Safra de soja estável, cautela em alta

 

A atenção do produtor brasileiro a variáveis do mercado, como taxa de câmbio, juros americanos e exportação

Embora o cenário esteja apontando para poucas mudanças na safra 2017/2018 de soja, especialistas alertam para que o produtor mantenha sua atenção voltada ao mercado, evitando que períodos de volatilidade interfiram na rentabilidade das lavouras de soja no país. Para o vice-presidente do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), Leonardo Sologuren, o agricultor deve estar atento às relações de troca. “Sabemos que o planejamento é fundamental para que o produtor tenha bons resultados. Realizar a conta de quantos sacos de soja ele precisa atualmente para comprar insumos para a próxima safra é fundamental para manter o equilíbrio das contas”, explica.

De um modo geral, os mercados internacionais observam a oferta global de soja de forma estável. Nas últimas semanas, o preço da commodite e as estimativas de produção se mantiveram no mesmo patamar do ano passado. No Brasil, a expectativa é que sejam colhidas algo em torno de 111 milhões de toneladas do grão, o que representa uma safra ligeiramente menor do que a anterior, cerca de 1%. Entre os fatores que influenciaram essa pequena queda, está o clima, que em alguns estados fez com que o plantio e a colheita sofressem atrasos.

Já o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, afirma que apenas choques mais expressivos de oferta global podem impactar mais seriamente as cotações no decorrer de 2018. Já as exportações brasileiras devem crescer mais de 3,5%, e chegar a cerca de 65,5 milhões de toneladas nesta temporada. Isso pode ser reflexo da revisão para baixo do Departamento de Agricultura dos Estados (USDA), sobre a expectativa de exportação local de soja, o que eleva a expectativa de estoques finais da safra 2017/2018.

Mesmo com o cenário estável o produtor pode acompanhar de perto as variações cambiais e as taxas de juros nos Estados Unidos. “Se a moeda americana valorizar, a soja brasileira pode ficar mais competitiva, mesmo que ligeiramente. Isso pode representar ganhos em contratos de venda para o produtor brasileiro. Sempre existe a possibilidade de, ao invés de vender a soja em maio, realizar o rendimento em junho”, comenta Sologuren, que é agrônomo com mestrado em economia.

Ainda segundo o especialista, o cenário político atual do Brasil, que tem eleições em outubro, precisa ser acompanhado de perto pelos produtores. “Apesar do aparente descolamento entre política e economia, o produtor quer saber a direção que o país vai tomar com o pleito, realizado no segundo semestre, já que isso pode determinar políticas econômicas para a diminuição de gargalos, como armazenagem e infraestrutura para escoamento da safra”, finaliza Sologuren.

Cartel e manipulação do câmbio pode gerar indenização de R$70 bilhões

Os exportadores brasileiros vão pleitear na Justiça uma indenização de aproximadamente R$ 70 bilhões por alegadas perdas provocadas pelo “cartel do câmbio”, um grupo de bancos investigado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por suspeita de haverem atuado em conjunto para manipular a cotação do câmbio no período de 2007 a 2013.

“Os exportadores receberam menos real por dólar e alguns até ficaram no prejuízo”, disse ao Estado o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Roberto Giannetti da Fonseca. Do Estadão.

Como o agronegócio é responsável por mais de 1/3 da exportação brasileira, uma indenização dessas proporções deve beneficiar todo o setor, em particular as lavouras do Oeste baiano.

 

Dólar, apático, cai. Governo vai precisar intervir com decisão no câmbio.

Em meio às especulações sobre a saúde da economia americana e o noticiário negativo vindo do velho continente, as operações de câmbio no país atravessaram uma sessão relativamente mais calma.A moeda americana encerrou a quarta-feira (3/8) em queda de 0,32% frente ao real, a R$ 1,560 para compra e R$ 1,562 para venda.

A desvalorização acumulada do dólar é de 6,1% no ano. Numa equação grosseira, se apenas essa queda fosse compensada, a soja, que hoje vale R$42 em Luís Eduardo, poderia valer algo em torno de R$44,60. Parece pouco, mas para atividades que trabalham com margens líquidas abaixo de 10%, isso pode parecer tudo. O saldo de entrada e saída de dólares no país (fluxo cambial) ficou positivo em US$ 15,825 bilhões em julho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3/8) pelo Banco Central.

No acumulado do ano, o fluxo cambial está positivo em US$ 55,658 bilhões, sendo que no mesmo período do ano passado o fluxo havia sido positivo em US$ 4,075 bilhões.

As medidas paliativas que o Governo Federal anunciou esta semana, com a retirada da contribuição previdenciária de indústrias que tem forte concentração de mão-de-obra, significam uma virada de costas ao câmbio. A indecisão política em relação a uma âncora cambial pode comprometer o desenvolvimento da economia do setor primário, ainda base das exportações e locomotiva do desenvolvimento econômico. Com informações do Brasil Econômico, Valor Econômico e outras fontes.

Dinheiro, amor e loucura.

Diz o respeitado professor e ex-ministro Delfim Netto que só há três maneiras de o ser humano enlouquecer: o amor, a ambição e o estudo sobre a taxa de câmbio. Isto posto, dá para se ter uma ideia da complexidade do tema em discussão no G-20, em Seul (Coreia do Sul), fórum das maiores economias desenvolvidas e emergentes de cooperação e consulta sobre assuntos do sistema financeiro internacional. A expectativa, segundo o “Valor Econômico”, é que o documento a ser assinado ao final do encontro, hoje, não traga medidas concretas, diluindo no tempo as assimetrias do câmbio no mercado global. Do blog do Jefferson. Acesse para ler outras notícias relacionadas.

Frango na mesa, voto na urna.

Esse assunto do câmbio real/dólar tem explicação simples que se reduz a uma conta simples. O que atrai os capitais voláteis e especulativos são os juros altos determinados pelo governo para conter uma nem sempre provável volta à inflação.

O que mantém os juros altos é a palavra final de Fernando Meirelles, presidente do Banco Central. Por se manterem os juros altos, existe um volume sem precedentes de dólares no mercado, o que acaba derrubando as cotações da moeda americana. Com o resultado disso, os produtores de commodities como soja, milho, minério de ferro, açúcar e suco de laranja, se tornam menos competitivos no Exterior. Espremidos pelo mercado externo, os preços se mantém baixos aqui dentro e com o valor do programa bolsa família o pobre pode comprar até 50 quilos de frango por mês. O que não está explícito é a enorme sangria proporcionada pelo serviço da dívida interna que já atinge a cifra de 3 trilhões.

A cotação da soja bateu em 11,45 dólares por bushel em Chicago. Se o dólar estivesse pelo menos a 2,20 reais, a saca no mercado interno estaria, no porto, a 57 reais e no mínimo a 48 reais nas regiões produtoras do Centro Oeste e do Oeste Baiano. Sem contar o prêmio pelo coeficiente maior de óleo da soja brasileira.

É necessário se fazer alguma conclusão sobre o que está escrito? Existem explicações que alterem essa verdade? Assim se explica os 80% de aceitação de Lula? A candidata de Lula é ruim mesmo ou metade dos brasileiros quer mudar o Brasil pelo simples prazer de ser “contra”?