Chapa Bolsonaro-Mourão sob o crivo do Tribunal Superior Eleitoral

Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão ingressaram com pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), solicitando que a investigação do Facebook que resultou na derrubada de contas bolsonaristas não seja incluída nas ações que pedem a cassação dos seus mandatos.

Durante o segundo turno das eleições de 2018, o jornal Folha de S. Paulo revelou que correligionários de Bolsonaro dispararam, em massa, centenas de milhões de mensagens, prática vedada pelo TSE.

O esquema foi financiado por empresários sem a devida prestação de contas à Justiça Eleitoral, o que pode configurar crime de caixa dois. As informações se transformaram em duas ações em tramitação no TSE, apresentada por PT e PDT.

Em julho, o Facebook tirou do ar 88 contas e páginas com operações ligadas a funcionários de Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro. As contas também têm relações com funcionários dos deputados estaduais Alana Passos e Anderson Moraes (PSL-RJ).

De acordo com o Facebook, as contas derrubadas agiam desde as eleições de 2018 para enganar sistematicamente o público, sem informar a verdadeira identidade dos administradores. Também foram removidas 38 contas do Instagram envolvidas com irregularidades.

 

‘O presidente sou eu’, diz Bolsonaro sobre fala de Mourão em defesa do isolamento.

Do Estadão

O presidente Jair Bolsonaro © Gabriela Biló/ Estadão O presidente Jair Bolsonaro

BRASÍLIA – Após o vice-presidente Hamilton Mourão afirmar que a posição do governo é pelo isolamento das pessoas para combater o novo coronavírus, Jair Bolsonaro reagiu e disse que ele é o “presidente”. “O presidente sou eu, pô. O presidente sou eu. Os ministros seguem as minhas determinações. E o Mourão tem ajudado bastante, colaborado, dado opiniões, é uma pessoa que está do meu lado ali. É o reserva de vocês se eu empacotar aí, vocês vão ter que engolir o Mourão. É uma boa pessoa, podem ter certeza”, declarou.

Bolsonaro havia se posicionado em rede nacional contra medidas de quarentena. Um dia depois, no entanto, Mourão afirmou que a posição do governo para combater a pandemia da covid-19 “é uma só” e continua sendo isolamento e distanciamento entre as pessoas.

Bolsonaro afirmou que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já concordou com a mudança no formato do isolamento horizontal para vertical, mas ainda estuda como implementar a medida. No Ministério da Saúde, a implementação da medida é vista como algo que depende da realização de testes rápidos em larga escala no País. Assim, será possível verificar quem está com a doença e quem está liberado para fazer outras atividades.

O modelo vertical defendido pelo presidente considera apenas isolamento para pessoas do grupo de risco, idosos e aqueles com doenças crônicas. Bolsonaro disse que não há prazo para que a transição ocorra, e que poderia até começar amanhã.

Bolsonaro voltou a dizer, nesta quinta, que “alguns governadores e prefeitos erraram na dose” das medidas de contenção, que incluiu fechamento de comércio e escolas, e que “o povo quer trabalhar”. De acordo com Bolsonaro, alguns governadores já reavaliam as medidas restritivas.

“A gente consegue aguentar dois, três meses com o plano que está aí? Não sei quanto vai chegar a nossa despesa, centenas de bilhões de reais. Tem que voltar quase tudo (setores da economia). E fazer uma campanha fique em casa. Não deixa o vovô sair de casa, deixa em um cantinho. Quando voltar toma banho, lava as mãos, passa álcool na orelha. É isso daí” , declarou.

Sobre a situação crítica em países como Estados Unidos e Itália, Bolsonaro considera que o Brasil não chegará na mesma magnitude de contaminações e mortes porque os brasileiros possuem algum tipo de diferenciação, mas sem apresentar embasamentos. “Acho que não vai chegar a esse ponto, até porque o brasileiro tem que ser estudado, não pega nada. Vê o cara pulando em esgoto, sai, mergulha e não acontece nada.”

Bolsonaro disse que muitas pessoas no Brasil já devem ter se contaminado pela covid-19 nas últimas semanas, mas não apresentaram sintomas e agora possuem imunidade, inclusive ele. Ainda assim, o presidente afirmou que não vai mostrar os exames que fez para testar a doença que afirma terem dado negativo para a doença. “A minha palavra vale mais do que um pedaço de papel”, reagiu.

Bolsonaro abre o jogo e declara guerra ao vice-presidente Mourão

O presidente Jair Bolsonaro está em guerra declarada com seu vice, o general Hamilton Mourão.

O jornalista Lauro Jardim, do “O Globo”, teve acesso a áudios em que Bolsonaro incentiva aliados a atacar seu vice.

“A coluna teve acesso a um áudio de WhatsApp em que Bolsonaro lança algumas de suas marcas registradas verbais (“valeu aí” e “é isso aí”) para agradecer e, mais grave, incentivar um aliado que lhe informara que vinha criticando Mourão nas redes sociais”.

“Em outro diálogo, com uma frase,  Bolsonaro prevê que a batalha doméstica contra o companheiro de caserna vai perdurar pelos próximos três anos anos.

Mais: dá a entender que pensa mesmo em disputar a reeleição. “Em 2022, ele vai ter uma surpresinha”. Palavras de capitão”. Do Catraca Livre.