Incra mostra que assentados têm poucas condições de educação e produção.

Informações não oficiais dão conta que dos 400 assentamentos do INCRA na Bahia, menos de 10 são auto-suficientes. Agora, levantamento divulgado pelo próprio Incra mostra a real situação do dia a dia dos assentados.

Assistência social, saúde e infraestrutura

43% dos assentados baianos consideram o acesso a hospitais e postos de saúde como “ruim/péssimo”;

23% consideram a atuação do Programa Saúde da Família como “ruim/péssimo”;

26% consideram a quantidade de cômodos das casas como “ruim/péssima”;

36,3% dos assentados na Bahia não tem acesso à agua. Entre os que tem, 28% consideram a água “ruim/péssima”;

21,9% não tem acesso à energia;

Uma em cada cinco, considera a qualidade do acesso à energia elétrica com “ruim/péssimo”.

somente 0,38% tem acesso à rede de esgoto.

69,98% consideram as vias de acesso -ramais vicinais e estradas – como “ruim/péssimo”.

Comunicação e inclusão digital

0% tem acesso a internet; 0,26% tem computador. Em compensação, 13% tem automóvel.

Produção e cuidados ambientais

Também na área de produção e meio ambiente as condições dos produtores não são as melhores. Apenas 18% fazem adubação verde; 1% fazem curvas de nível; 27% fazem rotações de culturas; 7% fazem recuperação de áreas degradadas; 10% fazem controle alternativo de pragas e doenças; 3% implantam agroflorestas; 5% fazem projetos de educação ambiental; 0,38% fazem cordões de vegetação em nível;
25% fazem pousio.

Além disso, 12% tem problema com poluição da água; 10% tem problemas com depósitos de lixos; 33% tem problemas com desmatamento; 37% tem problemas com queimadas; 17% considera a fertilidade do lote como “ruim/péssima”.

Extensão rural é uma ação que também está comprometida nos assentamentos: 38.89% dos assentados considera “ruim/péssimo” o nível de conhecimento de técnicas de produção; 52% tem acesso ao Pronaf e 43.77% considera a comercialização como “ruim/péssima”;

Na educação, setor de responsabilidade direta dos órgãos governamentais, a situação dos assentados refletem as mesmas das cidades:

18% dos assentados baianos são analfabetos;

65% tem entre a primeira e a nona série;

6,8% tem ensino médio completo;

0,33% tem ensino superior;

86,3% das crianças estão matriculadas;

55% avaliam a qualidade e a quantidade dos professores como boa.

Por Cassiano Sampaio, editor em Brasília.