Eustáquio: de arma na mão, pronto para assumir a Educação.
O relato do blog do Esmael é tão grave como pode ser estúpido o pensamento dos nossos governantes:
“O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) botou na cabeça dois mantras: 1- não é preciso ser educador para tocar o Ministério da Educação (MEC) e 2- o método Paulo Freire não deu conta de alfabetizar e, por isso, o País é um dos últimos no ranking mundial do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).”
O presidente também costuma estender esse conceito para a Saúde. Ontem (7), por exemplo, enquanto anunciava que estava com a Covid-19, Bolsonaro disse que não era preciso ser médico para ocupar o Ministério da Saúde. Ele citou o senador José Serra (PSDB-SP), que ocupou a pasta no governo FHC.
A Educação é uma área conflagrada por excelência e Bolsonaro escolheu ela para iniciar uma “revolução cultural” e “ideológica” para afastar os “marxistas” de escolas, universidades e das instâncias decisões do MEC. Até agora, três quadros do olavismo sucumbiram diante da tarefa, os ex-ministros Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub e Carlos Decotelli –que não teve tempo sequer de confeccionar o crachá.
Dito isso, o nome do jornalista Oswaldo Eustáquio vem a calhar para o bolsonarismo. Ele é considerado “herói” naquela porção fundamentalista do governo e é um discípulo do guru Olavo de Carvalho. Esteve “preso político” assim como Sara Winter, em decorrência do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei de Segurança Nacional.
É aí que entra o ministro da Justiça, André Mendonça, ao anunciar que pedirá o enquadramento do jornalista Helio Schwartsman, da Folha, que escreveu estar torcendo pela morte do presidente Jair Bolsonaro.
Pela lógica do Palácio do Planalto, se houve ódio de Eustáquio e Sara contra o STF, logo houve ódio de Schwartsman contra o chefe do poder executivo passível de tipificação na LSN.
Além do jornalista Oswaldo Eustáquio, que serviu como assessor no ministério de Damares Alves (Direitos Humanos), o presidente Jair Bolsonaro ainda avalia três nomes ligados aos neopetencostais, quais sejam: o pastor Milton Ribeiro, ex-vice-reitor do Mackenzie em São Paulo; o professor da Unb (Universidade de Brasília) Ricardo Caldas; e o reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Anderson Correia.
Corre ainda por fora a olavista Ilona Becskeházy, atual secretária de Educação Básica do MEC. Ela é mestre (PUC-RJ) e doutora (FEUSP) em política educacional, militante pela educação de qualidade para todos os brasileiros.
Moro ajeitou a vida da esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, mas não deixou a Lava Jato avançar. A delação comprometeria o seu próprio futuro político.
O jornal Folha de S. Paulo e o site The Intercept Brasil desenterraram nesta quinta-feira (26) a delação do ex-presidente Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), que tira o sono do ex-juiz Sérgio Moro (atual ministro da Justiça) e do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato.
De acordo com a Vaza Jato, o empresário Joesley Batista queria emplacar –e emplacou– Henrique Meirelles como ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB), caso a petista caísse. Em troca, Cunha teria financiamentos ilimitados para seu projeto político.
Por que a não-delação de Cunha ainda atormenta Moro, Dallagnol e demais integrantes da força-tarefa?
Simples. O Intercept tem os arquivos das conversas cujos conteúdos, aos poucos, estão sendo tornados públicos. Uma pista do que vem por aí foi publicada em julho, pela revista Veja. Na época, o veículo de comunicação mostrou um diálogo de Moro com Deltan acerca da delação de Cunha. O então juiz afirmou que esperava que não precedessem a notícia da delação. “Sou contra, como sabe”, disse o atual ministro da Justiça.
Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, sabe que Moro e Dallagnol fizeram no verão passado. É por isso que o espectro da delação de Eduardo Cunha tira o sono deles.
De acordo com mensagens de Moro a Deltan, o então magistrado se dizia contra a delação de Cunha mesmo antes de conhecer o conteúdo delas. A informação preliminar que se tinha era que o ex-presidente da Câmara estaria disposto a entregar um terço do Ministério Público estadual, 95% dos juízes do Tribunal da Justiça, 99% do Tribunal de Contas e 100% da Assembleia Legislativa.
Com redação do blog do Esmael.
Há muito tempo, uma tirada usada por operadores do direito, dizia: “Existe a Justiça boa, a Justiça má e a Justiça da Bahia”.
Hoje, o refrão pode ganhar uma nova versão: “Existe a Justiça boa, a Justiça má e a Justiça de Curitiba”.