Dino aponta continuação do orçamento secreto “mesmo com a troca na presidência da Câmara”

Hugo Motta, também conhecido como Hugo Moita, continuou favorecendo as maracutaias e negociatas da Câmara após a saída do inoxidável Arthur Lira.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino afirmou, em decisão tornada pública nesta sexta-feira (12), que há fortes indícios de que o chamado “orçamento secreto” continua operando na Câmara dos Deputados, mesmo após a mudança no comando da Casa.

Segundo o Magistrado, os elementos reunidos pela investigação apontam para a permanência de um esquema de direcionamento irregular de emendas parlamentares, em desacordo com decisões anteriores da Corte que declararam a inconstitucionalidade desse mecanismo.

A decisão, tomada no âmbito de uma representação da Polícia Federal, tem como base um conjunto amplo de depoimentos, documentos e dados telemáticos analisados pelo STF. No despacho, Flávio Dino destaca que as provas indicam a atuação continuada de Mariângela Fialek, conhecida como “Tuca”, ex-assessora do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), como figura central na operacionalização das emendas, inclusive após a posse de Hugo Motta (Republicanos-PB) na presidência da Casa .

De acordo com o ministro, os elementos colhidos ao longo da apuração revelam que a servidora “permaneceu no exercício da função” relacionada ao controle e à organização das emendas, mesmo com a troca de comando na Câmara. Para Dino, esse dado é especialmente relevante porque sugere a continuidade de práticas consideradas ilegais pelo STF, contrariando o processo de reconstitucionalização das emendas parlamentares determinado no julgamento da ADPF 854.

A investigação reúne depoimentos de parlamentares de diferentes partidos, entre eles os deputados Glauber Braga (Psol-RJ), José Rocha (União Brasil-BA), Adriana Ventura (Novo-SP) e Fernando Marangoni (União Brasil-SP), além do senador Cleitinho (Republicanos-MG). Em comum, os relatos descrevem um modelo centralizado de distribuição de recursos, com envio de listas de emendas sem identificação clara de autores, beneficiários ou critérios objetivos. Em um dos trechos destacados na decisão, o ministro resume que há “indícios extremamente robustos de que não só a Câmara dos Deputados continua o processo de esguio às decisões do STF, como de que a Representada [Mariângela Fialek] mantém um papel relevante nesse processo, mesmo com a troca na presidência da Câmara”.

Os depoimentos também apontam para a concentração de grandes volumes de recursos em determinados estados e municípios, notadamente em Alagoas, reduto político de Arthur Lira. Segundo as investigações, parte dessas emendas teria sido direcionada por comissões temáticas que sequer contavam com parlamentares do estado beneficiado, o que, na avaliação do relator, reforça a suspeita de interferência indevida da antiga cúpula da Câmara na alocação dos recursos.

Além das oitivas, a Polícia Federal obteve autorização judicial para a quebra de sigilo de dados telemáticos de Mariângela Fialek. A análise desse material, segundo Flávio Dino, confirmou que a investigada exerceu, por um longo período, papel estratégico no controle do orçamento secreto, desde a fase das chamadas emendas de relator até as atuais emendas de comissão. O ministro ressalta que os registros demonstram uma atuação “contínua, sistemática e estruturada” na gestão desses recursos, com pouca ou nenhuma transparência.

Com base nesse conjunto probatório, Dino autorizou medidas cautelares de busca e apreensão em endereços ligados à investigada, bem como a quebra de sigilo de dados telefônicos e telemáticos. Ele também determinou o afastamento de Mariângela Fialek de qualquer atividade relacionada à proposição, tramitação ou destinação de emendas parlamentares na Câmara dos Deputados, até a conclusão das investigações.

Por Guilherme Levorato, do Brasil 247, editado.

Lira garante instalação da CPI contra Moro após coleta de assinaturas por Teixeira.

Por redação Urbs Magna.

Lira garante instalação da CPI contra Moro após coleta de assinaturas por Teixeira

A informação é do portal de notícias O Antagonista que, por ser defensor da Lava Jato e do ex-juiz, há quem diga que foi iniciada a contagem regressiva para a sua queda

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) , garantiu a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigação dos movimentos do ex-juiz Sergio Moro em relação à empresa americana de serviços de gerenciamento de recuperação e melhoria de desempenho, a Alvarez & Marsal, que tem como clientes grandes empresas de alto perfil.

Lira só aguarda a coleta das 171 assinaturas necessárias pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que afirmou hoje que seriam necessárias apenas mais 30, uma vez que a base da esquerda já somariam 141 endossos.

A informação é do portal de notícias O Antagonista que, por ser defensor da Lava Jato e do ex-juiz, alguns concluem que foi iniciada a contagem regressiva para a sua queda.

As assinaturas faltantes seriam justamente as da base de apoio ao governo Bolsonaro, que mostrou-se favorável à investigação contra o ex-ministro do presidente.

Prova disso é que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) aplaudiu a sugestão do Partido dos Trabalhadores para a criação da comissão que investigará a atuação de Sergio Moro na empresa americana.

Em grupo de WhatsApp, Nogueira postou a matéria divulgada por Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo, com uma imagem de mão aplaudindo, mostrado no site com nitidez.

O TCU não conseguiu acesso à remuneração paga pela Alvarez & Marsal a Moro, durante os 10 meses de consultoria, disse O Antagonista acrescentando que o tribunal não tem jurisdição sobre contratos privados sem o envolvimento de recursos públicos.

O portal informou também que a CPI não se limitará ao contrato de Moro com a Alvarez & Marsal, mas teria um outro objetivo de usar as informações do advogado Rodrigo Tacla Duran para avançar sobre o escritório de advocacia de Rosângela Moro, quebrando o sigilo bancário, telefônico e telemático dela, do sócio Carlos Zucolotto e de parceiros, tudo com apoio jurídico do grupo de advogados Prerrogativas.

O Antagonista diz ainda que há expectativa de que a CPI dure quatro meses e, depois, o caso seja encaminhado à PGR para denunciar Moro, torná-lo réu e, até mesmo, decretar sua prisão.

Lira manipulou sistema de votação da PEC dos Precatórios, diz jornal.

Um grande escândalo no Parlamento: a lista com nomes de oito deputados em “missão oficial” apresentou inconsistências. Lira não respondeu aos questionamentos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teria manipulado o sistema de votação da PEC dos Precatórios para que a proposta fosse mais facilmente aprovada. A manobra seria utilizar ausência de oito parlamentares, que não necessariamente estavam em agendas, mas que puderam votar. A informação de que o documento também apresenta erros é do jornal Folha de S. Paulo.

Além de omitir a informação por mais de 30 dias, Lira rejeitou o pedido da Folha que pedia acesso aos nomes, por Lei de Acesso à Informação, contrariando o princípio constitucional da transparência. Segundo a apuração, a lista teria vindo com um possível erro e uma suposta indicação de votos irregulares nas votações dos deputados no primeiro turno.

Um dos deputados com nome na lista, Zé Silva (Solidariedade-MG) chegou a confirmar ao jornal que as informações apresentadas pelo presidente da Casa não batiam. Ele teve o nome incluído na lista, dando a entender que votaria a distância porque estaria em “missão oficial” no dia da votação, 4 de novembro. O parlamentar, no entanto viajou apenas dois dias depois.

Mesmo estando em Minas Gerais, ao lado do governador Romeu Zema (Novo), no dia da apreciação, Silva votou a favor da PEC dos Precatórios.

Outro parlamentar que não estava em “missão oficial” – única lacuna que seria permitido o voto remoto –, mas foi colocado como votante remoto pela tal missão, Josué Bengston (PTB-PA) estava em Brasília e votou a proposta presencialmente.

Os deputados que também votaram a favor da PEC, Marco Feliciano (PL-SP) e Abílio Santana (PL-BA) não deram uma resposta concreta à reportagem. Feliciano estaria “voltando de uma missão oficial”, mas estava em São Paulo e votou à distância, já Abílio não deu retorno.

Os deputados Alceu Moreira (MDB-RS​), Carlos Veras (PT-PE), Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP) também foram declarados em “missão oficial”, segundo o documento, mas votaram contra.

A assessoria de comunicação do presidente Lira foi contatada, mas não deu resposta sobre as inconsistências da lista.

Da redação do Metrópoles, com informações da Folha.

Bolsonaro elege Presidente da Câmara e só ele sabe quanto isso pode lhe custar.

O presidente Jair Bolsonaro e seus R$20 bilhões, amparado por Aécio Neves, Eduardo Cunha e ACM Neto, elegeram ontem Arthur Lira do PP de Alagoas, para a presidência da Câmara Federal.

Primeira providência do novo presidente: numa penada, anulou a eleição da Mesa Diretora e amanhã vai formar uma chapa com gente mais chegada.

A decisão polêmica não ficará assim: prejudicados já decidiram entrar no STF contra a decisão arbitrária.

Lira resolveu também desmanchar o bloco formado por Baleia Rossi, não reconhecendo-o como frente parlamentar na Câmara, uma maneira de dividir para governar.

Não sei não, mas a eleição da velha raposa, de cauda peluda, vai trazer problemas para Bolsonaro na primeira divergência.

O Presidente da República, conhecedor dos meandros da Câmara e seus 300 picaretas (302 na verdade), sabe que vai se tornar refém de Lira e dos seus apoiadores. Essa turma quer dinheiro e poder e vão exigir, todo o dia, mais e mais de Jair.

Duvido que eles queiram chegar em 2022 apenas como “chorus line” de Bolsonaro. Virão para o Centro do palco, como protagonistas, e criarão a maior diversidade de problemas para a república fundamentalista-miliciana de Bozoró.

44% da bancada do PP na Câmara tem ‘folha corrida’.

O jornalista Augusto Nunes, da Veja, diz que o ministro Mario Negromonte tem razão quando disse que a bancada do PP deveria evitar a luta pelo poder entre seus membros, para evitar colocar as vísceras de todos ao sol.

“Em briga de família morre todo mundo”, diz Negromonte.

Citando o Globo, Nunes, diz que a edição desta sexta-feira, mostra que dos 41 integrantes da bancada do PP na Câmara, 18 respondem ou responderam a algum processo na Justiça por irregularidades. Outros 19 nomes são acusados de ilicitudes variadas, informa um levantamento da ONG Tranparência Brasil. Confira abaixo a turma da folha corrida.

PARLAMENTARES COM ‘FOLHA CORRIDA’

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
Responde a dois inquéritos no Superior Tribunal Federal (STF) e no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB), além de carregar nos ombros 10 ações de execução fiscal e uma notícia-crime.

Aline Corrêa (PP-SP)
É investigada em ação penal no STF por falsificação do selo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Arthur Lira (PP-AL)
Responde por crimes contra a administração pública e improbidade administrativa. Foi acusado de envolvimento em desvio de dinheiro da Assembléia Legislativa de Alagoas.

Beto Mansur (PP-SP)
Foi autuado por trabalho escravo e condenado por usar recursos públicos para promoção pessoal. Responde a pelo menos 35 processos por irregularidades em licitações em Santos, onde foi prefeito.

Carlos Magno (PP-RO)
Acionado pelo Ministério Público por peculato e acusado de usar material e trabalhadores de uma obra pública em uma obra particular sua. Respondeu por desvios de recursos da Assembléia Legislativa de Rondônia.

Carlos Souza (PP-AM)
Já foi autuado por trabalho escravo e responde a inquéritos no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) por tráfico e uso de drogas.

Dirceu Sperafico (PP-PR)
Enfrenta ação penal por crime contra o patrimônio e apropriação indébita.

Dimas Fabiano (PP-MG)
É alvo de uma ação de execução fiscal e uma ação penal no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

Esperidião Amin (PP-SC)
Responde a nove ações civis públicas por danos aos cofres públicos e improbidade administrativa no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC). Já foi condenado a devolver dinheiro às Centrais Elétricas do estado e está recorrendo.

João Pizzolatti (PP-SC)
Condenado a devolver dinheiro público em Pomerode, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamentos de multas e proibição de contratar com o poder público e receber benefícios ou incentivod fiscais ou creditícios. Está recorrendo.

José Linhares (PP-CE)
No STF, consta como indiciado em inquérito (não especificado).

José Otávio Germano (PP-RS)
Alvo de inquérito no STF por peculato. É investigado por desvios e fraudes em licitações no Rio Grande do Sul. Teve bens bloqueados pela Justiça.

Luiz Argôlo (PP-BA)
Responde a vários inquéritos por uso de documento falso, captação ilícita de votos e corrupção eleitoral.

Paulo Maluf (PP-SP)
É alvo de ações penais diversas por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica, além de inúmeras ações civis públicas. Figura na Lista Vermelha da Interpol, ao lado dos 290 bandidos mais procurados do mundo.

Renato Molling (PP-RS)
Responde a duas ações civis públicas (não especificado).

Roberto Balestra (PP-GO)
Processado por danos ao erário na Justiça de Goiás.

Roberto Britto (PP-BA)
É alvo de ação penal por captação ilícita de votos na Bahia.

Roberto Dorner (PP-MT)
Processado pelo Ministério Público Estadual do Mato Grosso por danos ambientais. Em Marcelândia, é processado por crime ambiental.