Agricultores pedem extinção da contribuição do Funrural durante Bahia Farm Show

Imagem da Editora Jotagê

A cobrança do Imposto “previdenciário” sobre o volume total da produção pode comprometer até 25% da rentabilidade média das lavouras. Pior: a cobrança de cinco de “atrasados”, mesmo que financiada pelo Governo Federal, agrava ainda mais essa situação: o passivo pode atingir R$ 7 bilhões, os quais seriam confiscados de toda a cadeia produtiva.

Questionado pelos produtores rurais desde 1996, o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) foi debatido no auditório da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães, na manhã deste sábado (03). Os agricultores pedem que o Supremo Tribunal Federal (STF) reavalie o posicionamento ao tornar a cobrança da taxa inconstitucional. O advogado Jeferson Rocha, que defende os agricultores na causa, expôs a problemática jurídico-política aos agricultores presentes na feira agrícola. Enquanto o produtor rural paga até 3% sobre o bruto da comercialização patronal, o comerciante paga uma contribuição patronal de 20% sobre a folha de salários.

“A cobrança do Funrural fere o princípio da isonomia, que é a igualdade garantida na Constituição. Nesta lógica de cobrança, agricultor acaba pagando muito mais que o contribuinte urbano. Só queremos ser tratados de forma justa e com igualdade”, salienta.

No âmbito jurídico há uma intensa discussão sobre a constitucionalidade da contribuição. Segundo o advogado, o posicionamento do STF, que antes era contra a cobrança do imposto, mudou por conta de interferência do governo, que não deseja perder essa fonte de arrecadação.

“Colocamos isso em juízo, ganhamos por onze a zero em duas oportunidades: 2010 e 2011. Mas para a nossa surpresa, a Suprema Corte deu uma guinada, numa votação de seis a cinco, graças a uma pressão política. E, agora, a Receita Federal quer cobrar por este período que não houve o recolhimento da contribuição. É uma diferença que coloca em risco a segurança alimentar e quebra o princípio da confiança e da segurança jurídica”, afirma ele, ao esclarecer que serão utilizados todos os recursos jurídicos para reverter essa situação.

O agricultor, Francisco Xavier Burg, falou sobre outro problema, a cobrança retroativa da contribuição ao Funrural pelo período em que não houve o recolhimento – entre 2010 e o início de 2017. Segundo especialistas do setor, esta situação pode gerar um passivo superior a R$ 7 bilhões no agronegócio brasileiro:

“Eles querem cobrar o retroativo, desde que o imposto deixou de ser pago por conta do entendimento do Supremo de que o Funrural é inconstitucional. Agora o próprio Supremo votou a favor da cobrança. Esse imposto sempre foi um problema porque é uma carga que não tem como o produtor suportar”, reclama.

Um grande número de produtores demonstrou, durante a palestra, a insatisfação com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A entidade foi favorável à cobrança da taxa e, em nota, defendeu que “uma alíquota incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção é a maneira mais justa e vantajosa para a maior parte da produção rural brasileira”, numa clara defesa de seus interesses pelos volumosos subsídios do Governo Federal.

 Ao final, os agricultores foram convocados para se mobilizarem contra a cobrança da contribuição ao Funrural por meio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da ANDATERRA – Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra, que já vêm representando os agricultores do oeste da Bahia na luta para a extinção do Funrural.

 

Bahia Farm Show 2017 bate novamente marca do R$ 1 bilhão

Foto de Carlos Alberto Reis Sampaio – O Expresso

A Bahia Farm Show 2017 se confirma como uma das maiores feiras agrícolas brasileiras ao bater, pelo quarto ano consecutivo, a marca de R$ 1 bilhão em negócios. Em um balanço parcial, no final da tarde deste sábado (3), os organizadores classificaram como satisfatório o saldo dos negócios fechados pelos expositores ao longo dos cinco dias de feira.

Os dados consolidados serão divulgados na próxima semana. O Complexo Bahia Farm Show 2017 recebeu um público de cerca de 60 mil pessoas entre os dias 30 de maio e 03 de junho.

Durante a coletiva, o presidente da Bahia Farm Show e da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Celestino Zanella, reforçou sobre a contribuição do agronegócio para a retomada econômica brasileira como fator de incremento dos negócios durante a feira. “Embora os dados ainda precisem ser consolidados com as instituições financeiras e expositores, adiantamos que ultrapassamos a marca de R$ 1 bilhão de negócios ainda na sexta-feira, 2”, afirmou.

A feira proporcionou uma experiência de repasse de conhecimento com cerca de 20 palestras e debates sobre assuntos que fazem parte do dia-a-dia do agricultor, a exemplo do potencial hídrico do oeste da Bahia, cobrança do Funrural e do lançamento da primeira cultivar de algodão transgênico de fibra longa.

Os organizadores ressaltaram os avanços conquistados nesta edição. “Tivemos um aumento de 15% de novos expositores e o retorno de 10% que passaram pela feira em outras edições. Também recebemos expositores e visitantes de outros países, confirmando o processo de internacionalização da feira”, explicou a coordenadora, Rosi Cerrato.

Outro ponto destacado foi a maior diversificação de produtos e serviços oferecidos em ramos diferentes do agronegócio, como imobiliário e entretenimento. Importante para o contexto econômico-social, a feira gerou três mil empregos diretos e indiretos. 

A Bahia Farm Show 2018 já tem data confirmada. Será realizada de 29 de maio a 02 de junho.

Clima é de satisfação entre expositores da Bahia Farm Show, dizem organizadores

Maicon Crestani, da Unicampo: boas vendas.

Alexandre Oliveira

No último dia de Bahia Farm Show, neste sábado (3), os expositores avaliaram positivamente a participação e se mostraram satisfeitos com os negócios fechados. O protagonismo do agronegócio nacional na retomada de crescimento econômico trouxe um clima de otimismo, o que se traduziu em vendas.

A empresa MHP Solução em Prensagem veio de Caxias do Sul (RS) pela primeira vez para expor produtos como máquinas hidráulicas e pneumáticas para montagem de mangueiras e máquinas especiais. “Essa está sendo uma novidade, conseguimos realizar muitos contatos e fizemos bons negócios. Já estamos pensando em voltar na edição do próximo ano com mais produtos”, revelou o diretor comercial, Alexandre Oliveira.

Quem também está satisfeito com os resultados é o empresário Maicon Crestini, da Unicampo, que comercializa máquinas e equipamentos agrícolas na Bahia e no Tocantins. “Esse é o nosso quinto ano de participação e contabilizamos um aumento de 20% de vendas em relação ao ano passado, além de um maior número de visitas no estande”, disse.

De Santa Maria (RS), pelo quarto ano consecutivo, a empresa Agri MEC fechou muitos negócios com a venda de uma linha de implementos para a lavoura de arroz. “A cada ano a procura por nossos produtos vem aumentando, temos muitos negócios ainda para fechar por causa dos contatos que fizemos na feira”, pontuou o representante, Fernando Abreu.

Nos cinco dias de feira estiveram à disposição dos pequenos, médios e grandes agricultores cerca de 600 marcas e produtos de 200 expositores, em um único local, foi possível conhecer o que há de melhor em inovação e tecnologia do setor agrícola.

Bahia Farm Show 2017 registra aumento de 15% de novos expositores

Atraídas pela credibilidade da marca, empresas que nunca participaram da feira vão expor pela primeira vez

Já consagrada como a maior feira de tecnologia agrícola e de negócios do Norte e Nordeste do Brasil, a Bahia Farm Show é o porto seguro para novos e habituais expositores desembarcarem suas marcas e produtos, e colocá-los à mostra em uma das mais importantes vitrines do agronegócio nacional. Nesta 13ª edição, os organizadores registram um aumento de 15% de novos expositores, que já confirmaram sua participação entre os dias 30 de maio a 03 de junho.

Foi com foco em capitalizar clientes, no oeste da Bahia, que a empresa francesa Sunhybrid, especializada em energia solar, bateu o martelo e assinou seu primeiro contrato como participante da BFS. “Mapeamos a demanda da região e, aliada ao pensamento de vanguarda das pessoas que vivem no oeste, marcaremos presença com produtos desenvolvidos para residências, comércio e indústria, além do bombeamento de água a base de energia solar, oportuno para uma região agrícola”, explica André Weber, gerente comercial.

Mas a expectativa em fechar bons negócios por parte dos estreantes está também em segmentos que vão além do agronegócio.  O Aldeia das Águas Park Resort, instalado em Barra do Piraí (RJ), e conhecido por abrigar o maior toboágua do mundo, registrado pelo Guiness Book, marcará presença na BFS. Os empresários apostam no oeste da Bahia para ampliar os investimentos no quesito lazer e entretenimento. “Enxergamos que participar de uma feira tão consolidada nos dará a oportunidade de mostrar de forma consistente o empreendimento mais inovador que a região já viu. Acreditamos que expor algo inédito neste sentido causará um impacto positivo. Vislumbramos um excelente retorno para ambas as partes”, sinaliza o diretor executivo, Valmir Ferreira.

Para o presidente da Associação de Máquinas e Implementos do Oeste da Bahia (Assomiba), Fábio Martins, assim como os novatos, expositores já veteranos também estão otimistas com a edição 2017. Segundo ele, alguns fatores podem ser observados para concretizar o sucesso do evento. “As taxas de financiamentos permanecem atrativas, os bons preços das commodities e a promessa de uma boa safra nos motivam. Vamos manter os investimentos, acreditamos que a Bahia Farm trará resultados oportunos para todos”, disse, confiante.

A Assomiba é uma das apoiadoras do evento e congrega nove representantes das principais marcas do segmento de máquinas e implementos agrícolas do mundo, todas participantes fiéis da Feira. Juntas aos demais expositores, contribuíram para que, em 2016, o evento movimentasse R$ 1,014 bilhão, reunindo um público de mais de 60 mil visitantes, ao longo dos cinco dias.

A Bahia Farm Show é organizada pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), com o apoio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Fundação Bahia, Associação dos Revendedores de Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Oeste da Bahia Ltda. (Assomiba) e Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães.