Justiça determina acesso a informações financeiras na Câmara de Barreiras

Após alguns pedidos informais do vereador Antonio Eugênio Barbosa (PCdoB) da Câmara de Vereadores de Barreiras, ao presidente da Casa, vereador Eurico Queiroz Filho (PRB) para ter acesso a documentações referentes a administração e emprego de recursos da Casa Legislativa, um mandado de segurança feito por Barbosa foi acatado pela Justiça local.

“Precisamos de mais transparência para a gente fazer um trabalho de fiscalização mais seguro, e aí sim com essa documentação a gente pode averiguar e apontar irregularidades”, disse Antonio Eugênio Barbosa, conhecido na cidade como Vivi Barbosa, ao justificar o pedido de acesso aos documentos. O edil também já havia feito pedidos via Lei de Acesso a Informação, sem sucesso.

Na decisão a juíza Fernanda Maria de Araújo Mello determinou que Eurico Queiroz forneça os documentos solicitados Eugênio, “no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de fixação de multa pessoal, sem o prejuízo de outras medidas coercitivas que se façam necessárias para dar efetividade a presente decisão”.

Ainda conforme a decisão, o fato do presidente da Câmara não entregar a documentação quando solicitado pode gerar prejuízos para o vereador acionante, Vivi Barbosa.

“Na medida em que a negativa ou a demora no fornecimento dos documentos solicitados pelo vereador, na condição efetiva de representante do povo, tendo, por consequência, o interesse público que circunda tal pedido, restar prejudicado, principalmente no que diz respeito ao exercício de sua função fiscalizatória que pode, por conseguinte, levar o feito a controle externo a ser exercido simultaneamente pelos Poderes da República”, explicou a magistrada.

A juíza ainda elenca o posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que entende que “além das votações, os vereadores também tem o poder e o dever de fiscalizar a administração, cuidando da aplicação dos recursos e observando o orçamento. É dever deles acompanhar o Poder Executivo, principalmente em relação ao cumprimento das leis e da boa aplicação e gestão do dinheiro público”.

“Cumpre destacar ainda, que os documentos solicitados neste caso concreto são de relevante interesse público, pois revelariam a movimentação bancária da Câmara de Vereadores, assim como os pagamentos realizados pelo órgão, os cargos comissionados existentes, entre outras informações que são do interesse de toda a população barreirense”, acrescentou a juíza na decisão.

Ao determinar a entrega da documentação, a magistrada baseia sua decisão na ideia de que em um “Estado Republicano e a da total transparência no acesso a documentos públicos, sendo o sigilo a exceção”.

Especialista em direito público e um dos advogados do vereador que solicitou os documentos ao presidente da Câmara, Venícius Magalhães comemorou a decisão da juíza, mas lamentou a necessidade de Vivi Barbosa ter que ingressar com pedido na Justiça para ter acesso as informações. “É uma vitória, porque é um absurdo um presidente da Câmara da maior cidade do oeste do estado, com cerca de 200 mil habitantes, a gente ainda estar passando por coisas feudais como não garantir o acesso à informação pública”, bradou.

Se o mesmo tipo de atitude for tomado pelos vereadores da Oposição de Luís Eduardo Magalhães, poderemos ter surpresas nada agradáveis. Projetos de engenharia pagos sem efetiva utilização, aditivos em obras, prestação de serviços invisíveis, assessorias regiamente remuneradas. Mas isso é assunto para a campanha 2020, quando a conjuntura pode ficar mais clara. 

O orçamento do Município de Luís Eduardo Magalhães é alto, quase igual ao de Barreiras, que tem 19 vereadores na Câmara e o dobro da população.

O valor que determina o duodécimo enviado pelo Executivo ao legislativo, calcula-se pelo total da arrecadação do anterior. Este valor é calculado pela soma da arrecadação tributária, Fundo de Participação dos Municípios, Imposto Territorial Rural, Lei Complementar 87/96, CIDE, ICMS, IPI e IPVA. Sete por cento (7%) desse valor é destinado a manutenção do Legislativo, o que importa num total anual em torno de 15 milhões de reais.

Portanto, cada vereador, custa por ano, mais de um milhão de reais ao contribuinte. O destino dessa dinheirama toda é o que o contribuinte quer saber.  

Vejam esta notícia, caros vereadores de Barreiras e Luís Eduardo.

Câmaras Municipais: palácios suntuosos e gastança ilimitada. Por fora bela viola, ...
Câmaras Municipais: palácios suntuosos e gastança ilimitada. Por fora bela viola, …

Assim como já vem ocorrendo em outras cidades pelo Brasil, a força do povo, que pressionou os parlamentares da cidade de Pereira Barreto, em São Paulo, fez com que, por 9 votos a 3, os parlamentaras da cidade aprovassem uma redução de 74% de seus salários, passando dos atuais R$ 5,8 mil para R$ 1,5 mil, vencimentos estes, que devem começar a valer a partir da próxima legislatura, em 2017.

A redução salarial dos 11 vereadores fará a cidade, de cerca de 26 mil habitantes, poupar cerca de R$ 2 milhões ao ano.

Se as Câmaras de Luís Eduardo e Barreiras reduzirem apenas 50% o salário vai faltar candidato na próxima eleição. Melhor ainda seria reduzir o duodécimo em 50% para que os presidentes das respectivas casas não continuem fazendo as loucuras que fazem na atual legislatura.

Sem fiscalização, câmaras podem custar até R$15 bilhões em 2013.

As câmaras municipais, apesar de próximas fisicamente dos moradores, são o Poder menos transparente, o mais vulnerável à corrupção, o que menos presta contas aos eleitores e um dos mais caros aos cofres públicos. O custo dos legislativos nos 5.565 municípios brasileiros ficou em quase R$ 10 bilhões (R$ 9,5 bilhões) em 2011, considerando apenas as despesas declaradas. É o equivalente a cinco orçamentos anuais do Ministério da Cultura.

E este custo anual poderá ultrapassar os R$ 15 bilhões em 2013, quando um contingente maior de vereadores entrará em cena, e com salários maiores que os atuais — dinheiro suficiente para pagar por quase um ano os 13 milhões de benefícios do Bolsa Família (R$ 19 bilhões). Na eleição de outubro, 432.867 candidatos disputam as 57.434 vagas de vereadores. O número de vagas cresceu mais de 10% em relação a 2008 (52.008 vereadores) por força da aprovação de uma emenda constitucional, cuja validade se aplica agora.

Miniaturas do Congresso, os legislativos municipais, além de custar caro aos bolsos dos contribuintes e de ter pouca transparência, na maioria das vezes serve apenas para dizer amém aos planos traçados pelos prefeitos.Fiscalizar os atos do Executivo, que seria a principal tarefa de uma câmara municipal, está apenas na carta de boas intenções. Na maioria das cidades, os vereadores são cooptados pelo poder local e fazem vista grossa aos atos e omissões do chefe da prefeitura. Do jornal O Globo.

Legislativos municipais custarão ao País cerca de 2,8 bilhões por mês.

Câmara e Forum de São Carlos, no interior paulista, no início do século 19. Desde o Brasil colônia os legislativos municipais são a parte mais cara da chamada democracia tupininquim.

A página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet dispõe do link DivulgaCand 2012, em que os partidos políticos, coligações, candidatos e a população podem se informar sobre a quantidade e os dados dos candidatos que vão concorrer a prefeito, vice-prefeito e vereador nas Eleições 2012.

Até as 19h desta sexta-feira (13), o DivulgaCand 2012 dispunha de informações sobre 420.686 pedidos de registro de candidatos às Eleições 2012, sendo 392.715 de pedidos de candidatos a vereador e 14.004 a prefeito.
Esses números estão sendo constantemente atualizados pela Justiça Eleitoral, por Estado e nacionalmente. Pelo sistema, o interessado pode saber ainda o número de vagas para vereador que serão disputadas em cada município.
Informações 
Por meio do DivulgaCand 2012, é possível consultar o número de candidaturas por município e por cargo. Além de verificar a situação do pedido de registro do candidato, o sistema permite pesquisar informações repassadas à Justiça Eleitoral, como a declaração de bens do candidato, consulta a certidões criminais e previsão de gastos de campanha do mesmo. 
O sistema está disponibilizado na internet para todos os cidadãos. Para acessá-lo, não há necessidade de cadastro prévio ou autenticação de usuário.

Os quase 400 mil candidatos a vereador disputam cerca de 56 mil vagas, no sistema legislativo mais caro do mundo. Um exército de mais ou menos 250 mil pessoas às custas do erário público, que vai gerar um custo de no mínimo 2,8 bilhões de reais ao contribuinte a cada mês. Sem prejuízo das propinas, dos conchavos e dos mensalinhozinhos, pequeninos mas sempre presentes, dos agrados de cargos e vantagens por parte dos legislativos e dos executivos.

Este mensalinhozinho é que motiva aquelas votações unânimes, aquela aprovação de plano dos atos do Executivo, aquele alinhamento pronto e entusiasmado, que mostra ao povo que elegeu um bandão pusilâmine, desinteressado  dos assuntos do povo, ao qual agora brada pelo seu voto.

As informações sob o número de candidatos são do TSE. O comentário em grifo é deste Editor. Veja mais sobre o custo das câmaras de vereadores no Oeste baiano aqui.

Veja a lista completa dos vereadores de Barreiras, publicadas no site ZDA.