Pouca gente gostou da derrubada dos Ficus do Jacob Lauck para a construção de um estacionamento na avenida Barreiras, em Luís Eduardo Magalhães. O Ficus benjamina, árvore exótica, pertence à família das moráceas, a mesma da amora, figo, fruta-pão pode ser um destruidor de calçadas e gosta de matar as gramas dos jardins por sua sombra intensa. Árvore nativa do sul e do sudeste da Ásia e alcança mais de 30 m de altura e 40 m de diâmetro. É a árvore oficial de Bangkok, Tailândia.
Acontece que eles forneciam uma generosa sombra aos carros estacionados na região. Uma cidade com tão poucas árvores não deve dispensar nem os Ficus, que já foram extintos ao longo da BR 242.
Aliás, a empreiteira da estrada não acabou só com os Ficus. Acabou com espécies nativas diversas, algumas protegidas por lei, como na frente do Tropical Ville.
Como ninguém protesta e não aconteceu o prometido ajardinamento da rodovia, fica como está. Estamos consolados por estar perdendo o nosso verde.
Horto da Prefeitura
A Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães tem um horto florestal, no bairro Santa Cruz, com boa disponibilidade de variedades nativas. Seria o caso de cada morador adotar uma meia duzia de arvores, para plantar no seu quintal ou na calçada fronteira à casa, irrigando-a nos seus primeiros dias, criando proteções e replantando em caso de insucesso no pegamento da muda ou danos causados.
Esperar só pelos órgãos públicos não é uma boa estratégia para ter sombra, abrigo de pássaros e temperatura mais amena.
Outro fato que não é motivo de orgulho para Luís Eduardo Magalhães é que na liberação dos inúmeros loteamentos não se obriga o empreendedor a criar bosques nas áreas públicas reservadas. Liberado o loteamento, se devasta tudo e depois não se repõe, como é previsto em lei, as espécies devastadas. Estamos criando um deserto na zona urbana tal qual na zona rural, onde não se preservaram nem as áreas de reserva legal.

O exemplo de Campina Grande
A cidade paraibana de Campina Grande tem atualmente cem mil árvores plantadas, para 400 mi habitantes. Mas, essa relação deve mudar. Através de diferentes projetos ambientais, o intuito é de que a cidade consiga chegar ao nível considerado ideal, tendo duas árvores para cada morador.
Para que isso seja possível, algumas iniciativas têm se destacado na questão de novos plantios e também em relação à conscientização da população local. O Projeto Adote Uma Árvore, da Universidade Estadual da Paraíba é um deles.
Criado em 2007, o projeto tem realizado mutirões de plantio, distribuído mudas de espécies nativas, capacitado educadores e conscientizado moradores e estudantes. Durante estes nove anos de existência, o projeto já distribuiu cem mil mudas de espécies nativas.
Outras ações que contribuem para a arborização urbana em Campina Grande são geridas por secretarias municipais. Os programas “Minha Árvore” e “Habite-se Ecológico” ajudam a controlar a quantidade de árvores plantadas e a situação de cada uma, além de distribuir gratuitamente novas mudas.
Através destes programas, a prefeitura tem realizado um censo oficial sobre a situação da arborização em Campina Grande e tem conseguido controlar melhor o cumprimento de normas de respeito ambiental em novas construções e também em relação às espécies adequadas para cada espaço em que será plantado, evitando problemas futuros. As ações também levam o tema às escolas, mostrando às crianças a importância de plantar e cuidar adequadamente de cada nova árvore. Com informes da Ciclo Vivo.
