A constatação, ainda que tardia, de que Moro é um bandido.

Reinaldo Azevedo chama Moro de 'Mussolini de Maringá' - O CORRESPONDENTE

Ex-juiz que prendeu o ex-presidente Lula para que ele não disputasse as eleições presidenciais de 2018 foi declarado suspeito pelo STF por 7 votos a 4; com isso, condenações de Lula estão anuladas e ex-presidente se fortalece para a disputa presidencial

Com os votos dos ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, o Supremo Tribunal Federal concluiu nesta quarta-feira (23) por 7 a 4 o julgamento sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no âmbito do processo do triplex do Guarujá, que levou à condenação e à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Marco Aurélio e Fux, os únicos que faltavam votar, se posicionaram contra o entendimento de que Moro foi um juiz suspeito ao julgar Lula, sendo derrotados, pois já havia sido declarada maioria a favor da suspeição em março deste ano.

Em seu voto, o decano da corte, Marco Aurélio, que está prestes a se aposentar, fez uma defesa enfática da Operação Lava Jato, sobre a qual destacou o “combate à corrupção”, e de Sergio Moro, quem chamou de “herói nacional” que “honrou o Judiciário”. Sobre os diálogos expostos na Operação Spoofing, que revelou irregularidades entre procuradores da força-tarefa de Curitiba e de Sergio Moro, o ministro considerou “normais”.

“Sim, o juiz Sergio Moro surgiu como verdadeiro herói nacional. Do dia para a noite, ou melhor, passado algum tempo, é tomado como suspeito”, afirmou o magistrado. Sem citar o nome de Gilmar Mendes diretamente, Marco Aurélio fez críticas ao colega pelo pedido de vista feito por ele inicialmente nesse caso.

Já Fux chamou Lula de “criminoso” logo no início de seu voto, declarou que o julgamento por Sergio Moro “não prejudicou o réu” e afirmou que a principal sustentação da defesa – em referência aos áudios da força-tarefa, que sequer estão nos autos – são “prova totalmente ilícita, roubada, mas que depois foi lavada. Como se faz lavagem de dinheiro. Houve uma lavagem dessa prova”.

O Plenário do STF retomou o julgamento em que se discute a decisão da 2ª Turma da corte que declarou a suspeição de Moro na ação penal contra Lula referente ao tríplex. A sessão foi realizada por meio de videoconferência.

Os sete votos pela manutenção da decisão da 2ª Turma, a favor da suspeição, foram dos ministros Gilmar Mendes, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski e das ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia. Com a conclusão do voto de Marco Aurélio, que havia pedido vista dos autos, e do presidente da Corte, Luiz Fux, o julgamento foi concluído em 7 x 4. Os dois acompanharam o relator, Edson Fachin, assim como Luís Roberto Barroso.

O ex-juiz Sérgio Moro não cometeu crimes apenas contra Lula da Silva. Em proveito de multinacionais, destruiu a Petrobras, a indústria naval, a indústria da construção civil pesada e  cerca de 4,4 milhões de postos de trabalho foram perdidos no país de 2014 a 2017.

Do total, 1,1 milhão são do setor da construção civil. Só na construção naval do Porto de Rio Grande foram demitidos 28 mil empregados, alguns de nível técnico elevado. Além dos empregos, o Brasil perdeu R$ 172 bilhões em investimentos com a Lava Jato. Esses dados constam de estudo elaborado pelo Dieese a pedido da CUT.

Segundo coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, o valor que deixou de ser investido “equivale a 40 vezes os R$ 4,3 bilhões que o Ministério Público Federal diz ter recuperado com a operação. Com isso, os cofres públicos deixaram de arrecadar R$ 47,4 bilhões em impostos, sendo R$ 20,3 bilhões em contribuições sobre a folha de salários”.

O lugar de Sérgio Moro na cadeia está reservado. Crimes de alta traição podem ter pena máxima, ainda mais quando cometidos de maneira sistemática e continuada.

Corrupção no porto de Santos é problema internacional

Da Folha de São Paulo

Investigações atraem a atenção dos EUA e das Nações Unidas por causa dos efeitos globais

Se o grupo de Michel Temer está envolvido em crimes de corrupção no porto de Santos, apenas as investigações dirão.

O que sabemos é que, nos últimos dois anos, Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público começaram a expor as táticas das redes criminosas que atuam em Santos, assim como sua relação com o mundo político.

Em 2016 e 2017, foram apreendidas mais de 20 toneladas de cocaína no porto. Descobriu-se que as máfias da droga que ali operam possuem conexões com redes criminosas em Bélgica, Espanha, Inglaterra, Itália e Rússia. Como o Brasil é conivente com o malfeito, vai galgando posições no ranking de escoamento de droga sul-americana para a Europa.

Os investigadores descobriram que funcionários do próprio porto de Santos envolvidos no esquema permitiam a entrada de veículos abarrotados de cocaína na calada da noite. Para embarcar a mercadoria, eles desligavam as luzes no trajeto ou viravam a direção das câmeras de segurança. Era esse grupo de funcionários que rompia os lacres de contêineres nos quais é embarcado o produto.

Em meio aos trabalhos de investigação, as autoridades também expuseram a máfia dos contêineres, associação criminosa que vendia placas de carro para acessar o porto e que, na tentativa de manter seu monopólio intacto, ameaçava ou usava violência contra empresários do setor de transportes. 

Quiçá mais relevante, descobriu-se que alguns dos chefes dessa quadrilha eram ligados a sindicatos do setor, os quais, por sua vez, contribuíam ativamente para campanhas eleitorais.

As investigações em Santos vêm avançando, atraindo a atenção do governo dos Estados Unidos e das Nações Unidas por causa dos efeitos globais do problema. Mas o desafio é gigantesco e inclui outros grandes portos brasileiros, sobretudo em estados como Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

A situação é grave a ponto de deixar autoridades com medo de represálias. Funcionários públicos que trabalham nos portos e que não participam do esquema são alvo de pressão dos grupos que operam para atender aos interesses de traficantes, sonegadores e dos parceiros dessa gente em Brasília.

Não é difícil compreender que há uma relação entre a grande corrupção —por exemplo, o pagamento de propina em Brasília pela renovação de concessões de terminais portuários e outros tipos de “boquinha”— e o ambiente de criminalidade local, no qual florescem o narcotráfico e as máfias que tomaram conta dos grandes portos e cidades.

A descoberta de como funciona o nexo entre corrupção política e redes de narcotráfico em Santos está no início. Nos próximos meses, ficarão mais claros os seus mecanismos.

Patético: deputados discursam na madrugada para um plenário vazio.

O ódio avançou na madrugada. Deputados vociferam contra Dilma, enquanto outros fazem performances com faixas desaforadas. O legislativo enterra sua cabeça na areia, para esquecer a perda da credibilidade. Veja a seguir a matéria da Agência Brasil, que cobre o evento:

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Os poucos deputados presentes ao plenário aguardavam, de forma tranquila, a hora de falar da tribuna Wilson Dias/Agência Brasil

Corredores desertos e plenário praticamente vazio marcaram o início, ainda de madrugada, do segundo dia de debates sobre a admissibilidade do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Já são mais de 24 horas de discursos, a maior parte favoráveis ao afastamento de Dilma Rousseff.

Os poucos deputados presentes ao plenário aguardavam, de forma tranquila, a hora de falar da tribuna. O presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que abriu os trabalhos ontem (15), às 8h55, deixou a Câmara pouco depois da meia noite. Após discursarem, a maior parde deles ia embora, com previsão de retorno no fim da manhã.

Brasília - Deputados governistas durante discussão do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no plenário da Câmara (Wilson Dias/Agência Brasil)

Deputados do PCdoB seguravam cartazes com frases como “Brasil contra o golpe”Wilson Dias/Agência Brasil

Durante a madrugada, os parlamentares que entravam na Câmara eram, em sua maioria, os escalados para fazerem uso da palavra pelo tempo reservado aos seus partidos. Enquanto deputados de outras legendas discursavam no plenário, os próximos a falar dedicavam o tempo a conversas com aliados e pausas para fotografias.

Aproveitando o baixo quórum e a permissão provisória dos seguranças da Casa, o deputado Fernando Francischini (SD-PR) e colegas de partido colocaram uma faixa com os dizeres “Movimento Tchau Querida” e “Acabou a boquinha” próximo à tribuna. Enquanto integrantes do PDT se pronunciavam do outro lado do plenário, correligionários de Francischini posaram sorrindo para fotos ao lado da faixa. Continue Lendo “Patético: deputados discursam na madrugada para um plenário vazio.”

Luís Eduardo: o incrível currículo do renegado que quer dirigir a Câmara

Elton Alves de Almeida, vereador mais conhecido pela alcunha de Eltinho, é candidato à presidência da Câmara Municipal de Luís Eduardo Magalhães. Os eleitores que elegeram esse renegado não conhecem o seu currículo.

Eltinho é réu em processo por fraude, estelionato, furto e formação de quadrilha. Tem mais: será, ainda esta semana, réu em processo por apropriação indevida de salários de funcionários da Câmara.

Veja aqui que Eltinho já ameaçou o próprio Ministério Público, que pediu sua prisão sem sucesso. 

Veja abaixo prints de uma conversação ao telefone entre o Vereador e um funcionário, de quem extorquia, mensalmente, sob ameaças de demissão, metade do salário:

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Jaques Wagner conduz mal processo de negociação da greve.

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), garantiu que não vai anistiar nenhum PM envolvido em ações criminosas e lembrou que os métodos usados por uma parte dos amotinados da Polícia Militar são “coisa de bandido”.

Desde o início do motim, PMs vem usando armas da corporação para tomar ônibus e bloquear avenidas com eles; sequestraram viaturas, criaram pânico em todo o estado com anúncio de arrastões que nunca existiram, e são suspeitos de alguns assassinatos.

Algumas considerações em relação à assertiva do Governador:

1) A Polícia Militar é a tropa do primeiro combate. A que vai à frente. PMs correm riscos de vida e precisam ter segurança e conforto.

2) Bandidos existem em todas as categorias profissionais. Segundo Eliana Calmon, existem bandidos até vestidos de toga.

3) A greve de polícias militares não é direito adquirido. É motim. Armada, uma pequena parcela dos PMs pode ter praticado atos de banditismo.

4) A Polícia ganha mal, trabalha com poucos recursos, inclusive com revólveres de calibre 38, um anacronismo, contra bandidos fortemente armados e dispostos a tudo.

5) Faltou e continua faltando habilidade política ao Governador no episódio.

6) Polícia é polícia, bandido é bandido. Quando a polícia passa para o lado do bandido deve ser punida exemplarmente.

7) A hierarquia nas tropas fardadas e armadas não pode ser quebrada a qualquer pretexto. Mesmo porque até na vida privada a quebra de hierarquia é contemplada com a demissão.