Recurso de Bolsonaro cita cerceamento de defesa e pede revisão da pena.

Brasília (DF), 10/06/2025 - O ex presidente Jair Bolsonaro chegando para depoimento na 1 turma do STF.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes começa a ouvir os réus do núcleo 1 na ação da trama golpista, os interrogatórios ocorrerão presencialmente na sala de julgamentos da primeira turma da corte 
Foto: Valter Campanato/Agência BrasilValter Campanato – Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta segunda-feira (27), embargos de declaração para “sanar as ambiguidades, omissões, contradições e obscuridades” da decisão do STF que o condenou por tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro é um dos réus do Núcleo 1 da trama golpista e foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e três meses de prisão, em regime inicial fechado, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, atentado contra o Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, da qual foi apontado como líder, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Os advogados de Bolsonaro pediram a revisão da dosimetria da pena, alegando ausência de individualização adequada e violação ao princípio da proporcionalidade. Segundo eles, as circunstâncias negativas para o estabelecimento da pena não estão presentes no acórdão. 

“Não se sabe, portanto, o que significou cada uma das circunstâncias consideradas, pelo Ministro Relator, como ‘amplamente desfavoráveis’. É indiscutível que a partir da existência de circunstâncias valoradas negativamente chegou-se, sem qualquer cálculo, sem qualquer demonstração, ao elevado aumento da sanção”, diz a peça da defesa.

Nos embargos de declaração, a defesa de Bolsonaro também alega que houve cerceamento de defesa durante o processo que levou à sua condenação no STF. Segundo o documento, os advogados não tiveram tempo hábil nem acesso adequado às provas produzidas na investigação. 

Eles dizem que receberam 70 terabytes de dados, o que teria impossibilitado o exame do material antes do fim da instrução. A defesa também argumenta que foram negados pedidos de adiamento das audiências, 

“A defesa não pôde sequer acessar a integralidade da prova antes do encerramento da instrução; não teve tempo mínimo para conhecer essa prova. E não pôde analisar a cadeia de custódia da prova. Afinal, os documentos foram entregues quando terminava a instrução e, apesar dos recursos da defesa, o processo continuou”. 

Cármen Lúcia envia processos de Bolsonaro para Justiça do DF

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia palestra no curso de iniciação para juízes que tomaram posse este ano, na Escola da Magistratura do Estado do Rio (Emerj), no centro da cidade.

Tânia Rego – Agência Brasil

Ex-presidente não detém mais foro privilegiado, diz ministra

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, enviou cinco processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no Distrito Federal.

As ações, apresentadas por parlamentares e entidade da sociedade civil, pedem a investigação do ex-presidente por declarações de ameaça ao Poder Judiciário e de promoção de uma ruptura institucional no país durante as comemorações do 7 de setembro em 2021.

Na decisão, Cármen Lúcia argumenta que Jair Bolsonaro não foi reeleito presidente da República e não detém mais foro privilegiado por estar sem mandato. Desta forma, não é mais competência do STF julgar os pedidos.

“Pelo exposto, considerando a perda superveniente do foro por prerrogativa de função do requerido, reconheço a incompetência deste Supremo Tribunal Federal para processar e julgar a presente Petição e determino seja a presente Petição remetida, com o resguardo e cautelas devidos, ao Presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para que seja distribuída ao juízo competente na Seção Judiciária do Distrito Federal, sem prejuízo do reexame da competência pelo destinatário, para adoção das providências necessárias, na forma da legislação vigente”, diz a ministra na decisão.

Revista Time diz que estadia de Bolsonaro na Flórida é um espetáculo bizarro.

Bolsonaro participou de dois eventos organizados por apoiadores na Flórida, um deles promovido em Miami por uma organização americana associada ao ataque ocorrido no Capitólio, quando uma turba de apoiadores de Trump tentou impedir a certificação da eleição de Joe Biden em 6 de janeiro de 2021.

A Turning Point USA foi fundada pelo americano Charlie Kirk, anfitrião do encontro e apontado nos EUA como parte da engrenagem que ajudou a financiar o comício de Trump que precedeu a invasão do Congresso americano.

Para a Time, o ressurgimento de Bolsonaro na Flórida é um “espetáculo bizarro”, que marca a tentativa do ex-presidente em voltar aos holofotes. Na última quarta-feira, 1º, uma semana antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrar com Biden, Bolsonaro afirmou que pretende permanecer ativo na política brasileira.

Excerto de matéria completa do Estadão

CGU pode suspender 234 sigilos centenários de Bolsonaro

Entre os processos analisados estão o cartão de vacinação de Bolsonaro, os gastos públicos com as ‘motociatas’ e o processo disciplinar de Pazuello.

Controladoria-Geral da União (CGU) informou nesta sexta-feira (3), por meio de entrevista coletiva do ministro Vinícius de Carvalho, que irá analisar a derrubada dos sigilos de cem anos impostos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 234 processos. A CGU considera os sigilos indevidos.

O ógão informou que analisou 1335 processos, dos quais 234 terão os sigilos reavaliados. Entre eles, 111 dizem respeito à segurança nacional, 35 sobre a segurança de Bolsonaro e sua família, 16 sobre atividades de inteligência, 49 sobre informações pessoais do ex-presidente e outros 23 sobre temas diversos.

A depender das análises desses primeiros 234 processos, é possível que os outros 1101 também possam ter a perda do sigilo analisada. Entre os casos com a reavaliação na reta estão o do cartão de vacinação de Bolsonaro, o dos gastos públicos com as ‘motociatas’ e sobre as informações de visitas filhos do ex-presidente ao Palácio do Planalto.

Também serão revistos os sigilos sobre pedidos de cachê pagos pela Caixa a artistas e telegramas do Itamaraty que envolvem os nomes de Marielle Franco, Ronaldinho Gaúcho, entre outros. Outro sigilo que está na reta é o imposto sobre o processo disciplinar respondido pelo então general da ativa, Eduardo Pazuello, sobre sua participação em ato político de Bolsonaro, no Rio de Janeiro em 2021.

A derrubada dos sigilos – que impõem uma proteção de 100 anos às informações demarcadas – foi uma promessa de campanha do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Logo após a posse, em primeiro de janeiro, assinou um ato autorizando a devassa do CGU nos processos sob sigilo. Desde então, o principal sigilo caído foi o dos gastos de Bolsonaro no cartão corporativo.

Para o ministro Vinícius de Carvalho, os sigilos usados “de maneira desproporcional” por Bolsonaro representam um retrocesso. “Nos últimos anos testemunhamos alguns retrocessos em relação ao acesso à informações e toda a política de transparência”, disse.

Com Revista Fórum e G1.globo.com

De fato, temo que só o financiamento de motociatas com dinheiro público, com origem nos cartões corporativos, seja suficiente para condenar o Capitão Cebolinha a mais de 100 anos de ilegibilidade.

AGU avalia cobrar Bolsonaro por gastos irregulares com cartão corporativo.

João Roma, candidato bolsonarista ao Governo do Estado, pode explicar melhor o passeio das motos durante a campanha.

A pasta cruza informações das despesas com as datas da campanha e pré-campanha para apurar se o ex-presidente usou dinheiro público com fins eleitorais.

A Advocacia-Geral da União (AGU) estuda cobrar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a devolução do dinheiro público por supostos gastos irregulares com o cartão corporativo da Presidência da República.

Conforme apurou a coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, a AGU tem cruzado informações das despesas do ex-mandatário com as datas da campanha e pré-campanha, com o objetivo de apurar se o dinheiro público foi usada para cobrir despesas com fins eleitorais.

Segundo a publicação, caso seja constatado o uso irregular do cartão corporativo em atividades de campanha o partido de Bolsonaro, PL, também será acionado para ressarcir os cofres públicos.

Um resultado parcial do levantamento da AGU está previsto para sair na próxima e, de acordo com a coluna, a pasta tem orientado que o trabalho seja feito com “discrição” e de forma “exclusivamente técnica”.

Após cair o sigilo dos gastos com o cartão corporativo, vieram a público informações de que o ex-presidente Jair Bolsonaro usou verbas públicas para cobrir gastos com motociatas, além de antidepressivos, diárias de hotel para familiares de férias e comidas como picanha, caviar e camarão.

Bolsonaro alegará ser “preso político” se Alexandre de Moraes decidir prendê-lo.

Falta alguém em Nuremberg

Jair Bolsonaro alegará ser “preso político” e se dirá alvo de “perseguição” caso o ministro Alexandre de Moraes expeça um mandado de prisão.

Da coluna de Paulo Capelli, no Metrópoles.

Bolsonaro alegará ser “preso político” e se dirá alvo de “perseguição” caso Alexandre de Moraes determine sua prisão. O ex-presidente insiste não ter incorrido em nenhuma prática criminosa.

Bolsonaro afirmará, caso alvejado, sofrer perseguição por conta de suas posições quando presidente. Ainda não está claro se o discurso ficaria no campo da retórica ou se seria usado para pedir asilo político.

Também nos EUA, Anderson Torres retornou ao Brasil e se entregou após ter a prisão decretada por Moraes.

A tese de “prisão política” já foi usada pelo principal adversário de Bolsonaro, em circunstâncias diferentes. Há não muito tempo, Lula se dizia perseguido pela Lava Jato. As condenações, no caso do atual presidente, acabaram anuladas pelo STF.

Outro ponto citado por aliados de Bolsonaro para contestar eventual prisão seria a “inconstitucionalidade” do inquérito dos atos antidemocráticos. A alegação é que o fato de o STF ter agido de ofício, em vez de provocado, deslegitimaria a investigação.

Como a coluna informou, seguranças que atuam para Bolsonaro nos EUA lhe recomendaram não voltar ao Brasil nos próximos dias.

Essa postura é contrária à esperada pela classe política, que pleiteia o retorno do ex-presidente ao Brasil para liderar a oposição a Lula.

Em palácio de pouco voto, todos brigam, ninguém tem razão!

Nenhuma descrição de foto disponível.

Relata o site O Bastidor, de Diego Escosteguy:

O dono do PL, Valdemar Costa Neto, e o chefão do PP, Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, tentaram defenestrar Carlos Bolsonaro da campanha de reeleição do presidente nessa semana. Os dois contam com o apoio de Flávio Bolsonaro.

De forma muito sutil, seus emissários tentaram convencer o presidente de que o filho zero dois, ao contrário da eleição de 2018, quando comandou a estratégia das redes sociais do pai, tem potencial mais destrutivo que construtivo.

A avaliação é de que o vereador desagregaria as alianças do presidente.

Flávio e Carlos têm uma relação difícil desde a candidatura do irmão do meio. Ele topou se candidatar a vereador para tirar o mandato da mãe nas eleições de 2000.

De lá para cá, o zero dois culpa o zero um pelos desgastes políticos do pai, como o caso das rachadinhas em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Carlos é investigado pelo mesmo crime pelo Ministério Público do Rio.

Flávio avalia que haverá um desgaste ainda maior na relação com irmão, sendo ele coordenador da campanha e tendo Carlos apitando sobre os rumos da disputa.

Já os chefes partidários avaliam que o filho do presidente, por sua instabilidade e radicalidade, é um risco desnecessário. O argumento é que com PL, PP, PTB e Republicanos, Bolsonaro tem tempo de TV para defender seu governo de ataques de adversários.

Bolsonaro rejeitou de pronto impedir que seu filho trabalhe na campanha. Mas, de acordo com fontes que frequentam a intimidade do presidente, Bolsonaro avalia esconder o filho – não porque concorda com os aliados, mas por considerá-lo emocionalmente vulnerável.

Além dessas rusgas de raposas criadas e peludas, tem os irmãos Weintraub e o Ernesto Araújo, três descarados de marca na paleta, que estão botando a boca no Satanaro, ameaçando lavar a roupa suja em público.

Nessa briga de canalhas, torço sempre pela briga.

O coro dos descontentes vai aumentar muito até as eleições.

Para melhorar a situação, ainda surgiu um velho amigo, para dedurar o esquema das rachadinhas:

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Governo não consegue publicar a página dos feitos dos 1.000 dias.

A Secom não conseguiu argumentos para serem apresentados na vitrine de Bolsonaro e celebração dos “Mil Dias de um governo constitucional, eficiente e fraterno” é cancelada por falta de conteúdo.

A Postagem com título “Mil Dias de um governo sério, honesto e trabalhador” no site oficial do governo Bolsonaro põe no ar texto Lorem Ipsum, no início da tarde desta sexta-feira (15), mas depois o apagou. Três parágrafos do que aparentava ser um ‘poema’ em latim foram descritos nas redes sociais como ‘sem sentido’, bem como foi desqualificado por não ter ‘nenhuma relação com a administração pública’.

O conhecido texto, inspirado num poema de Cícero, “Lore Ipsum” é usado por diretores de arte, gráficos e criadores de agências de propaganda e editoras para exemplificar um lay-out antes da arte definitiva.

A Secom (Secretaria de Comunicação) tirou a página do ar após mais de quatro horas. O post, publicado às 14h52 na página oficial do governo, também continha uma caixa de texto menor com os dizeres “Mil Dias de um governo constitucional, eficiente e fraterno“. Tudo foi apagado por volta de 19h20, conforme apurou o g1.

Texto Lorem Ipsum, para celebrar ‘Mil Dias de um governo sério, honesto e trabalhador’, é apagado do site do Planalto

A tradução do texto pode muito bem ser um retrato da Irretocável Gestão Miliciana:

Até as 13h23m deste domingo a página continuava em branco. Fica difícil mentir em uma página oficial, quando se pode inventar obras nas redes sociais, através de uma grande rede de robôs e elogiar a Inatingível Gestão Soberana de Naro.

O Presidente, eleito como a esperança de 57 milhões de eleitores, nada fez, em três anos de governo, do que confiscar os ganhos ralos do povo, aumentar o desemprego, deixar a fome alcançar 19 milhões de pessoas e jogar outros 100 milhões na chamada insegurança alimentar. A par disso, ficou 6 meses negociando “preços de vacina”, enquanto a segunda onda da pandemia matava cerca de 350 mil pessoas.

Grande fabricante de espuma e de cortinas de fumaça, o presidente Jair Messias Bolsonaro ainda autoriza grandes volumes de propaganda – para órgãos de comunicação associados ao seu governo – dizendo-se o “Melhor Presidente de Todos os Tempos”.

Quando sua equipe de propaganda anuncia “Fechados com Bolsonaro” espera-se, sinceramente, que eles tenham uma leve ideia do que são as prisões de Haia. 

Jornalista lamenta que imagem do Brasil derreta junto com a do Presidente vexamoso.

Sujeito tosco e grosseiro', diz leitor sobre Bolsonaro - 20/09/2021 - Painel do Leitor - Folha

Bolsonaro come com as mãos nuas, sem ao menos a ajuda de um guardanapo de papel: tosco, grosso, arrogante. A figura do Ogro esculpida.

“Ostentar a tosquice diante da vacina eleva o isolacionismo do país e a perplexidade do mundo civilizado”, afirma o jornalista. “Nunca antes a instituição “Presidência da República” foi exposta a tamanho vexame no exterior”

O jornalista André Trigueiro afirmou em seu perfil no Twitter que “nunca antes a instituição “Presidência da República” foi exposta a tamanho vexame no exterior”. Segundo ele, “a imagem do Brasil derrete junto com Bolsonaro”.

Bolsonaro virou piada nos tabloides sensacionalistas do Reino Unido, após encontro com o primeiro-ministro, Boris Johnson, quando afirmou satisfeito que não tomou vacina.

De acordo com Leonardo Sakamoto, jornais também recuperaram declarações de Bolsonaro, de dezembro do ano passado. Criticado por demorar em adquirir vacinas para combater a pandemia, ele disse que a Pfizer não se responsabilizava por efeitos colaterais. E afirmou: “Se você virar um jacaré, é problema seu, pô. Não vou falar outro bicho, porque vão pensar que eu vou falar besteira aqui, né? Se você virar super-homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino”.

Em Nova Iorque, nesta segunda (20), o líder europeu recomendou que todos se imunizassem.

Antes, o prefeito da cidade, Bill de Blasio, disse: “Se você não quer se vacinar, nem precisa vir”.

Durante pronunciamento citando o presidente brasileiro, Blasio: “Com os protocolos em vigor, precisamos enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, principalmente Bolsonaro, do Brasil, que se você pretende vir aqui, você precisa estar vacinado”, afirmou o prefeito.

“Todos precisam estar em segurança e juntos, isso significa que todos precisam ser vacinados”, afirmou. “A grande maioria das pessoas nas Nações Unidas, a grande maioria dos estados-membros estão fazendo a coisa certa”, afirmou o prefeito, conforme noticiou o G1.

‘Tem que todo mundo comprar fuzil’, diz Bolsonaro em meio a crise institucional.

Governadores propõem encontro com Bolsonaro para tentar diminuir crise institucional – Money Times

Por Mateus Vargas, para a Folha

O presidente Jair Bolsonaro voltou a estimular nesta sexta-feira (28) que a população se arme, no momento em que ele mesmo promove uma crise institucional entre os Poderes.

“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado”, disse ele a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.

O presidente ainda ironizou quem se opõe a comprar as armas.

“Eu sei que custa caro. Daí tem um idiota que diz ‘ah, tem que comprar feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, declarou.

Bolsonaro tem feito declarações golpistas e sugerido que as eleições de 2022 podem não ocorrer, caso seja mantido o sistema de votação com as urnas eletrônicas.

Ele ainda convocou a população para atos pró-governo no feriado de Sete de Setembro, e disse no último dia 4 que pode usar “antídoto” fora das “quatro linhas da Constituição”.

Os principais alvos das críticas de Bolsonaro são os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

As Forças Armadas estão no centro da crise institucional entre os Poderes no governo Bolsonaro.

O presidente promoveu no último dia 10 um desfile de tanques em frente ao Palácio do Planalto horas antes de a Câmara rejeitar proposta de voto impresso, ato lido como tentativa de intimidar o Congresso.

Além disso, o ministro da Defesa, Braga Netto, defendeu a discussão sobre a mudança no sistema de votação, ampliando a crise.

O presidente Bolsonaro defende armar a população. Em 2019, ele sancionou lei que ampliou a permissão de posse de arma a toda extensão de uma propriedade rural.

As medidas de flexibilização no acesso às armas fizeram com que o Brasil atingisse, em dezembro de 2020, a marca de 2.077.126 armas legais particulares, 1 para cada 100 brasileiros, como mostrou a Folha.

Os dados fazem parte do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que compilou os números de registros de armas nos sistemas do Exército e da Polícia Federal.

A conta inclui armas legais registradas por cidadãos, por atiradores desportivos, caçadores e colecionadores e armas registradas em nome de empresas, além das armas de uso pessoal de policiais, bombeiros e militares. Não foram contabilizadas as armas que pertencem a instituições do poder público, que somam 359,8 mil.

Comparados aos de anos anteriores, os números apontam para uma escalada no acesso e na circulação de armas particulares no Brasil nos últimos anos.

No Sinarm, sistema de registro de armas da Polícia Federal, o número de armas registradas dobrou entre 2017 e 2020. Eram 638 mil registros de armas ativos em 2017, número que cresceu para pouco mais de 1 milhão em 2019 e atingiu a marca de 1,2 milhão em 2020.

https://twitter.com/i/status/1431313300474765314

Quem tomou Coronavac está morrendo, diz o Messias, mas realidade é outra.

Quem tomou Coronavac está morrendo, diz Bolsonaro, mas realidade é outra

A declaração do presidente vem sendo duramente criticada por cientistas e especialistas.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a vacinação do estado de São Paulo com o imunizante Coronavac. E entrevista à Rádio Capital Notícia Cuiabá, afirmou de forma equivocada, sem comprovação científica, que “quem tomou Coronavac está morrendo”.

“Olha o que está acontecendo com a Coronavac, ninguém tem coragem de falar. Gente que tomou as duas doses, foi infectada e está morrendo. Por que ela está morrendo? Porque acreditou nas palavras do governador de São Paulo que disse que quem tomasse as duas doses da Coronavac e for infectado jamais morrerá e a pessoa fica em casa, achando que tomou as duas doses e não vai morrer e acaba morrendo”, disse o presidente nesta terça-feira (17).

A declaração do presidente, contudo, não tem procedência científica, pois as vacinas não têm 100% de eficácia contra a Covid-19, assim como qualquer outra vacina ou tratamento de saúde.

Em geral, sua proteção é maior para impedir quadros graves, hospitalizações e mortes, mas a proteção pode ser consideravelmente menor para a transmissão ou infecção assintomática.

Assim, mesmo indivíduos vacinados podem contrair o vírus, adoecer e morrer, embora em frequência muito menor do que os não vacinados.

O presidente também se defendeu de afirmações de que o governo decidiu tardiamente a compra de vacinas para o enfrentamento à pandemia. Segundo ele, os imunizantes só foram comprados após estarem disponíveis e com aprovação da Anvisa.

“Quanto às vacinas, o nosso governo tomou todas as providências. Não existia vacina para comprar ano passado, bem como no início do ano não tinha vacina disponível para todo mundo. Tirando os quatro países que produzem vacina, o Brasil está a mais a frente. Eu sempre fui contra comprar vacina sem a certificação da Anvisa”, disse.

Na mesma entrevista o presidente também voltou a defender o chamado tratamento precoce, do qual está sendo acusado de charlatanismo e curandeirismo.

“Quando eu falo em tratamento precoce, a grande maioria tomou ivermectina e hidroxicloroquina. Tem outro produto, lógico que não tem comprovação cientifica, a proxalutamida. Busquei uma maneira de atender o povo, junto com médicos. Então, não é que eu sou um charlatão, curandeiro, nem inventei nada. Eu dei uma alternativa”, disse.

A aplicação da proxalutamida contra a Covid-19, no entanto, carece de aval de agências regulatórias como Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a FDA (o equivalente nos EUA).

Ao contrário de outros medicamentos que Bolsonaro prescreve sem qualquer base científica para lidar com a doença, como a cloroquina e a ivermectina, a proxalutamida ainda não foi descartada como ineficaz nesta pandemia.

Seu uso não teve ainda nenhum estudo publicado em uma revista científica de prestígio. A prática estabeleceu que todo resultado de pesquisa apresentado por cientistas seja revisado por outros especialistas. A rechecagem dos dados feita por pares dá mais solidez ao trabalho.

Da Folha.

Reprovação a Bolsonaro vai a 51%, maior índice desde início do mandato, diz pesquisa.

De Pedro Caramuru para o Estadão

A proporção de brasileiros que reprovam o presidente Jair Bolsonaro ultrapassou fatia de metade da população e atingiu o maior nível desde o início do mandato em 2019, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 8, pelo jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o levantamento, 51% avaliam o governo como ruim ou péssimo, 6 pontos porcentuais a mais que o último levantamento, em maio.

Já os que avaliam a gestão como regular somam 24% da população, 6 pp a menos que há dois meses. Os que avaliam como bom ou ótimo são 24%, número estável desde o levantamento passado. Não responderam somam 1%. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos porcentuais. Foram ouvidas 2.074 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 7 e 8 de julho em 146 municípios.

No Brasil, Jair Bolsonaro atua na base da intimidação direta a repórteres que lhe fazem perguntas © Helvio Romero/Estadão No Brasil, Jair Bolsonaro atua na base da intimidação direta a repórteres que lhe fazem perguntas

A piora da avaliação do governo coincide com os avanços da CPI da Covid e novas denúncias de supostos esquemas de corrupção. A deterioração da imagem presidencial aconteceu principalmente entre a parcela da população que ganha até dois salários mínimos. A avaliação negativa neste grupo cresceu 9 pontos porcentuais em dois meses, de 45% para 54%.

Entre os grupos que reprovam o governo, têm destaque os que preferem o PT, 79% desta fatia, os estudantes, 61%, moradores da região Nordeste, 60% e quem ganha mais de dez salários mínimos, 58%. Dos que aprovam, o governo é bem avaliado por 49% dos empresários, 36% dos que preferem partidos além de PT, MDB e PSDB, 34% dos moradores do Centro-Oeste e 32% de quem tem mais de 60 anos.

The Guardian expõe Bolsonaro sob acusações de corrupção: “aumenta pressão”.

The Guardian expõe Bolsonaro sob acusações de corrupção: “aumenta pressão”

O jornal inglês mostra ao mundo as reportagens brasileiras sobre o presidente brasileiro, que já era acusado de má condução da pandemia e agora revelam que ele estava envolvido em peculato, no esquema das rachadinhas. Veja o texto, em tradução livre.

“O presidente brasileiro ficou sob mais pressão depois de ser pessoalmente implicado em um suposto esquema de corrupção envolvendo a suposta apropriação indébita de salários de sua força de trabalho.

Jair Bolsonaro, um populista de extrema direita que admira Donald Trump, assumiu o cargo em janeiro de 2019 prometendo “libertar para sempre a pátria do jugo da corrupção”.

Na segunda-feira, no entanto, um importante site de notícias brasileiro publicou uma série de relatórios que ameaçavam minar fatalmente a já tênue alegação de Bolsonaro de ser um conservador de vida limpa. O UOL alegou que suas reportagens, chamadas de “vida secreta de Jair” , sugeriam que ele havia presidido um esquema de peculato conhecido como rachadinha durante seus quase 30 anos como legislador da Câmara dos Deputados, entre 1991 e 2018.

Uma matéria do UOL trazia gravações de áudio, obtidas de uma fonte não identificada, nas quais Andrea Siqueira Valle, irmã da segunda esposa de Bolsonaro, supostamente discutia como seu irmão foi demitido do emprego na Câmara de Bolsonaro. “O André causou muitos problemas porque o André nunca devolveu a quantia certa de dinheiro que tinha que ser devolvido, entendeu? Ele deveria devolver 6.000 reais, mas André entregaria apenas 2.000 ou 3.000. Isso continuou por muito tempo, até que Jair disse: ‘Chega – livre-se dele porque ele nunca me devolve a quantia certa’ ”.

No Brasil, a prática ilegal e supostamente difundida pela qual os políticos exigem uma fatia dos salários de seus funcionários é conhecida como rachadinha , uma gíria que pode ser traduzida como “ repartição de salários” ou “ cashback ”. O filho do senador de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, há muito é perseguido por alegações semelhantes de que ele supervisionou tal esquema durante seu tempo como deputado estadual no Rio.

Em uma segunda gravação obtida pelo UOL, a mulher identificada como ex-cunhada de Bolsonaro diz: “Não é nada que eu saiba. Há muito que eu poderia fazer … para ferrar com a vida de Jair. É disso que eles têm medo ”.

As revelações – que o advogado de Bolsonaro rejeitou como sendo baseadas em “fatos inverídicos e inexistentes” – geraram novos apelos para o impeachment de um presidente que já enfrenta a crescente ira pública por sua resposta anticientífica à pandemia de Covid, que matou quase 525.000 Brasileiros. Três manifestações anti-Bolsonaro em massa foram realizadas desde o final de maio, a mais recente no sábado, quando milhares de dissidentes saíram às ruas após alegações de negociações duvidosas envolvendo a compra de vacinas Covid .

“A gestão de Bolsonaro na presidência está se tornando cada vez mais insuportável”, tuitou Vem Pra Rua, grupo de direita que teve papel fundamental no impeachment de 2016 da então presidente Dilma Rousseff.

Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, afirmou que as gravações forneceram fortes evidências de que Bolsonaro presidiu “um esquema mafioso” e a presidência foi capturada por um “conglomerado do crime”.

O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, disse aos jornalistas : “Nenhum esquema de ‘reembolso’ jamais existiu nas câmaras do congressista Jair Bolsonaro ou de qualquer um de seus filhos”.

Bolsonaro está sofrendo um período terrível, mesmo para os padrões turbulentos de sua presidência de dois anos e meio, que os críticos dizem ter infligido danos históricos ao meio ambiente, à saúde pública e à reputação internacional do Brasil.

Em março, seu principal rival político, o ex-presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, voltou ao cenário político, com as pesquisas sugerindo que Lula derrotaria Bolsonaro nas eleições presidenciais do ano que vem.

Em abril, o Senado lançou um inquérito parlamentar sobre a resposta de Covid de Bolsonaro, com suas audiências televisionadas cimentando nas mentes dos eleitores a responsabilidade do presidente pelo caótico – e, alguns agora suspeito, corrupto – tratamento da emergência sanitária. No final de junho, o inquérito ouviu alegações explosivas de que Bolsonaro não agiu depois de ser alertado de suspeitas sobre um acordo de 1,6 bilhão de reais (£ 232 milhões) para importar a bala Covaxin da Índia.

Bolsonaro negou qualquer irregularidade e na semana passada tentou se distanciar das denúncias de corrupção no ministério da saúde, declarando: “Não tenho como saber o que se passa nos ministérios”.

Nos protestos de sábado, no entanto, muitos manifestantes carregaram cartazes denunciando o que chamaram de impacto humano mortal da suposta corrupção dentro da administração de Bolsonaro.

“Quem você perdeu por causa de um dólar?” disse um pôster, em referência a alegações distintas de que um funcionário do ministério da saúde pediu propina de US$1 pela compra de injeções da AstraZeneca.

O cartaz de outro manifestante dizia: “Bolsonaro atrás das grades agora!”

Maurício Machado, garçom de 43 anos que aderiu ao comício, disse: “Ele é corrupto. Ele é um negador. Não sou psiquiatra, mas talvez ele seja psicopata ”.

Apesar dos crescentes apelos pelo impeachment de Bolsonaro – ao qual o partido de direita New acrescentou sua voz na segunda-feira – os especialistas dizem que esse continua sendo um resultado improvável. As avaliações de Bolsonaro estão despencando, mas ele intermediou uma base de apoio robusta, embora caprichosa, no Congresso, incluindo o presidente da câmara baixa, Arthur Lira, que precisaria aprovar os procedimentos de impeachment.

“O impeachment não depende da oposição. O impeachment depende de Arthur Lira ”, disse Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econômico. “E Arthur Lira não deu sinais de querer fazer nada.”

Editado por Urbs Magna

 

Bolsonaro será traído e deposto por militares. E isso explica nervosismo, sugere jornalista.

Bolsonaro será traído e deposto por militares. E isso explica nervosismo, sugere jornalista

Luís Costa Pinto afirma que o presidente “desconfia cada dia mais dos militares que o cercam. E crê ter razões de sobra para manter acesas tais suspeições“. “Um dos catalisadores dos acessos de cólera do presidente é seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão“, diz o colunista


Por Luís Costa Pinto
Originalmente no
BRASIL 247

Augusto Heleno, general-de-Exército da reserva, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, está fora de combate. Tomado por uma crise aguda de depressão clinicamente diagnosticada, submete-se a tratamento rigoroso.

Com o comandante fora da trincheira do GSI, a coordenação da segurança presidencial foi entregue a militares com os quais Jair Bolsonaro não tem intimidade e que não gozam da confiança dos filhos do presidente.

O vereador Carlos Bolsonaro, integrante do clã presidencial que mais se imiscui nos porões palacianos, foi o responsável indireto pela espoleta que fez o pai explodir qual pistola com bala de festim na última segunda-feira em Guaratinguetá (SP).

Tão logo saltou do veículo que o conduzia, Bolsonaro foi saudado por gritos de “genocida!”, “impeachment, já!”, “vacina no braço, comida no prato!”. Sempre aziago, o mal humor presidencial desandou de vez. Ele lançou um olhar enfurecido pelo oficial do GSI responsável pela segurança do evento e passou-lhe uma descompostura de fazer corar até alguns dos sem-vergonha que o acompanhavam (foi o caso da deputada federal Carla Zambelli e do prefeito do município do interior paulista).

A covardia do presidente

Frouxo e covarde, com temor explícito às reações e reprimendas do general Heleno que, sabia, não viriam dado as condições clínicas do militar que comanda o GSI, o presidente então deu vezo às reclamações contra sua equipe: sabia que não haveria rebate pelo superior do militar a quem fora designada a missão de garantir sua segurança em Guaratinguetá.

Àquela altura, ele já fora informado que diversos veículos de imprensa tinham informações dando conta da compra de vacinas indianas Covaxin superfaturadas em 1.000% e o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR) e assessores do ex-ministro Eduardo Pazuello haviam se envolvido diretamente no negócio. Não sabia, ainda, que o site Uol receberia mais tarde o vazamento de um relatório da Agência Brasileira de Informações (Abin, controlada por militares) levantando suspeitas sobre a fortuna e o rápido enriquecimento do amigo Luciano Hang, o grotesco dono das Lojas Havan.

Exalando o mau humor que lhe é peculiar e o azedume dos maus bofes que marcam a sua personalidade, Jair Bolsonaro explodiu contra os repórteres que improvisaram uma entrevista coletiva no corredor que era caminho único para seu evento no interior paulista. Sem guardar resquícios da compostura exigida para um Chefe de Estado, soltou impropérios contra a imprensa em geral e a Rede Globo e a TV CNN em particular (também lançou perdigotos ao léu, contra as repórteres encarregadas de cobrir o ato, ao tirar ilegalmente a máscara em meio a um acesso de ira quase animal).

No regresso ao comboio presidencial, o oficial do GSI destacado para coordenar aquele deslocamento da comitiva presidencial foi mais uma vez desancado como égua arisca nas mãos de capataz bêbado em estrebarias de fazendas de gado nos rincões de Goiás.

Militares geram desconfiança

Bolsonaro desconfia cada dia mais dos militares que o cercam. E crê ter razões de sobra para manter acesas tais suspeições.

Um dos catalisadores dos acessos de cólera do presidente é seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão. Nos últimos cinco dias, em pelo menos três pronunciamentos públicos, Mourão deixou claro que não é ouvido pelo titular da chapa por meio da qual galgou à vice-presidência. A um interlocutor comum dele e do cabeça-de-chapa de 2018 disse que não há “nosso governo”.

Haveria, sim, um “governo dele (Bolsonaro)”. Os erros e descaminhos da gestão, portanto, seriam frutos exclusivos das escolhas e das companhias do presidente da República.

Jair Bolsonaro sabe que não era a primeira opção dos militares na última eleição. Organizados nos Clubes Militares, os oficiais da reserva até denotavam uma preferência por eles. Mas, além de não terem voz ativa, eram minoria. Liderados pelos generais Sérgio Etchegoyen, Eduardo Villas-Boas e Silva e Luna, os quarteis do Exército não escondiam desconforto pelo primarismo de Bolsonaro. Torciam pela decolagem, na campanha, de nomes como Geraldo Alckmin, João Amoedo e até Luciano Huck (que refugou no lançamento de sua candidatura).

A greve dos caminhoneiros de maio de 2018, episódio que terminou de derrubar quaisquer aspirações de Michel Temer a sair um pouco melhor do Palácio do Planalto depois de ter usurpado a cadeira presidencial entrando pela porta dos fundos na sede de governo, pôs os militares definitivamente na mediação da crise política nacional. Bolsonaro cresceu naquele momento, disseminou o próprio nome entre os grevistas, mas, não foi ali que se converteu na alternativa militar.

Disputando pelo obscuro PSL, Jair Bolsonaro só passou a ser o “Plano Único” dos estrategistas fardados depois do episódio do atentado a faca do qual foi vítima em Juiz de Fora (MG). Divisor de águas no curso da campanha e responsável por determinar uma guinada patética da cobertura da mídia no processo eleitoral, a conversão do atual presidente em “vítima” do sistema (algo que nunca foi, muito pelo contrário) concedeu ao seu nome um verniz de outsider. Era um falso brilhante. O verniz, contudo, foi decisivo para a vitória.

Generais manobraram a Justiça

Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional de Temer, e Eduardo Villas-Boas, chefe do Estado Maior do Exército sob Dilma e que seguiu no posto após o golpe jurídico/parlamentar/classista que apeou a ex-presidente porque serviu à construção do enredo golpista, foram personagens ativos na ascensão eleitoral de Bolsonaro em 2018 no curso de uma campanha assimétrica.

Etchegoyen entrincheirou-se no Tribunal Superior Eleitoral e, em reuniões nas quais inflava o clima de conspiração e de conflagração nos quarteis, açulou os ministros da Corte eleitoral a concederem benefícios de campanha a Bolsonaro – tais como dar uma entrevista individual à TV Record no mesmo dia e hora do derradeiro debate entre os candidatos no primeiro turno.

Alegando mal-estar, Bolsonaro recusara o convite para o debate. No segundo turno, o TSE, por meio de uma decisão do então ministro Admar Gonzaga, permitiu que todos os debates fossem cancelados, no lugar de terem sido convertidos em entrevistas. O candidato apoiado explicitamente pelos militares transformou sua campanha em notas oficiais lidas em off pelos telejornais, ausentando-se do debate de ideias e do cotejamento de propostas.

A urdidura de Etchegoyen teve o auxílio vergonhoso de Admar Gonzaga, então ministro do TSE que havia sido advogado de Carlos Bolsonaro e deixou o tribunal por lhe terem sido impostas contingências da Lei da Maria da Penha (foi acusado de agredir a esposa). Ao deixar o TSE, Gonzaga virou advogado e secretário-geral do grupo que tenta criar um partido para Bolsonaro.

Villas-Boas, como é público e notório, é réu confesso do crime de ameaça ao Supremo Tribunal Federal. Em dois tuítes, na véspera de a Corte Suprema decidir sobre a possibilidade, ou não, de o ex-presidente Lula disputar a Presidência (ele era o favorito naquele momento em todas as pesquisas pré-eleitorais do pleito de 2018), o então Comandante Geral do Exército soprou eflúvios de veneno golpista e de interrupção da construção democrática brasileira caso o STF não tirasse Lula da corrida eleitoral. Acovardados, os ministros do Supremo acolheram a chantagem militar.

Os comandantes foram ingênuos?

Ouriçados com a vitória do pupilo, os comandantes militares das três forças estavam crentes na capacidade que teriam para tutelar a criatura primária, de rala formação moral e escasso preparo intelectual, que se elegera.

Péssimos estrategistas, os integrantes da cúpula militar estavam enganados. Na melhor das hipóteses, foram ingênuos em demasia. Ninguém tutela um presidente da República eleito com 54 milhões de votos, tampouco uma personalidade deformada como a de Jair Bolsonaro. Ele é um ser acometido de possessões diárias da “Síndrome da Pequena Autoridade”, os mesmos desvios de caráter e de conduta que se verificam nos famosos “guardas da esquina” nos processos de ascensão de regime nazi-fascistas.

Quanto mais reivindica lealdade dos militares a seu projeto de poder personalista, dando pistas de que não se resignará a uma derrota nas urnas de 2022 que parece iminente e óbvia a dezesseis meses do pleito, mais distante Bolsonaro fica da meta almejada de reunir o consenso das Forças Armadas a si.

Tendo cruzado o rubicão da política e aberto os portões dos quarteis para um debate franco em torno de opções eleitorais – o que é descabido e impensável entre militares profissionalizados e ciosos do papel de garantidores da Constituição que detêm – os atuais comandantes das três forças desejam se manter influentes e afluentes no poder. Contudo, sabem que o caminho tomado por Bolsonaro inviabiliza da manutenção do Brasil no rol das nações consideradas democracias institucionais maduras.

Não passa pela cabeça nem pela prancheta dos comandos militares brasileiros quaisquer tipos de golpes tradicionais como o de 1964. Há uma janela aberta, com fresta exígua, para um golpe parlamentar como o de 2016 que depôs Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade – fazer o presidente da Câmara, Arthur Lira, mudar de lado nos próximos meses e aceitar um pedido de impeachment.

Um impeachment clássico (razões e crimes de responsabilidade não faltam no prontuário de Bolsonaro) é o melhor caminho para conservar o esmalte “democrático” do Brasil no exterior e dar margem e poder de manobra para o vice Hamilton Mourão convocar um breve governo de “conciliação e união” do centro à direita e tentar se viabilizar candidato ou inventar uma chapa “liberal-democrática” com seu apoio nos moldes do que foi construído pela dupla Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso em 1994.

Bolsonaro e “O Retrato de Dorian Gray

No momento, uma certeza dilacera os militares que colaram suas reputações e seus projetos pessoais em Jair Bolsonaro: ele perde a eleição para qualquer um em 2022 e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, é o favorito em todos os cenários pré-eleitorais.

Na caserna, não se crê em recuperação da economia, muito menos no programa de privatizações vendido pelo ministro Paulo Guedes como panaceia – espécie de cloroquina econômica. Só ao custo de uma divisão inédita dos comandos militares as Forças Armadas perfilariam a favor de uma aventura de não reconhecimento do resultado do pleito presidencial.

A imagem de Jair Messias Bolsonaro afixada nas fotos oficiais dos QGs brasileiros assemelha-se, a cada dia que passa, ao retrato de Dorian Gray, no romance homônimo do escritor e dramaturgo britânico Oscar Wilde.

Assim como o personagem de Wilde, Bolsonaro vendeu sua alma aos comandantes militares e firmou uma profissão de fé de que seriam felizes juntos e para sempre no comando do País. Contudo, ao se descobrir Presidente, acreditou ser onipotente e deixou vazar os matizes mais grotescos e bizarros de sua alma deformada. Assustados com as perversões que ajudaram a implantar no Palácio do Planalto e envergonhados com a péssima figura externa que o Brasil faz hoje no mundo, os chefes das Forças Armadas querem apagar a foto e exorcizar a culpa que têm por terem-na encomendado. Dar cabo dessa missão, entretanto, é tarefa para um Estadista – e não há biografias disponíveis no espectro de direita com tamanha envergadura para suportar a dimensão desse adjetivo superlativo.

Washington Post diz que Bolsonaro prepara golpe contra quem quer tirá-lo da presidência.

“O presidente brasileiro já contribuiu muito para o agravamento da pandemia covid-19 em seu próprio país e, por meio da disseminação da variante brasileira, pelo mundo. Ele não deve ter permissão para destruir uma das maiores democracias do mundo também”, diz o jornal dos EUA.

Em editorial nesta sexta-feira (2), o jornal Washington Post, um dos mais influentes dos EUA, afirma que “em vez de lutar contra o coronavírus, Bolsonaro parece estar preparando as bases para outro desastre: um golpe político contra os legisladores e eleitores que poderiam removê-lo do cargo”.

Entre as ameaças vistas por Bolsonaro, segundo o Post, estariam os pedidos de impeachment no congresso e “o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva emergindo como um potente adversário nas eleições do ano que vem”, fatores que teriam motivado as demissões dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, além das trocas em ministérios.

“As medidas foram suficientes para levar seis prováveis ​​candidatos à presidência a emitir uma declaração conjunta alertando que ‘a democracia do Brasil está ameaçada’. ‘O claro plano de apoio do Bolsonaro’, escreveu o editor-chefe Brian Winter no Americas Quarterly, ‘é ter tantos homens armados do seu lado quanto possível no caso de um impeachment ou um resultado adverso na eleição de 2022′”, diz o jornal, sobre o armamento de grupos de apoiadores pelo presidente brasileiro.

O WP lembra que mesmo após três decadas de consolidação das instituições democráticas “há motivos para preocupação” e fala da “admiração” de Bolsonaro pela ditadura militar que governou o país nas décadas de 1960 e 1970.

“O presidente brasileiro já contribuiu muito para o agravamento da pandemia covid-19 em seu próprio país e, por meio da disseminação da variante brasileira, pelo mundo. Ele não deve ter permissão para destruir uma das maiores democracias do mundo também”, afirma o jornal estadunidense.

Desespero: Bolsonaro ofende Lula e ameaça povo com ditadura..

Editado pelo DCM

Após disparar ofensas contra o ex-presidente Lula, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez duras críticas ao lockdown imposto por governadores e prefeitos; e até comparou o toque de recolher ao estado de sítio.

“Eu sou a pessoa mais importante nesse momento, faço o que o povo quiser, devo lealdade ao povo”, começou Bolsonaro.

O presidente disse também: “Não quer ser tratado como “mito, Messias, herói nacional, longe disso, apenas respeito, apenas entender o que eu tenho que fazer para evitar o caos”.

Na sequência, ele comparou a parábola do sapo fervido com as medidas restritivas de combate à Covid-19 e concluiu: “Assim se rouba a liberdade de um povo, é devagar, olha Brasília, estado de sítio”.

“O que está em jogo não é nem seu prato de comida, é a sua liberdade. Repito. Eu faço o que o povo quiser. Digo mais, eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. As Forças Armadas acompanham o que está acontecendo. As críticas em cima de generais, não é o momento de fazer isso”, afirmou .

“Essa crítica de esculhambar, nós vivemos o momento de 1964 e 1985, você decida aí, pense o que você pensou sobre aquele período”, sugeriu Bolsonaro.

Se tiver estomago forte, veja a live completa de Bolsonaro:

Voz aos imbecis e cargos ao canalhas

Internautas estão compartilhando com velocidade a frase da semana:

“Bolsonaro deu dignidade aos ignorantes, elevou a auto-estima dos idiotas, valorizou a estupidez, deu voz aos imbecis e cargos aos canalhas” (Via Manuel Damas)

Eu acrescentaria: e agora faz os últimos preparativos para a pancada final do golpe junto com a nata do banditismo tupininquim.

Aprovação de Bolsonaro cai de 37% para 26% em uma semana.

O golpe na popularidade do Soberano foi tão forte que ele se animou até a confrontar o Mercado Financeiro e determinar a concessão da esmola às faixas mais vulneráveis do País, os famélicos, as mães chefes de família, aos desempregados e aqueles cuja idade ou doenças não permitem mais trabalhar, já que a Previdência se ausentou do País.

 Em 15-04-2018, pesquisa Data Folha indicava o seguinte:

Lula tem 31%, Bolsonaro, 15%, Marina, 10%, aponta pesquisa Datafolha para 2018.

Bolsonaro já destacava como desafiante de Lula da Silva, com a metade dos votos, mesmo estando o ex-presidente preso. Veja:

  • Lula (PT): 31%

  • Jair Bolsonaro (PSL): 15%

  • Marina Silva (Rede): 10%

  • Joaquim Barbosa (PSB): 8%

  • Geraldo Alckmin (PSDB): 6%

  • Ciro Gomes (PDT): 5%

  • Alvaro Dias (Podemos): 3%

  • Manuela D’Ávila (PC do B): 2%

  • Fernando Collor de Mello (PTC): 1%

  • Rodrigo Maia (DEM): 1%

  • Henrique Meirelles (MDB): 1%

  • Flávio Rocha (PRB): 1%

  • João Amoêdo (Novo): 0

  • Paulo Rabello de Castro (PSC): 0

  • Guilherme Boulos (PSOL): 0

  • Guilherme Afif Domingos (PSD): 0

  • Em branco / nulo / nenhum: 13%

  • Não sabe: 3%

Hoje no poder, apesar da massiva propaganda nas mídias sociais, na TV e nos jornais, algumas delas com informações errôneas, Bolsonaro está voltando para o seu nicho de 15%.

A má gestão da pandemia, o desemprego, a inflação galopante e os resultados pífios da economia, além de uma gestão errática, em que as verdades do “chiqueirinho”, proferidas pela manhã, são desmentidas à tarde, fizeram de Bolsonaro um alvo móvel da opinião pública.

A pressão política em cima de Bolsonaro é tão forte que ele precisou comprar o Centrão para se assegurar de que não será iniciada uma ação de impedimento.

Infelizmente é isso que o PT e uma parte das oposições desejam: que Bolsonaro se desentregue até as eleições para lá chegar desmascarado.

Lhe restará então um pequeno grupo de fanáticos, anarco-fundamentalistas de direita, que, ainda durante o processo eleitoral tentarão uma aventura institucional.

Ninguém é capaz de prever o resultado de tal evento, dada ao afrouxamento da militância oposicionista e da covardia inerente aos líderes das instituições. Não dispomos mais de líderes como o Leonel Brizola da legalidade.

Os freios e contrapesos do regime democrático serão, então, colocados à prova.

Com aprovação em queda, Bolsonaro deve apelar para pautas de costumes.

Foto Shutterstock

De Jussara Soares em O Globo.

Com a aprovação do presidente Jair Bolsonaro em queda, integrantes do governo traçaram um plano para reduzir a pressão provocada pela condução problemática na pandemia e tirar o Palácio do Planalto da defensiva — um representante do primeiro escalão definiu o momento como o de “levantar voo”.

Este grupo avalia que, para mobilizar a militância, é necessário levar adiante pautas ligadas à agenda dos costumes, como o ensino domiciliar, e a temas relevantes para setores do bolsonarismo, como a flexibilização do porte de armas, o direito de andar armado na rua.

De acordo com o Datafolha, o índice dos que consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo passou de 32% para 40% no intervalo de um mês.

Dentro do colégio eleitoral do País, de 147,9 milhões de eleitores, a perda desses 8 pontos percentuais poderiam significar 11.832.000 defecções do bolsonarismo nas próximas eleições.

Auxiliares do presidente avaliam que as eventuais eleições de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado, aliados do Executivo, obrigarão Bolsonaro a se dedicar a uma agenda de reformas e privatizações, visto que não poderá mais atribuir insucessos ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Uma reforma ministerial também é defendida para que Bolsonaro consiga reorganizar a casa e dar um novo gás à sua gestão. A avaliação do grupo político que se aproximou do presidente é que o excesso de militares trava o andamento do Governo.

Também é considerado essencial que se consiga dar fluxo à vacinação contra a Covid-19. A despeito das declarações do presidente desde o início da crise sanitária minimizando a doença, auxiliares acreditam que é possível reverter a imagem de que Bolsonaro foi displicente à medida que o número de pessoas vacinadas aumentar, e a pandemia arrefecer.

De acordo com interlocutores do Planalto, o presidente também deverá retomar o discurso do combate à corrupção. A avaliação é que, com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, esta bandeira foi deixada de lado.

Bolsonaro diz que agora tem a ‘conversinha’ de segunda onda do coronavírus

Por Emilly Behnke, no Estadão

O presidente Jair Bolsonaro chamou de “conversinha” a possibilidade de uma segunda onda de contágio do novo coronavírus no Brasil. Para apoiadores nesta sexta-feira, 13, ele disse que se houver uma nova onda do vírus é preciso “enfrentar”, caso contrário o País se tornaria uma nação de “miseráveis”. Na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro falou sobre a pandemia da covid-19 ao comentar a atuação do ministérios de seu governo.

“Vocês vejam o que era antes, como eram os ministérios, como tudo era aparelhado no Brasil, e como estão funcionando apesar dessa pandemia aí, que nos fez gastar mais de R$ 700 bilhões”, comentou. “E agora tem a conversinha de segunda onda. Tem que enfrentar se tiver (segunda onda). Se quebrar de vez a economia seremos um País de miseráveis. Só isso”, declarou.

Jair Bolsonaro, presidente do Brasil © Gabriela Biló/Estadão Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

Nesta semana, enquanto países europeus já registraram indícios de uma segunda onda e o número de casos se mantém alto nos Estados Unidos, Bolsonaro minimizou a pandemia e disse o Brasil “tem que deixar de ser um País de maricas” e enfrentar a doença. “Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um País de maricas”, afirmou nesta terça-feira em evento no Palácio do Planalto.

Em conversa com apoiadores hoje, Bolsonaro evitou responder sobre quando um imunizante contra a covid-19 chegará ao Brasil. Ele reforçou ainda seu posicionamento contrário uma vacinação obrigatória. “Não vou fazer exercício de futurologia para você, tá certo? Tem certas coisas que não pode correr”, respondeu a uma apoiadora que perguntou sobre quando a vacina estaria disponível.

Na sequência, o chefe do Executivo comparou a vacina a um “produto bélico”. “Toda a vacina é igual produto bélico, nenhum país compra um armamento de outro país se aquele país não tá usando aquilo lá”, disse. “Se a gente quiser comprar uma vacina de um país X, aquele país tem que vacinar seu povo para mostrar que ‘olha, estamos botando no nosso povo para provar que não tem problema’, daí vem para cá e no que depender de mim nunca jamais será obrigatória”, declarou.

Na terça-feira, 10, Bolsonaro intensificou a campanha contra um imunizante chinês ao dizer, sem provas, que a Coronavac causaria morte e invalidez. Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interromper os testes do item por causa de um “evento adverso”, o presidente afirmou, nas redes sociais, ter “ganho mais uma” em relação ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Desafeto político de Bolsonaro, Doria tem divergido do presidente quanto ao desenvolvimento de uma vacina. Na quarta-feira, 11, a Anvisa autorizou a retomada dos testes, que são conduzidos pelo Instituto Butantã, do governo paulista.

Olha aí o povo fazendo uma vaquinha pelo Bolsonaro.

Piada corrente nas mídias sociais. Dois amigos se encontram no final-da-tarde e um deles, com cara de nervoso, conta ao compadre:

– O Bolsonaro foi sequestrado e estão pedindo US$ 50 milhões de resgate. Se não pagar, vão jogar gasolina e atear fogo nele. 

Estamos fazendo uma vaquinha para ajudar. Você quer participar?

O outro conta mentalmente os caraminguás que traz no bolso, pensa duas vezes e para não parecer insensível, pergunta:

– Na média, quanto o  pessoal está doando?”

O nervoso, agora com um sorrisinho sarcástico no canto da boca, responde:

– Em torno de 5 a 10 litros.

Bolsonaro decide comprar armas nos EUA e irrita setores do Exército

Foto publicada pelo presidente Jair Bolsonaro na qual ele faz mira em uma submetralhadora Foto: Reprodução do Instagram

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de comprar armas para as polícias no exterior criou incômodo em setores do Exército e selou de vez o divórcio do governo com a indústria nacional de segurança.

O Ministério da Justiça está elaborando um plano para instalar, por meio de portaria, uma comissão provisória com representantes da pasta, da PF (Polícia Federal) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) nos Estados Unidos.

Primariamente, o objetivo é comprar armas para esses órgãos, mas o ministério informou que pretende atender estados interessados por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Da Folha, editado pelo DCM

Business, business only. O esquemão publicitário de Bolsonaro que não é financiado pelo Governo, custa caro. Vem aí uma longa campanha eleitoral. O esquema da rachadinha é coisa do passado. Agora precisa de dinheiro de alto calibre. Onde estão os generais nacionalistas e a Imbel, Avibrás, INA, Engesa (que fazia até grandes tratores), sem falar na Forjas Taurus e Amadeo Rossi, que durante anos exportaram armas leves até para os Estados Unidos?

Câmara recebe nesta quarta o 56º pedido de impeachment de Bolsonaro.

Bolsonaro: as férias estão chegando. Tic-tac.

A Câmara dos Deputados deve receber nesta quarta-feira (12) o 56º pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. Desta vez, mais de 150 organizações do movimento negro brasileiro se reuniram na Coalizão Negra por Direitos para assinar o pedido de afastamento do presidente. Os juristas proponentes da ação são Maria Clara D’Ávila, Sylvia Oliveira, Sheila de Carvalho, Silvio Almeida, Vera Lúcia de Araújo e Wanderson Nunes.

O pedido aponta crimes de responsabilidade na violação dos direitos individuais e sociais por negligência no combate à pandemia do novo coronavírus, insuficiência de medidas voltadas à população mais vulnerável e crimes atentatórios às instituições democráticas por parte de Bolsonaro. A coalizão lembra ainda que as mais de 100 mil mortes por Covid-19 têm cor, classe social e acontecem em territórios de maioria negra, assim como a maioria que depende do auxílio emergencial do governo é negra.

O grupo aponta violação de pelo menos nove direitos: direito constitucional à vida e à segurança individual; direito constitucional e universal à saúde; direito constitucional à saúde pública; direito à não-discriminação racial; direito ao patrimônio histórico e cultural das comunidades quilombolas; direito ao acesso à informação e liberdade de expressão; direito ao livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados; regime democrático e princípios constitucionais da probidade administrativa.

O documento tem apoio também de mais de 600 instituições e entidades de todo o país, centenas de trabalhadores e trabalhadoras domésticas, da saúde, informais, de aplicativos, da construção civil, do samba, da educação, jovens de Slams e fluxos de funk, ativistas de favelas, babalorixás e ialorixás, padres e pastores, quilombolas, ribeirinhos, camponeses e pescadores. Também assinam personalidades públicas, como Vilma Reis, Sueli Carneiro, Emicida, Antônio Pitanga, João Gordo, Nando Reis e o ex-goleiro Aranha.

Manchetes nada recomendáveis

  1. Abraham Weintraub comemora nomeação para a Diretoria do “Bamco Mundiau” e diz que vai investigar alta das “cotassões” do “heuro com o reau”.

  2. Quase 100.000 mortes: Bolsonaro diz que a culpa é da tomada de três pinos.

  3. De hoje em diante pode cortar a energia dos inadimplentes. Pobre sem TV, celular e luz vai resultar em aumento da população.

  4. A gasolina e a carne aumentam. Está acabando a população carnívora e motorizada. Agora teremos vegetarianos ciclistas. Saúde!

  5. Economistas escolhem novo presidente do Banco do Brasil. Missão: vender o Banco e perder o emprego.

O pato do golpe de 2016 está corongoso. Oh! que dózinha!

Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que esteve com Jair Bolsonaro em Brasília no dia 3 de junho, está contaminado com Covid-19, segundo a entidade.

Ele realizou um novo exame para detectar a doença nesta terça-feira (14), após ter passado por testes molecular e rápido que tinham dado resultado negativo.

A Fiesp afirma que na segunda-feira (13) à noite, Skaf se sentiu indisposto, teve febre e foi orientado a refazer os exames. Por indicação o médica, ele permanece internado no Hospital Sírio Libanês e apresenta pneumonia leve.

Depois de blefar sobre golpe, Bolsonaro entrou no modo Mandrake.

Por Moisés Mendes.

Há um esforço inútil da grande imprensa, mesmo a declaradamente antibolsonarista, para definir a atual situação de Bolsonaro como uma estratégia.

O sujeito teria se aquietado porque tem método. Bolsonaro está na verdade no modo Mandrake. Não há método algum.

Bolsonaro foi paralisado pela sequência de fatos, incluindo declarações e decisões, principalmente vindas do Supremo, que o advertiram para que parasse de blefar com a ameaça de golpe.

Ele e seus seguidores pararam de falar do tal artigo 142 da Constituição e do presumido poder moderador dos militares. Era uma conversa enjoada e repetitiva.

Bolsonaro e seus generais não se calaram de repente. Foram se calando aos poucos, até se afastarem das manifestações golpistas de domingo em Brasília.

As reações ao golpe, inclusive nas ruas, esculhambaram com o programa de Bolsonaro e dos militares que apareciam até de helicóptero para acenar para Sara Winter e os fascistas que atacavam o Supremo.

Por isso Bolsonaro não adota uma estratégia. Não há o que fazer a não ser ficar parado. Bolsonaro é refém do próprio truque.

A última bordoada nas suas ameaças foi dada por O Globo (como recado de toda a organização), que publicou o editorial de 23 de junho com este título: “Um golpe que passa do delírio à farsa”.

Toda a chamada mídia alternativa e os blogueiros de esquerda já haviam denunciado a fraude. Mas a Globo deu a cacetada.

A Globo avisou Bolsonaro: nós estamos sabendo, por nossas fontes nas Forças Armadas, que o teu golpe era um delírio e que agora é uma farsa.

A partir dali Bolsonaro se aquietou. Na sequência, as pesquisas do DataFolha reafirmaram que a população não quer saber de golpe nem de poder militar. E ainda prenderam Queiroz.

Se do delírio à farsa foi um pulo, da farsa para o encolhimento foi um passo. Bolsonaro é hoje um sujeito paralisado à espera de um milagre.

Globo diz que prisão de Queiroz enquadrou Bolsonaro.

“A prisão de Queiroz pode ter ajudado Bolsonaro a entender que prejudica a si mesmo tentar governar como se tivesse um impossível poder absoluto. Causar danos à estabilidade institucional também o afeta”, aponta editorial do jornal dos Marinho.

Uma eventual delação de Queiroz pesa como a espada de Dâmocles sobre a cabeça dos Bolsonaro.

O jornal O Globo, da família Marinho, avalia que Jair Bolsonaro foi enquadrado com a prisão de Fabrício Queiroz, que estava escondido em imóveis de Frederick Wassef, advogado do clã, em imóveis localizados, por ironia do destino, nas cidades de Guarujá (SP) e Atibaia (SP).

“Nas oscilações de humor político, o presidente Bolsonaro tem cumprido um período de rara calmaria, sem agredir e ameaçar as instituições e o jornalismo profissional, um exercício que ele vinha praticando com regularidade. Há quem encontre na prisão de Fabrício Queiroz — um amigo de longa data que ele aproximou dos filhos — a explicação desta mudança para melhor no seu comportamento”, aponta editorial do Globo deste sábado.

“O enquadramento de Bolsonaro em padrões condizentes com o cargo, coincidência ou não, tem se propagado no governo”, reforça o texto, que cita a demissão de Abraham Weintraub e a passagem do general Tamos para a reserva.

“A prisão de Queiroz pode ter ajudado Bolsonaro a entender que prejudica a si mesmo tentar governar como se tivesse um impossível poder absoluto. Causar danos à estabilidade institucional também o afeta”, finaliza o editorialista.

“O enquadramento de Bolsonaro em padrões condizentes com o cargo, coincidência ou não, tem se propagado no governo”, reforça o texto, que cita a demissão de Abraham Weintraub e a passagem do general Tamos para a reserva.

“A prisão de Queiroz pode ter ajudado Bolsonaro a entender que prejudica a si mesmo tentar governar como se tivesse um impossível poder absoluto. Causar danos à estabilidade institucional também o afeta”, finaliza o editorialista.

Do portal 247, editado.

Datafolha: 40% ainda consideram Bolsonaro “inteligente”.

Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (26) aponta que 54% dos eleitores consideram Jair Bolsonaro “pouco inteligente”. Por outro lado, 40% o consideram “muito inteligente”. Seis porcento não souberam responder.

Os dados se referem a levantamento realizado, por telefone, nos dias 23 e 24 de junho, com 2.016 pessoas de todo o país.

Os números deste ano diferem do levantamento feito em abril de 2019, quando Bolsonaro estava no quarto mês de mandato. Na ocasião, 58% o consideraram “muito inteligente” e 39%, “pouco inteligente”.

A recém-divulgada avaliação de Bolsonaro piora em alguns recortes da população. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 67% o consideram “pouco inteligente”. Entre os eleitores com curso superior, o percentual é de 61%.

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, têm percepção favorável à inteligência de Bolsonaro aqueles que dizem “viver normalmente” durante a pandemia de coronavírus. Nesse grupo, 65% consideram Bolsonaro “muito inteligente”.

O dado é semelhante no Sul do país, uma das bases do bolsonarismo. Na região, 48% o consideram “muito inteligente”.

A percepção de inteligência do presidente da República foi avaliada também em mandatos anteriores. Não foi registrado questionamentos sobre a inteligência de Luiz Inácio Lula da Silva ou de Dilma Rousseff.

De 2003 a 2006, a avaliação de inteligência de Lula esteve entre 52% e 69%. Já quanto a Dilma, a percepção de inteligência variou entre 66% e 85% de 2011 a 2015.

A pesquisa questionou também sobre outras características de Bolsonaro.

O resultado: 58% consideram despreparado para o cargo, 64% o consideram autoritário, 52% o veem como incompetente, 58% o consideram indeciso, 58% acreditam que ele respeita mais os riscos.

Por outro lado, 48% o acham honesto, e 40% o consideram desonesto. Empate técnico no item sinceridade: 48% consideram Bolsonaro sincero e 46% o consideram falso.

Quanto à avaliação do governo, Bolsonaro é considerado “ótimo ou bom” para 32% dos entrevistados; “regular” para 23%; e “ruim ou péssimo” para 44%.

Do bahia.ba, editado.

Que o sanfoneiro toque novamente a Ave Maria, em preito à inteligência do Napoleão de Hospício.

O Brasil hoje, visto de perto por Laerte.

Bolsonaro incentivando milicianos a invadir hospitais para mostrar “leitos vazios”. A cineasta Petra Costa, do documentário Democracia em Vertigem, pergunta no Twitter:

O que a gente faz com um presidente genocida que manda seus seguidores a chutar portas de leitos e fazer quebra-quebra nos HOSPITAIS em plena pandemia?

O que mais precisa acontecer para a gente entender que esse sujeito perverso e desalmado não pode continuar no cargo?

Apenas 22% das mulheres ainda acreditam em Bolsonaro, diz pesquisa.

As mulheres realmente são o sal da terra. Pesquisa divulgada hoje do Poder 360 afirma que apenas 22% delas aprovam o Governo Bolsonaro, enquanto 50% acham seu governo ruim ou péssimo. Entre os homens, essa aprovação pula para 35%.

No Nordeste, Bolsonaro tem a menor aprovação, 19%, com rejeição absoluta de 59%, nada que não replique o resultado das urnas de 2018, quando o Capitão perdeu em todos os estados da Região.

No quesito escolaridade, tanto os analfabetos, 21%, como aqueles que tem um diploma universitário, 22%, são as faixas onde Bolsonaro tem menor aprovação. Entre os graduados, a rejeição a Bolsonaro alcança 63%.

Na classe daqueles que tem maior renda, acima de 10 salários mínimos, é justamente onde Bolsonaro tem a menor aprovação, 21%, com rejeição acima de 66% e apenas 13% que acreditam seu governo “regular”.

Veja a íntegra da pesquisa clicando aqui.

Trump já escondido em um bunker na Casa Branca. Será que Bolsonaro não viu o exemplo?

Andando a cavalo, presidente Jair Bolsonaro passa por manifestação de apoiadores em frente ao Palácio do Planalto. Imagem: Wagner Pires/Futura Press/Estadão Conteúdo. Ele comemora o quê: as 30 mil mortes, os milhões de desempregados ou a violenta queda na economia?

Defensores do confronto social, do racismo, da misoginia, do preconceito e de palavras de ordem neo-nazistas, Trump e Bolsonaro se deram muito bem entre si. Se chamam de amigos.

Por um fato isolado de violência policial, Trump teve que ser levado para a proteção de um bunker na Casa Branca, como Hitler em seus últimos dias.

As coisas acontecem assim: um mártir, um rastilho de pólvora e as pessoas começam a ser caçadas na rua. Ontem, torcidas organizadas entraram em confronto com neo-nazistas na avenida Paulista. O que acontecerá nos próximos meses no Brasil? 

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fizeram uma manifestação na manhã de deste domingo (31), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em meio ao acirramento das relações entre o governo e o STF (Supremo Tribunal Federal), alguns manifestantes carregaram faixas com os dizeres “abaixo à ditadura do STF” e “intervenção militar”. Havia ainda uma bandeira pedindo “intervenção no STF”.

Em live transmitida em suas redes sociais, o presidente sobrevoou o local de helicóptero e acenou para os manifestantes. Depois que a aeronave pousou, Bolsonaro, sem usar máscara, percorreu o cercado onde se aglomeravam os manifestantes, contrariando as orientações de autoridades sanitárias para manter distanciamento social por causa do novo coronavírus. O mandatário também pegou uma criança no colo.

Imagens transmitidas pela CNN Brasil mostraram que o presidente ainda andou a cavalo durante a manifestação. Bolsonaro ficou por cerca de 25 minutos no local e dirigiu-se ao Palácio da Planalto, antes de retornar ao Palácio da Alvorada.

A manifestação foi convocada por redes sociais e a concentração começou por volta das 10h. O presidente chegou ao local por volta das 12h. O uso de máscara no Distrito Federal é obrigatório como medida de prevenção contra a Covid-19.

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, o ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou mensagem a ministros da corte alertando que a “intervenção militar, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia”, nada mais é “senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar!”.

“Guardadas as devidas proporções, o ‘ovo da serpente’, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) parece estar prestes a eclodir no Brasil”, diz ele.

“É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando Hitler, após eleito pelo voto popular e posteriormente nomeado pelo presidente Paul von Hindenburg como chanceler da Alemanha, não hesitou em romper e em nulificar a progressista, democrática e inovadora Constituição de Weimar, impondo ao país um sistema totalitário de Poder”, diz Celso de Mello.

Tomar leite, o que diferencia idiotas de pessoas normais.

Em um país em que mais de 70% da população é de raça preta, parda ou miscigenada, com grande parte, no Norte, Nordeste e Centro-Oeste cruzada também com indígenas, esse bobalhão, conhecido como Cara-de-Cavalo faz o gesto da supremacia branca tomando leite.

Allan dos Santos fatura muito com a SECOM do Governo Federal, R$100 mil por mês na nota fiscal.

Por isso o desejo de imitar Jair Messias Bolsonaro, outro que acredita pertencer a uma raça superior, como os supremacistas brancos norte-americanos.

Os racistas norte-americanos apregoam ser a única raça capaz de absorver lactose em idade adulta, herança genética da chegada de pecuaristas nômades à América, há cerca de 5.000 anos.

A simbologia também era usada pelos nazistas para referendar sua pretensão de raça superior.

 

Bolsonaro cometeu crime ao fazer exames com nomes falsos?

O presidente Jair Bolsonaro usou nomes como Ayrton, Rafael e “05” na hora de identificar-se para fazer os testes de Coronavírus. É um caso típico de falsidade ideológica.

Falsidade ideológica é um tipo de fraude criminosa que consiste na criação ou adulteração de documento, público ou particular, com o fito de obter vantagem – para si ou para outrem – ou mesmo para prejudicar terceiro.

pena cominada ao crime de falsidade ideológica é de reclusão, de 1(um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público e de reclusão de 1(um) a 3(três) anos, e multa se o documento é particular.

Esta vai ser a foto do ano?

Entre tantas outras, maravilhosas, esta foto já está entre as dez mais deste glorioso ano de vinte-vinte. No puxadinho da portaria do Alvorada, os seguidores fanáticos saúdam Bolsonaro com o gesto nazista.

O Reich dos 1.000 anos começou de novo, agora lubrificado com polpa de pequi e óleo de dendê.

O que o Bozo vai invadir primeiro, em busca de sua vocação de imperador das Américas? Venezuela? Bolívia? Argentina?

Bolsonaro festeja “Carreata da Morte”, chama a Oposição para o confronto com apoio do “povo e dos militares”.

A cadela do fascismo está sempre no cio.

A bestialização – fruto da ignorância – sintetiza sua negação ao diálogo e às primícias essenciais do processo civilizatório.

Remonta-nos à barbárie e à descrença nas instituições democráticas.

Um dia após depoimento do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, à Polícia Federal, Jair Bolsonaro recebe apoio em um ato em Brasília. De manhã, o Distrito Federal amanheceu com um acampamento em defesa de Bolsonaro e contra o Congresso – com ataques explícitos ao presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia – e com uma carreata com os mesmos objetivos.

Bolsonaro encontrou os manifestantes no Palácio do Planalto e, novamente, defendeu o fim da quarentena com o pretexto de que não se pode deixar os efeitos colaterais do combate ao coronavírus serem mais prejudiciais que o próprio vírus.

“Infelizmente, muitos serão infectados e perderão suas vidas, mas é uma realidade”, disse.

Bolsonaro também aproveitou para atacar os governadores estaduais, colocando a culpa neles pelo desemprego de milhares de trabalhadores durante a pandemia.

Em frente ao ato com bandeiras do Brasil, Israel e Estados Unidos, ele também declarou:

“Nós temos o povo ao nosso lado e as Forças Armadas ao lado do povo”.

A declaração é feita em momento de grande crise do Planalto com setores do Judiciário e do Legislativo. Além disso, muitas faixas pela intervenção militar, religiosas e contra os outros poderes podem ser vistas carregadas pelos manifestantes.

Com 247, editado.

E daí? E eu com isso? Estou pouco me lixando! Quem gosta de osso é cachorro!

Artigo de Helenice Rocha. *

Exatamente há 100 anos, Freud publicou aquele que talvez seria o texto mais denso e mais controverso de toda sua produção teórica.

Com o título “além do princípio do prazer” o pai da psicanálise deu nome e consistência a uma força que diferentemente de Eros, ou pulsão de vida, visava o retorno ao inorgânico, ao zero, ao nirvana. A essa força ele chamou “pulsão de morte”.

Ao contrário da pulsão de vida que visa à ligação, a pulsão de morte visa ao desligamento, à ruptura, à disjunção.
Também chamada de pulsão de destruição, essa força demoníaca que se encontra “além do princípio do prazer” possibilitou a Freud compreender certos fenômenos clínicos que estavam fora da lógica do prazer/desprazer e que eram determinados, em última instância, por esse impulso de destruição que poderia ter como alvo um objeto externo ou o próprio eu.

Nos últimos dias, relendo o texto de 1920 para discuti-lo num grupo de estudos, foi inevitável lembrar que ao escreve-lo, a morte se fazia presente em muitas dimensões na vida de Freud.
Ele vivia intensamente o impacto da morte de sua querida filha Sophie e do fim da I Guerra Mundial, responsável pela morte de um querido sobrinho.

Passados dez anos, em 1930, no seu texto político “mal estar na cultura” Freud voltou a colocar a pulsão de morte no centro da discussão sobre a fragilidade da civilização. Nesse texto, falando sobre o trabalho da cultura como única possibilidade de fazer face à barbárie, ele nos advertiu de um perigo constante: o de que as pulsões de destruição “os grandes batalhões” estão sempre à espreita de brechas para se apresentarem das maneiras mais diversas.

Essa tensão permanente, esse conflito irredutível entre pulsões de vida e pulsões de morte é o que, paradoxalmente, mantém a civilização e também a ameaça.

Esse estado de coisas nos condena a enfrentarmos o nosso desamparo original produzindo cultura, tentando reforçar o trabalho de Eros estabelecendo pontes através dos afetos de compaixão e de solidariedade. É isso e somente isso que mantém a civilização.

Nos dias que correm, estamos novamente diante da morte em grande escala.
E diante dos mortos, diante do traumatismo coletivo que um vírus foi capaz de instalar por aqui e sobretudo, diante das reações de um presidente que enfrenta a pandemia com seu gozo sádico, ainda há quem duvide do fato de que estamos sendo governados por um representante da morte.

Ratos e baratas nas vaginas das mulheres é pouco para Bolsonaro.
Ele goza agora com corpos fedendo dentro de casa, com corpos empilhados, nus, dentro de caminhões frigoríficos, com mortos sendo enterrados sem caixões, em valas comuns, em sacos plásticos, sem identificação.

Pesado isso? Não para Bolsonaro e para os que ainda o defendem.

Chega de lustrar nosso narcisismo patológico que teima em não aceitar que nossos semelhantes (sim, são nossos semelhantes, gostemos disso ou não) são gentes da pior espécie.
Fazem carreatas pregando a morte, buzinam em frente a hospitais, agridem profissionais da saúde, querem a volta ao trabalho e continuam defendendo Bolsonaro.

Nada melhor do que a morte, dura, cruel e escandalosa para nos dar um banho de realidade. Aceitemos. Essa gente não vale nada.

Bolsonaro vai passar. Logo ou não tão logo, vai passar. Mas essa gente ruim estará por aqui e vai fazer de tudo, como já fez, para eleger outro fascista para continuar a matança que Bolsonaro começou.

Nossa tarefa será combater, diuturnamente, essa gentalha que cheira à morte, que fala em nome de um deus inventado por ela, à sua imagem e semelhança, que fala em nome de uma moral que faria Chico Picadinho corar de vergonha.

Essa escória que não tem vergonha de colocar funcionárias (mulheres) de joelhos nas calçadas para pedirem a volta ao trabalho (como fizeram na Paraíba) essa escória que não tem vergonha de montar em seus carrões para pressionarem as diaristas a voltarem a lavar suas privadas, essa escória que não tem vergonha de ir para as igrejas para se submeterem aos pastores picaretas que por sua vez não têm vergonha de explorar a fé dos fiéis.

Essa gente é ruim. É isso. É a expressão mais pura da pulsão de morte.

Os nazistas não foram tirados de circulação com diálogo. Foram expostos, repudiados, desprezados, criminalizados. É isso que precisamos fazer com essa gente ordinária que está nos matando.

Tem gente morta fedendo dentro de casa, congelada em caminhão frigorífico, enterrada em saco plástico, sem identificação.

Isso é pouco para Bolsonaro.
Isso é pouco para quem defende Bolsonaro.

É pouco para nós também?
É preciso lutar contra isso, enquanto estamos vivos e para continuarmos vivos.

(*) Helenice de Fatima Oliveira Rocha – Possui graduação em Psicologia pela Universidade Guarulhos, Especialização em Psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae e Mestrado em Psicologia pela Universidade São Marcos. Tem experiência em clínica psicanalítica.

Maioria da classe média – de 5 a 10 salários – já deseja a renúncia de Bolsonaro.

A pesquisa Datafolha  publicada ontem (28) aponta que o Brasil está dividido sobre a abertura do processo de impeachment do presidente Bolsonaro, visto que 48% da população é contra e 45% a favor, o que significa o apoio de aproximadamente 95 milhões de brasileiros.

Do começo de abril  até ontem, cresceu de 37% para 46%  os que apoiam a renúncia de Bolsonaro e caiu em 9 pontos os que apontam que ele não deveria renunciar (50%).

Em relação à pandemia de coronavírus, a avaliação de Bolsonaro tem recorde de ruim e péssimo,  que chega a 45%, um crescimento de 12% desde março; já o ótimo e bom caiu 13%.

A avaliação do governo Bolsonaro  tem 38% de ruim e péssimo e 33% de ótimo e bom. Chama a atenção que 49% dos consultados acreditam que Bolsonaro não tem capacidade de liderar o país e apenas 45% acreditam que ele tem condições de  nos governar.

Sobre a saída de Sergio Moro do desgoverno, a maioria dos consultados por telefone aponta que 52% acreditam que Moro fala mais verdades que o presidente e somente 20% vêm verdade no discurso de Bolsonaro. E 56%  contra 28% acreditam que o presidente da República queria mesmo intervir na Polícia Federal e que Moro fez bem em pedir demissão.

A saída de Sérgio Moro fez a população ser mais pessimista no temas combate à corrupção ( 41% acredita que vai piorar);  na segurança pública este percentual é de 36%.

Deste modo, a tendência das pesquisas aponta  para uma reprovação cada vez maior da população e que o impeachment ou renúncia pode crescer e nas próximas pesquisas já ser maioria.

E daí, Bolsonaro? Imagine se você fosse líder de um país civilizado?

Gerd Wenzel, jornalista, comentarista da ESPN Brasil e colunista da Deutsche Welle:

Se Angela Merkel, ao ser confrontada com o número de vítimas fatais por causa do Covid-19, respondesse – “Na und?” (E daí?), teoricamente poderia ser alvo de uma moção de desconfiança pelo Parlamento que, uma vez aprovada, a destituiria do cargo. Tudo isso num espaço de 48 horas.

Eu diria: se Bolsonaro vivesse num país civilizado já teria saído do poder nem que fosse sob vara. As instituições fraquejam nesta extensa pátria de praias douradas e verdes montes. Tanto a Suprema Corte, como a Procuradoria Geral da República, A Câmara Federal e o Senado.

As autoridades constituídas tem medo da reação dos militares, pagos para defender a Pátria e não para dominá-la, e dos milicianos, aos quais Bolsonaro incentiva e arma.

Bolsonaro já não manda mais nada, virou um estorvo. O que fazer com ele?

Da ala militar do Planalto ao STF, do Congresso aos governadores, ganhou força esta semana uma pergunta que ninguém consegue responder no momento: o que fazer com Bolsonaro?

Se ainda havia dúvida de que ele já não tem mais a menor condição de governar o país, agora não resta mais nenhuma, depois da grotesca micareta golpista de domingo, em frente ao QG do Exército.

Leia a íntegra do artigo de Ricardo Kotscho no UOL

Nota da Redação:

Hoje à noite circulou a notícia que Lula da Silva autorizou dirigentes do Partido dos Trabalhadores a apoiar o processo de impeachment ou de afastamento temporário de Jair Messias Bolsonaro.

 

Bolsonaro dá meia-volta volver e amanhece elogiando instituições da República.

Bolsonaro deve ter levado uma coleção completa de cascudões, puxões de orelha, pescotapas e sacodes ai-ai, ontem mesmo, depois de ter encenado aquele drama na frente do forte Apache.

Os generais do Estado Maior do Exército não ficaram cheios de graça com o Alucinado. E fizeram declarações contrariando a posição do Presidente que, apesar de eleito pelo voto democrático, deseja a ruptura com as instituições e a instalação de um poder discricionário.

Tem um senão na escalada bolsonarista: os militares o conhecem desde 1986, quando ele tentou uma sedição, foi julgado pelo Superior Tribunal Militar e ganhou uma pensão vitalícia para calar a boca.

Hoje pela manhã, no puxadinho da portaria do Palácio Alvorada, ele tomou um rumo de 180 graus diverso do de ontem, defendendo a democracia, o STF e o Congresso.