Rio São Francisco gera uma parcela mínima de energia.

ONS

O rio São Francisco está gerando menos de 10% da potencia hidrelétrica instalada ao longo do rio. Sobradinho caiu de 5% e no final de novembro deve entrar no volume morto, parando por completo a geração de energia. A energia do Nordeste está sendo sustentada pelas eólicas e pela energia gerada a óleo diesel ou fuel oil.

Em contrapartida, sobra água em Itaipu, no rio Iguaçu e no rio Jacuí, que estão quase com 100% de sua capacidade de geração. O Nordeste tem potencial para 51 gigawatts mês, enquanto o Sul, excetuada a geração de Itaipu, que atende também o Paraguai, é de apenas 14 gigawatts/mês.

Licença de Operação segura Belo Monte

O início da operação da hidrelétrica de Belo Monte , no Rio Xingu, no Pará, foi adiado pela segunda vez, em razão dos atrasos no chamado Sítio Pimental, a primeira usina do complexo prevista para entrar em atividade.

O contrato de concessão de Belo Monte prevê que a geração de energia deveria começar em 28 de fevereiro de 2015. A Norte Energia, consórcio responsável pela obra, não conseguiu cumprir o prazo, que foi adiado para novembro de 2015.

Na quarta-feira (28), o consórcio informou oficialmente que o prazo de novembro será descumprido e, portanto, o início da operação da usina, maior projeto na área de energia elétrica no país, foi novamente adiado. A empresa não informou a nova previsão para que a primeira turbina seja ligada. O Consórcio aguarda licença de operação, não emitida pelos órgãos ambientais pelo descumprimento de obrigações de construção de novas vilas para os desalojados.

Nordeste vai sofrer pelo terceiro ano consecutivo

Em um país continental como o Brasil, enquanto o Sul sofre com chuvas constantes e enchentes, o Nordeste pode ver a seca se tornar cada vez mais severa na região, como noticiou o Accuweather. Como explicou o meteorologista, de dezembro a fevereiro, novamente o Nordeste passará por prolongados períodos de tempo seco.

Assim, outra estação de chuvas abaixo da média vai piorar a situação no país, o que poderá ser observado ainda na Colômbia e na Venezuela.

A estiagem que vem se intensificando e castigando a região já por muitos anos tem trazido resultados bastante severos, como a redução drástica dos reservatórios de água, do potencial das hidroelétricas, além de afetar o potencial produtivo de culturas importantes.

No Piauí, um dos estados da nova fronteira agrícola do Brasil – o MATOPIBA, os produtores ainda esperam por uma regularidade um pouco melhor das chuvas para iniciarem o plantio da safra 2015/16 de soja. Até este momento, como explica Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia, “o plantio da soja e do milho nessa região e no Pará ainda continua sendo uma prática pouco arriscada, já que um novo período de estiagem ou chuvas muito irregulares está sendo previsto para o mês de novembro”.

Assim, o alerta do especialista é de que para regiões onde o clima segue essa padrão, a semeadura seja feita em solos que possam dar suporte às plantas durante esse novo período de escassez que está sendo esperado.

“Vamos torcer para que neste ano a distribuição de chuvas seja melhor do que no ano passado. Porque a quantidade de chuva é relativa, podemos tirar boas médias com 400 a 500 mm de precipitações, mas precisamos que ela venha bem distribuída, ao contrário do que aconteceu em 2014”, explica Altair Fianco, do Sindicato Rural do município piauiense de Uruçuí.

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Por que não a energia eólica em substituição a Belo Monte?

Circula na internet uma informação importante, mas que obviamente tem origem em entidades ambientalistas internacionais: o custo para construção de Belo Monte seria suficiente para formar um parque eólico com capacidade de gerar energia equivalente a 3 Itaipus. As autoridades precisam responder a este questionamento. Segundo informações, seria necessário o desmatamento de 50 mil hectares só para a área de acumulação da barragem.

O País precisa ter cuidado com os custos ambientais das obras, mas também necessita de cuidados com informações que tragam em seu bojo interesses internacionais.

País tem boas alternativas a Belo Monte.

Informa o blog do Greenpeace que o ministro de Minas e Energia,  Márcio Zimmermann, revelou que o custo para construção de um parque eólico, com a mesma capacidade de geração média de Belo Monte, seria de R$ 32 bilhões, valor inferior ao estimado para a construção da hidrelétrica, que gira em torno dos R$ 40 bilhões.

É verdade que o governo não assume que a hidrelétrica vai custar tudo isso. Ao contrário, insiste em reforçar que Belo Monte custará supostos R$ 19 bilhões. O  que não revela é que a conta não está completa, já que deixa de estimar os custos ambientais e sociais da empreitada, além dos pesados subsídios em isenção fiscal que nela estão embutidos.

Não foi à toa que empresas como a Camargo Corrêa e a Odebrecht caíram fora e, na hora H, não quiseram participar do leilão de Belo Monte, prevendo que teriam que arcar com o risco de um empreendimento cuja engenharia econômico-financeira está sendo manipulada pelo governo.

Lula já afirmou que irá “fazer Belo Monte de qualquer jeito”. Deixando para lá o sentido dúbio da frase, fica a dúvida: por que tanto esforço para viabilizar um projeto controverso, caro, cheio de problemas ambientais, sociais e econômicos se o Brasil pode, com um investimento menor, gerar energia limpa, segura e com impactos incomparavelmente menores?

A favor do investimento em parques eólicos, está também o fato de que o grande volume de encomendas reduziria o preço dos equipamentos, já fabricados em sua maioria no Brasil; de que, montados apenas um por cento dos geradores, já teríamos energia em produção, sem levar longos 5 anos para ter a geração de Belo Monte; e também o fato de que um ano de poucas chuvas poderia reduzir e muito a produção de Belo Monte. Além disso não seria necessário tomar de assalto as verbas públicas e os fundos de previdência. Mais ainda: tira esse esquema espúrio de grandes empreiteiras e suas controladas do ar.

Numa prova que o Governo está totalmente errado ao querer implantar a Hidrelétrica de Belo Monte, está a profunda diversificação da oferta de geração de energia renovável:

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao MME, efetuou o cadastramento de 478 empreendimentos interessados em participar do Leilão de Energia de Reserva, que será realizado pelo Governo Federal no primeiro semestre deste ano, com foco apenas na viabilização de fontes renováveis. As usinas inscritas somam 14.529 MW de potência instalada, gerando energia elétrica a partir de centrais eólicas, termelétricas movidas à biomassa (bagaço de cana-de-açúcar, resíduos de madeira e capim elefante) e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

A fonte de energia que recebeu o maior número de projetos cadastrados na EPE é a eólica, com 399 parques de geração e um total de 10.569 MW de potência instalada. As térmicas à biomassa totalizaram, no processo de cadastramento, 61 empreendimentos com 3.706 MW de capacidade instalada. Destes, a maior parte utiliza como fonte o bagaço da cana-de-açúcar. As PCHs, que se caracterizem por terem a potência limitada a 30 MW, representaram 18 usinas no cadastramento para o Leilão de Reserva, equivalentes a 255 MW.