O trecho da BR-364 entre Rio Branco, no Acre, e Porto Velho, em Rondônia, única ligação por terra do Acre com o resto do Brasil, foi novamente fechado na manhã desta segunda-feira, quando o nível do Rio Madeira atingiu 18,72 metros, alagando a rodovia e deixando o estado isolado.
Diante da cheia histórica, o governador Tião Viana (PT-AC) reuniu-se com sua equipe na sala de situação do Corpo de Bombeiros para discutir ações que evitem o desabastecimento do estado. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Polícia Rodoviária Federal de Rondônia (PRF-RO) decidiram manter interditado o tráfego na rodovia por questões de segurança. O tráfego na via está sendo monitorado por policiais rodoviários federais, que permitem a passagem de apenas 20 caminhões por hora. Para isso, foram feitas adaptações mecânicas nos caminhões, necessárias para não fundir o motor.
Em uma das áreas afetadas, a região de Velha Mutum, uma lâmina d’água de 75 centímetros cobre parte da BR, impedindo que carros baixos passem pela rodovia. A informação é do site G1.

A vida dos estados do norte nunca foi fácil. No final dos anos 60, então um jovem repórter, fui fazer, para o jornal Zero Hora, algumas matérias especiais, entre elas a extinção do garimpo artesanal de cassiterita, a história da estrada de ferro Madeira-Mamoré e a construção da BR 364 no trecho Cuiabá – Porto Velho – Rio Branco – Cruzeiro do Sul. No mercado de Porto Velho, encontrei um caminhoneiro de Pelotas – RS, tentando vender uma carga de cebola, com grandes brotos, que tinha carregado em São José do Norte – RS cerca de 45 dias antes. Naquela época, os principais víveres chegavam, via gaiolas do rio Madeira, de Manaus. Um bife a cavalo custava uma pequena fortuna e se fosse acebolado, então, mais caro ainda.
Na época conheci e entrevistei o grande Chico Meirelles, um dos mais respeitados sertanistas da história do País, que fez o contato com os índios Xavantes em 1946, no Rio das Mortes, e com os Kaiapó em 1957. Depois, em 1966 contatou os Cinta Largas, que viviam no território por onde passava a BR 364. Na foto, Chico com o filho Apoena Meirelles, também sertanista, que presidiu a Funai e foi assassinado em 2004.

