São apenas cangaceiros e estão a procura de coiteiros

Ilustração de Raphael Teles
Ilustração de Raphael Teles

Papai Noel não existe, Coelhinho da Pascoa não esconde ninhos de chocolate, Cegonha não traz bebes.  E poderia acrescentar: drama bom mesmo é em novela, peça de teatro, na ópera.

Se é verdade a máxima de que cada povo tem os governantes que merece, esse tipo de oposição que se observa em Luís Eduardo Magalhães e Barreiras ninguém merece. Até mesmo os correligionários dos opositores sofrem com as denúncias de ficção, com as tentativas de chantagem que vem acompanhadas de ofertas de contrapartidas monetárias de 7 dígitos.

Querem apenas dinheiro, o vil metal, a propina. Nada mais. Nem sonham em restabelecer a verdade, não passa pelas suas cabeças um governo mais transparente, mais eficaz, nada disso.

Querem dinheiro e apenas e tão somente, dinheiro. É um cangaço do colarinho branco e da farpela, procurando apenas um coiteiro. Aquele que dá coito, asilo ou proteção a bandidos.

Saúde pública brasileira, um caso de polícia.

Um menino de 10 anos, que teve o fêmur fraturado e esperou 22 dias por uma cirurgia na perna, conseguiu finalmente ser operado ontem (11), em Goiás, depois da intervenção da Associação dos médicos do Estado. 

Ele recebeu apoio do médico Robson Azevedo, que realizou a operação no Hospital Ortopédico de Goiânia. “O procedimento transcorreu normalmente e o resultado foi está dentro do que esperava a equipe”, disse o cirurgião.

Gabriel Silva quebrou a perna após cair de uma árvore em Aparecida de Goiânia (região metropolitana de Goiânia). No dia do acidente, o pai do menino tentou conseguir uma vaga para o filho em várias unidades de saúde, mas não conseguiu.

Ele foi levado a três hospitais. Recebeu uma tala na perna, mas foi liberado pois nenhuma das unidades tinha condições de realizar o procedimento. 

O menino disse que está ansioso para voltar a jogar bola, mas que não pretende mais subir no cajueiro de onde caiu.

Em abril, a reportagem do UOL Notícias mostrou outro caso semelhante registrado no Estado. Victor Hugo Alves, 11, esperava com o braço quebrado por uma cirurgia na rede pública de saúde em Goiás. Os médicos alegavam falta de material no Hospital Geral de Goiânia, mas no dia seguinte à publicação da reportagem ele foi operado. De Raphael Borges, para UOL.

Não são bandidos o diretor de um hospital, o médico e o gestor de saúde que deixam um menino 22 dias com o fêmur quebrado? Ainda vamos ter que invocar as leis de proteção aos animais para cuidar de nossos pacientes?  Desde 10 de Junho de 1934, o Decreto 4.645, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, dá proteção aos animais no País. Por que então não se protegem os clientes da rede pública de saúde? Vergonha é um termo delicado demais para qualificar o banditismo dessa gente.