Dengue cresce quase 700% na Bahia e estoques de inseticidas estão baixos

Apesar de a Bahia registrar um crescimento de 685% nos casos prováveis de dengue em comparação com 2018, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), o estado não está na lista de prioridade do Ministério da Saúde para receber novos estoques do inseticida do tipo fumacê, utilizado no combate ao mosquito Aedes aegypti.

A pasta estadual informou que está com baixo estoque do produto e que aguarda a regularização da situação por parte do governo federal. Ainda de acordo com a Sesab, 32 municípios baianos solicitaram o inseticida neste ano.

O Ministério da Saúde informou que possui atualmente em estoque e apto para uso 26 mil litros de um inseticida. O produto será distribuído aos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Rio de Janeiro, “devido ao aumento de casos de Chikungunya”.

A Bahia registrou um aumento de 84% nos casos dessa doença, com 7.764 casos prováveis de Chikungunya até o momento neste ano, enquanto no ano passado o total foi de 4.205 casos.

Quanto a Zika, também transmitida pelo Aedes aegypti, o total de casos prováveis dobrou entre 2018 e 2019, passando de 1.316 para 2.626 casos. Os dados as Sesab referem-se ao período de 30 de dezembro de 2018 a 17 de outubro de 2019.

O inseticida disponível faz parte, conforme o governo federal, de um total de 105.600 mil litros, entregues pelo laboratório Bayer ao armazém do Ministério da Saúde. A pasta assegurou que os demais lotes, assim que liberados e aprovados, serão enviados aos estados para reabastecimento da rede.

“Até janeiro de 2020 também será entregue adicionalmente 100.800 litros do produto no Ministério da Saúde. Além disso, um novo adulticida para controle espacial (praletrina + imidacloprida, um neonicotinóide) está em processo de compra com previsão de entrega para dezembro de 2019”, informou o MS em nota ao Bahia Notícias.

Sem o inseticida, a Secretaria de Saúde da Bahia reforçou a necessidade de intensificação das ações de rotina por parte dos municípios, visando diminuir a transmissão de casos. A pasta sugere realização de visita casa a casa, resgate de imóveis pendentes, mobilização da população e mutirões de limpeza. “As ações de controle vetorial devem ser planejadas para serem executadas de forma permanente, promovendo a articulação sistemática com todos os setores do município (educação, saneamento, limpeza urbana etc.)”, afirmou a Sesab em nota.

Como as prefeituras ficam esperando pelo carro, pelo fumigador e pelo inseticida Malathion (organofosforado, muito perigoso, KOMVEKTORTM 440 EW) e o Governo do Estado está esperando pelo Governo Federal, vamos precisar passar o chapéu nas ruas, fazer uma vaquinha, comprar um piretróide qualquer – menos tóxico – e pagar uma empresa privada. À revelia das autoridades. Ou isso ou vamos ficar todos doentes. 

Proibição do glifosato pode ser um duro desafio para o próximo plantio da soja

Daniel Popov e Francielle Bertolacini, da página Projeto Soja Brasil, no portal Canal Rural afirmam, em extensa matéria jornalística, que vai ser muito difícil substituir o glifosato como principal herbicida no País.
“A decisão de suspender o uso e comercialização de agroquímicos à base de glifosato pode trazer uma grande dor de cabeça ao agronegócio brasileiro”, dizem.

 Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Fernando Adegas, como a nova safra está próxima de ser plantada, em meados de setembro, uma alternativa às pressas não seria tão efetiva e certamente custará mais caro. Por sua vez, produtores de soja de Mato Grosso já compraram os herbicidas à base do princípio ativo que será proibido e, alguns, fizeram até estoque para garantir uso no futuro.

A proximidade do plantio da soja é o momento em que a Embrapa sugere aos produtores o maior cuidado com as plantas daninhas. O indicado é que a dessecação seja realizada com mais de 40 dias antes do início da semeadura, para que as invasoras sejam controladas e os herbicidas não afetem o plantio da soja.

Outro problema apontado pelos dois jornalistas diz respeito à aplicação do herbicida em pré-emergência da soja, o que permite uma maior eficiência de plantas daninhas.

A verdade é que os produtores e as empresas fornecedoras de herbicidas não estão preparados tecnicamente para substituir um herbicida barato e eficaz como o glifosato, apesar da resistência encontrada em algumas plantas daninhas.

Serão testados também, com a proibição do princípio ativo, os produtores de semente RR – Roundup Ready e os detentores das patentes dessas sementes, no caso a Monsanto e a Bayer, hoje empresas associadas.