
A morbidez da raça humana é fantástica. A breve nota que publicamos ontem sobre a determinação da prisão provisória do goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes das Dores de Souza, finalmente cumprida à tarde, no Rio de Janeiro, bateu todos os recordes de acesso neste blog. Na maioria das vezes evitamos notícias relacionadas às “misérias humanas”, a não ser que façam parte de um cenário de segurança pública. Mas o que efetivamente dá audiência são as notícias do nosso “vale de lágrimas”.
Na imprensa das grandes capitais, jornais tablóides de baixo valor de venda nas bancas, fazem o maior sucesso. Em Brasília, um tablóide desse tipo, com fotos de cabeças esmagadas e grandes poças de sangue, vende muito bem, ao ponto do Ministério Público intervir, determinando a retirada de fotos sensacionalistas na capa ou obrigando o editor a vestir o jornal com capa plástica de cor escura. A verdade é que a empresa proprietária do pequeno jornal fatura em torno de 25/30 mil reais por dia, só com o valor da venda em banca.
O caso da morte de Eliza Samudio é emblemático. Como os cachorros de rua, que mordem os que recém foram atropelados, para negar a sua morte próxima, negamos também nossa natureza animal. Em vão. Somos bichos racionais. Mas continuamos sendo bichos. E por vezes, mais estúpidos que animais.
