Plante cana na chácara e faça o seu próprio combustível a R$0,40 o litro

A reportagem é do jornal O Estado de Minas. A produção própria de álcool hidratado, da cabeça ou do rabo da cachaça nos alambiques, fica muito barata. Só não pode vender sem antes fazer uma série de laudos técnicos. O Governo não permite. Mas pode trocar com os amigos e vizinhos.

Uma hectare de cana-de-açúcar tem potencial para produzir até 7.200 litros de álcool. E você pode irrigar com a água servida, adicionada do vinhoto da destilação. Num carro pequeno, tipo 1.0 ou 1.6 pode rodar até 72 mil quilômetros por ano. 

Uma tonelada de milho também produz mais de 400 litros de álcool. 

A preços de hoje, em torno de R$35,00 a saca, o álcool ficaria por R$1,45, menos da metade do preço que está sendo vendidos nos postos de combustível. 

Assim, o pequeno agricultor pode rodar tranquilo todo dia em seu veículo flex e ainda sobra uma porção de cachaça, para trocar por um saco de farinha de mandioca e uma leitoa gorda. Ou quem sabe até por uma bezerrada para engordar o plantel da chácara.

Veja aqui a reportagem completa.

Boa notícia: a “marvada” da pinga agora ficará mais em conta.

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Os micro e pequenos produtores de cachaça terão redução de cerca 40% nos impostos sobre a bebida quando o setor retornar ao Simples Nacional, regime tributário simplificado para pequenos empresários. A estimativa é do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). A inclusão da bebida, ao lado do vinho e da cerveja artesanais, foi sancionada pelo presidente Michel Temer em 27 de outubro.

O aval de Temer foi dado em meio a um pacote de medidas do governo chamado Crescer sem Medo. A possibilidade de opção pelo Simples começa a valer somente em 2018. As medidas também ampliaram de 60 para 120 meses o prazo de parcelamento de dívidas por empresas optantes do Simples e elevou de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões o teto de faturamento para participar do regime.

O diretor executivo do Ibrac, Carlos Lima, destaca que a cachaça saiu do Simples Nacional em 2001, junto com outros setores. Na avaliação dele, a resistência ao retorno da atividade ao regime simplificado tem relação com preconceito, pelo fato de tratar-se de uma bebida alcóolica.

De acordo com Lima, atualmente há cerca de 1,5 mil fabricantes de cachaça registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Desses, 90% são micro e pequenos produtores. Ele acredita, contudo, que o retorno ao Simples em 2018 aumentará essa contagem.

“O censo agropecuário do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] de 2006 levantou 11.124 [produtores de cachaça]. Ou seja, temos uma informalidade de cerca de 80%. Com certeza [o número de produtores clandestinos] vai diminuir com a possibilidade de aderir ao Simples”, diz.

Para Lima, a redução da informalidade trará benefícios. “Com isso, é possível aumento da arrecadação tributária e da qualidade da cachaça. Esses produtos informais não estão sujeitos a um controle de qualidade. Agora, passarão a ser fiscalizados pelo órgão competente”, ressalta. Da Agência Brasil.