encontrando preços baixos há muitos anos e o Estado tem considerável estoque do produto. Segundo os técnicos, uma tonelada de arroz é suficiente para a fabricação de cerca de 420 litros de etanol. O trabalho que será realizado com a Agência de Desenvolvimento de São Borja prevê o levantamento de produções entre 50 milhões e 400 milhões de litros.
A fabricação de etanol do amido é uma tecnologia difundida no mundo, sendo responsável por um volume de produção maior do que a cana-de-açúcar. “Em termos tecnológicos não há o menor problema. A Rússia, por exemplo, faz álcool de trigo”, apontam.. No caso do arroz, o emprego do cereal para a fabricação de álcool pode ser observado no Japão.
Sobre o argumento que o uso do arroz na produção de etanol diminuiria a oferta na área de alimentos, técnicos respondem que a demanda desse segmento deve cair com o aumento da renda de populações de países como China e Índia. Esse cenário está fazendo com que o consumidor dessas nações migre para itens como trigo e carnes. Outro ponto destacado é que a mesma questão foi discutida quanto à destinação da soja para o biodiesel e hoje há um mercado consolidado desse combustível.

Se faltar tecnologia, é só contratar alguns dos detidos dos principais presídios brasileiros, onde se fabrica álcool, em larga escala, com o arroz que sobra das marmitas.

Preços em alta

A relação produção/consumo de milho nos Estados Unidos deve ficar pendurada em alguma coisa próxima de 6%. Isso significa que não serão conseguidos estoques estratégicos de relevância. No Brasil, a redução do plantio é grande e as cotações continuam subindo. Depois de vender por preços simbólicos o seu produto – cerca de 9 reais a saca de 60 quilos – os produtores abandonam o cultivo do cereal, deixando sua decisão de plantio para a safrinha. Sei não, mas acabou um ciclo de comida muito barata no País. Carne, feijão, trigo, frango e arroz devem ter preços bastante alterados nos próximos meses.