Aplicativo Vector, da Bunge, tem diesel a preço “mais competitivo” para caminhoneiro

Frete rodoviário para escoar soja em grão deve subir 30%

Vector, empresa de contratação digital de fretes da Bunge e Target, anunciou nesta segunda-feira que terá pontos de abastecimento nas instalações de seus clientes embarcadores para disponibilizar óleo diesel “diretamente das distribuidoras para motoristas de caminhão”.

A empresa afirmou que os preços do combustível serão “mais competitivos que a média de mercado” para os caminhoneiros que usam a Vector.

“Estas instalações, inovadoras e inéditas, apoiarão transportadoras e caminhoneiros autônomos que fazem parte da plataforma Vector”, disse a empresa.

Desde sua criação em 2021, a logtech já movimentou mais de 7 bilhões de reais em transações de fretes, com foco no transporte de produtos como soja e milho para a Bunge.

O primeiro ponto de abastecimento da Vector foi inaugurado na unidade da Bunge em Luís Eduardo Magalhães (BA), importante região produtora de grãos algodão.

Durante o projeto piloto, que possui autorização da reguladora ANP para operar um tanque para armazenamento “o ponto de abastecimento teve aceitação positiva”. Com a operação a pleno, a Vector estima a movimentação mensal de mais de 500 mil litros de diesel neste ponto.

“Com a bem-sucedida implantação do projeto piloto, a Vector planeja expandir a iniciativa para outros polos estratégicos de carga em diversas regiões do Brasil”, disse em nota.

Procurada, a Vector não divulgou projeções sobre quantos pontos de abastecimento no Brasil pretende ter no futuro.

Mas disse que, para definir as melhores localizações dos pontos futuros de abastecimento, a empresa já realizou estudos de fluxo de carga para os embarcadores, regiões de produção de grãos, hubs industriais, grandes entroncamentos rodoviários, complexos portuários e terminais de carga, terminais intermodais, armazéns logísticos e centros de distribuição.

Os pagamentos relacionados ao abastecimento poderão ser realizados digitalmente, através do app Vector, por meio da mesma conta pela qual também já são feitos os pagamentos dos fretes viabilizados pela plataforma.

“Em nossa plataforma, embarcadores disponibilizam ofertas de fretes, caminhoneiros agendam as cargas, recebem pelo serviço prestado e exercem a opção de abastecimento eletronicamente, tudo em um único local, por meio do celular, sem emissão de documentos, recibos ou notas em papel em qualquer etapa do processo”, disse o CEO da Vector, Javier Maciel, em comunicado.

Desde a sua criação, a Vector já alcançou cerca de 120 mil downloads, com mais de 100 mil caminhoneiros cadastrados e mais de um 1 milhão viagens viabilizadas.

Do portal Money Times.

Caminhoneiros querem continuar luta contra monopólio imposto pela Bunge.

Caminhões em Luís Eduardo Magalhães: a grande frota de caminhões pesados de longo curso movimenta a economia da cidade. A Bunge alimentos processa 1.050.000 toneladas de grãos durante o ano e exporta grãos e sub-produtos através dos portos de Aratu e Ilhéus.

A UNICAM – União Nacional dos Caminhoneiros manifestou-se hoje, via telefone e depois elaborando um manifesto, sobre as recentes decisões da Bunge Alimentos em eleger apenas uma rede de postos para abastecimento dos caminhões com os quais contrata fretes. Veja matérias relacionados com o assunto aqui e aqui.

José Araújo Silva, presidente da Entidade de classe, nos disse ao telefone que visitou a cidade recentemente para ouvir frotistas e caminhoneiros. E disse ter ficado assustado com o medo dos profissionais ou empresários do ramo em revelar seus nomes com temor de represálias por parte da Empresa multinacional. O problema foi semelhante quando recebemos a denúncia pela primeira vez: todos denunciam as desvantagens, mas ninguém autorizou a sua identificação na matéria. 

Veja o manifesto da UNICAM:
“Os caminhoneiros que trabalham na região de Luís Eduardo Magalhães (BA) estão sofrendo uma prática desleal. A multinacional Bunge Alimentos, uma das principais empresas de agronegócio e alimentos do país, determinou que o abastecimento só pode ser feito em uma rede de postos, a Porto Brasil.

A Unicam (União Nacional dos Caminhoneiros) está no local para avaliar a situação e encontrar uma solução com os caminhoneiros. José Araújo “China” da Silva, presidente da entidade, afirma que a prática pode ser considerada ditadura do transporte, já que proíbe a livre escolha dos profissionais. “Assim como em qualquer lugar, eles selecionavam onde iriam parar. Porém, recentemente, a empresa determinou que o abastecimento deve ser feito apenas nos postos dessa rede, o que é um absurdo. Demorou 50 anos para a carta-frete chegar ao fim e, agora, querem voltar com as práticas restritivas.”

Os transportadores da região afirmam que a rede de postos cobra mais caro pelo combustível, exige um consumo mínimo e não tem infraestrutura para atender a demanda, o que acarreta em grandes filas de espera.

A carta-frete chegou ao fim, oficialmente, em abril desse ano com a resolução nº 3.658/2011 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regulamenta o pagamento dos caminhoneiros autônomos. Por ser um documento sem valor fiscal, emitido sem permissão legal pelas próprias empresas contratantes, a carta-frete deixava o profissional dependente das práticas informais impostas pelo mercado, com imposições interessantes apenas para as empresas contratantes e postos, além de submeter um consumo mínimo e o pagamento de um valor superior no litro do combustível. Condições semelhantes às relatadas pelos caminhoneiros em Luís Eduardo Magalhães.”

Sobre a Unicam (www.unicam.org.br)

A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) é uma entidade de classe que representa os caminhoneiros em todo o país, com o objetivo de defender os direitos e interesses referentes à atividade dos caminhoneiros autônomos e microempresários.

            Com 12 anos de história, já obteve 13 vitórias importantes para o segmento, como a atribuição de crédito do PIS/COFINS aos pagamentos dos serviços do caminhoneiro, a aprovação de leis para disciplinar o setor de transporte, melhorias relacionadas à infraestrutura portuária, e, recentemente, à aprovação da lei que elimina a carta-frete.

Porto Brasil afirma que problemas iniciais no abastecimento de frotistas foram sanados.

Silvanir Rodrigues Porto, diretor do grupo Porto Brasil, que administra a rede de postos Porto Brasil, contestou esta semana as afirmações de frotistas que protestam pela exclusividade de fornecimento de combustíveis dada aos seus postos pela Bunge Alimentos. Afirma Silvanir que as queixas dos frotistas e autônomos em relação ao atendimento não procedem:

-O que acontece na maioria das vezes é que o motorista chega ao posto com o tanque quase cheio. O acordo comercial reza que ele precisa abastecer 33% do valor do frete pago, para receber o restante da carta-frete em cheque troco. Eu até rebaixei esse valor para 30%. Quando este percentual não é atingido, ele pode optar por abastecer nos postos de Barreiras e de Santo Estevão, nas proximidades de Feira de Santana. Outra coisa que não posso fazer é devolver os 70% do saldo do frete em dinheiro. Se fosse fazer isso teria que transformar nossos postos em agências bancárias, com o mesmo esquema de segurança das mesmas, dado o volume de dinheiro movimentado.

Quando a Bunge paga o frete, carrega eletronicamente  o cartão Fast Cred, que o motorista usa em qualquer dos postos ao longo da rede Porto Brasil.

-Realmente tivemos alguns problemas nos primeiros dias de implantação do sistema, quando o abastecimento se concentrou em Luís Eduardo Magalhães e Santo Estevão, porque não tínhamos as maquinetas eletrônicas nos postos Cerradão,  Rio de Ondas e Formosa. Agora o motorista tem estas duas opções para efetuar o seu abastecimento, em postos novos, com grande espaço de estacionamento e capacidade de abastecimento.

Esta semana os frotistas reclamavam ainda da capacidade de abastecimento do posto de Santo Estevão e do tamanho da área do posto. Diz um frotista: “Quando o abastecimento acumula, formam-se filas no acostamento da rodovia e aí vem a Polícia Rodoviária e solicita a imediata retirada dos veículos sob ameaça de multa.”

Silvanir diz que estes problemas serão resolvidos a curto e médio prazo:

-Aqui no Posto Porto Brasil de Luís Eduardo já dobramos a capacidade de atendimento, com mais 8 bombas disponíveis e mais 4 caixas para atendimento. Transferimos todas as bombas de álcool e gasolina para o novo posto e colocamos diesel em todas as bombas do pátio antigo. Além disso, começamos a construir em abril um grande posto, em área de 100 mil metros quadrados, contígua ao pátio de estacionamento da própria Bunge Alimentos. Este novo posto ficará pronto em um ano, o que vai retirar os caminhões do estabelecimento do centro.

Apesar das afirmações de Silvanir, alguns frotistas, entrevistados esta semana, ainda mostravam descontentamento com a exclusividade do Porto Brasil. Conheça o começo dessa história, clicando aqui.

A Vale negocia com a Bunge capital da Fosfértil.

A Vale informou que negocia aquisição de ativos de fertilizantes com a Bunge no Brasil. Mais cedo hoje, a Fosfertil, controlada pela Bunge, havia comunicado o mercado sobre negociações entre as empresas, sem dar detalhes. De acordo com nota, a Vale está em negociações “por meio de uma de suas controladas”, de ativos de fertilizantes do Grupo Bunge por até US$ 3,8 bilhões.
A transação inclui a participação de 42,3% que a Bunge detém no capital da Fosfertil e um portfólio de ativos que compreende minas de rocha fosfática e unidades de produção de fertilizantes intermediários com base em fósforo (fosfatados) e nitrogênio (nitrato de amônio e uréia). Em nota, a Vale afirma que as negociações “poderão ou não” resultar na aquisição desse portfólio.