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Bolsonaro tem o papel de causar a explosão para permitir “ação reparadora” dos militares.

Desde o começo dos anos 90, o antropólogo e professor da Universidade Federal de São Carlos Piero Leirner faz pesquisas com militares. Durante esse período, estabeleceu com integrantes das Forças Armadas uma relação que classifica como sendo de “desconfiança mútua”.
Apesar das dificuldades, ele conseguiu manter pesquisas que tratam principalmente da hierarquia nas organizações militares do Exército Brasileiro, como a Escola de Comando e Estado Maior.
Em entrevista à BBC News Brasil, ele afirma que a atual escalada do conflito político não é acidental. Para Leirner, ela faz parte do projeto dos militares para o país e inclui Bolsonaro em um papel bem específico: “funcionar como uma espécie de ‘para-raios sem fio terra'”.
“Ele causa a explosão, para possibilitar a ação reparadora dos bombeiros”, diz o antropólogo, que está prestes a publicar um livro sobre guerras híbridas.
Piero Leirner traça um panorama sobre a atuação dos militares no governo Bolsonaro, e afirma que “não é uma questão de se os militares aprovam ou não o governo: eles são o governo”.
Leia a íntegra da entrevista de Ricardo Ferraz, no site da BBC Brasil.
BBC News O que está por trás das imagens da vala comum para mortos do coronavírus em Nova York
Da página em Português da BBC News
A percepção do tamanho da tragédia do coronavírus na cidade de Nova York ganhou novos contornos depois que vieram à tona imagens de pessoas com trajes especiais enterrando caixões em valas comuns nesta sexta-feira (10).
Um drone registrou a operação em Hart Island, região usada há mais de 150 anos por autoridades para enterros daqueles sem parentes próximos ou de famílias sem condições financeiras para arcar com os custos.
Cerca de 25 pessoas costumam ser enterradas por semana na ilha, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Mas, em meio à pandemia da covid-19, os enterros no local passaram a acontecer cinco vezes por semana, com cerca de 24 deles por dia, diz o porta-voz do Departamento Penintenciário Jason Kersten.
Na semana passada, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, afirmou que “enterros temporários” podem ser necessários até o fim da crise.
O Estado de Nova York agora tem mais casos registrados de coronavírus que qualquer outro país do mundo, exceto os próprios Estados Unidos.
© Reuters Hart Island é usada há mais de 100 anos para enterrar pessoas sem parentes próximos ou de famílias sem dinheiro para arcar com os custos
Nesta sexta-feira (10/04), Nova York tinha cerca de 170 mil casos. Isso representa quase 10% de todos os casos registrados no mundo até agora, cerca 1,65 milhão. Os Estados Unidos lideram com 484 mil.
A cifra supera os casos registrados na Espanha (157 mil) e na Itália (143 mil). Mas o número de mortes é menor: 7.844 em Nova York, ante 15.970 em território espanhol e 18.849 em território italiano.
É importante deixar claro que cada localidade realiza um volume diferente de testes, o que interfere no total de casos identificados. Além disso, os dados divulgados não seguem a mesma metodologia e os números absolutos acima também não levam em conta os tamanhos das populações.
A população da Itália (60 milhões) é o triplo da do Estado de Nova York (19,5 milhões) e quase 25% maior que a da Espanha (47 milhões).
© Reuters Cerca de 40 caixões foram enterrados na quinta-feira
‘Explosão silenciosa’
Por outro lado, o governador Andrew Cuomo divulgou que o número de pacientes com covid-19 internados em hospitais caiu pelo segundo dia seguido, para 200. Ainda é cedo, no entanto, para afirmar que há uma tendência consolidada.
Cuomo afirmou que os dados apontam que a estratégia de distanciamento social está funcionando. Segundo ele, a pandemia “é uma explosão silenciosa que se espalha por nossa sociedade com a mesma aleatoriedade e maldade que vimos no 11 de Setembro”.
O governo federal dos Estados Unidos também divulgou dados mais positivos. Anthony Fauci, médico da força-tarefa criada pela Casa Branca contra o coronavírus, afirmou que as projeções indicam que cerca de 60 mil americanos devem morrer em decorrência da covid-19.
No fim do mês passado, Fauci estimava essa cifra entre 100 mil e 200 mil mortes. A projeção de 60 mil mortes está no mesmo patamar do total estimado de mortes de gripe nos EUA entre outubro de 2019 e março de 2020, segundo dados oficiais.
Mas o vice-presidente americano, Mike Pence, lembrou que o coronavírus é quase três vezes mais contagioso que o vírus influenza, causador da gripe sazonal.
Inicialmente, a Casa Branca estimou que 2,2 milhões de americanos morreriam por covid-19 se nenhuma medida fosse adotada, a exemplo das quarentenas em massa.
Lula passa a ser mal visto pela diplomacia do Ocidente.

O portal de notícias da BBC Brasil repercute notícia do jornal inglês The Times sobre o sonho de Lula em ser secretário-geral da ONU. Como se pode ver pela matéria, mister Lula já não é o queridinho da mídia internacional e nem mesmo “o cara” que Barack Obama fazia questão de reconhecer. Hillary Clinton considera sua tentativa diplomática no Oriente Médio como “risivelmente ingênua”. Seus últimos movimentos internacionais foram vistos pelo Ocidente como comprometedores. Diz a análise da BBC:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria considerando a possibilidade de suceder Ban Ki-moon no cargo de secretário-geral da ONU, segundo afirma reportagem publicada neste sábado pelo diário britânico The Times.
Segundo o diário, “diplomatas dizem que Lula da Silva, que deixa o cargo em janeiro, pode buscar o posto mais alto da diplomacia mundial quando o primeiro mandato de Ban Ki-moon expirar, no fim de 2011”.
“A idéia teria sido aventada pela primeira vez pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, durante a reunião de cúpula do G20, em Pittsburgh, em setembro”, comenta o diário.
A reportagem observa que a possibilidade já vem sendo discutido pela imprensa brasileira, com sugestões de que Lula teria sido consultado por mais de uma pessoa sobre a questão.
‘Paixão pela África’
Em entrevista ao diário, o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, não negou a possibilidade.
“Ele (Lula) tem um grande interesse em questões internacionais, no processo de integração da América do Sul”, disse Garcia ao Times.
“Ele tem uma grande paixão pela África. Ele realmente quer fazer algo para ajudar a África”, afirmou.
Para o diário, o estilo pessoal do presidente brasileiro e sua capacidade para manter relações amigáveis com todos os lados – com a China e com os Estados Unidos, com o Irã e com Israel – elevaram seu reconhecimento internacional.
O jornal comenta as ofertas feitas na última semana por Lula, durante sua viagem ao Oriente Médio, de servir de mediador para o conflito na região como um exemplo dessa proeminência cada vez maior do presidente no cenário internacional.
Veto
O Times observa, porém, que Lula tomou recentemente posições que desagradaram os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, ambos países que teriam o poder de veto sobre sua indicação ao cargo de secretário-geral da ONU.
O jornal cita a recepção dada em Brasília ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e as críticas às sanções ao Irã, e também o apoio à Argentina em sua disputa com os britânicos pelas ilhas Malvinas.
Segundo a reportagem, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, teria considerado as iniciativas de Lula pela paz no Oriente Médio como “risivelmente ingênuas”.

