Petista é filmado prometendo blindagem ao governador Cabral na CPI

A intimidade de Sérgio Cabral com a Delta Engenharia não será suficiente para levá-lo à CPMI?

O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi flagrado ontem, durante sessão da CPI do Cachoeira, garantindo blindagem do PT ao governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que corria risco de ser convocado a depor. As imagens da troca de mensagens de celular entre Vaccarezza, um dos principais articuladores da base governista na CPI, e Cabral foram registradas por um cinegrafista e exibidas na edição de ontem do “Jornal do SBT”.

“A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu [sic]“, escreveu Vaccarezza a Cabral. O petista afirmou à Folha que se tratou “de uma troca de mensagens entre dois amigos” e que respeita “o cinegrafista que posicionou bem a câmera” e flagrou seu celular. A assessoria do governo do Rio não se manifestou até a conclusão desta edição. Da Folha.

Cheiro de pizza no ar: CPI do Cachoeira não convocará governadores.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira deixou de votar hoje (17) os requerimentos que pediam a quebra de sigilo da matriz da empresa Delta Construções e a convocação de seu ex-diretor, Fernando Cavendish. Os requerimentos, por decisão do relator, Odair Cunha (PT-MG), foram retirados de pauta para votação posterior.

Durante a reunião, o relator alegou que ainda não havia identificado indícios de comprometimento da empresa Delta com a suposta organização criminosa comandada pelo empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O relator disse ainda que esses requerimentos poderão ser apreciados no futuro.

“Há indícios evidentes de que essa empresa, a Delta, sob o comando do senhor Cláudio Abreu, serviu à organização criminosa. Na minha opinião, não há ainda indícios suficientes para quebra de sigilos, além das suas filiais no Centro-Oeste”, disse o relator ao justificar sua decisão de não colocar os requerimentos em votação.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) tentou derrubar a retirada dos requerimentos da pauta, mas foi vencido pelo plenário da CPMI, que aprovou a decisão do relator. “É um mau começo se nós aprovarmos esse sobrestamento”, avaliou.

Além da decisão de ainda não investigar a Delta nacional, o relator também optou por não colocar em votação as convocações de três governadores: o de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). De acordo com o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), esses requerimentos poderão retornar à pauta da comissão no dia 5 de junho, data marcada para a próxima reunião administrativa.

Na reunião de hoje, a CPMI aprovou a convocação de 51 pessoas para prestar depoimento e quebrou mais de 40 sigilos bancários de pessoas e empresas suspeitas de servirem de laranja na suposta organização comandada por Carlinhos Cachoeira. Entre as quebras de sigilo, estão as das filiais da empresa Delta nos estados da Região Centro-Oeste.

A decisão do relator, que recebeu o apoio dos deputados do PT, provocou muita discussão. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) chamou de “devassa” o movimento para quebrar o sigilo da empresa. “Isso está sendo feito pelas pessoas que querem politizar a nossa investigação”, disse.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), também defendeu a restrição da investigação das atividades da Delta na Região Centro-Oeste. “Quem muito abraça, pouco aperta”, disse o deputado defendendo que a comissão deve buscar um foco.

Já o senador Pedro Taques (PDT-MT) contestou o entendimento do relator de que não há indícios do envolvimento da empresa Delta Construções no esquema investigado pela Polícia Federal (PF). Ele citou um diálogo interceptado pela PF no qual Cachoeira conversa com o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu.

Na conversa, Abreu e Cachoeira combinavam um encontro do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o diretor executivo licenciado da Delta nacional, Carlos Pacheco. “Ele dizia que Pacheco precisava participar de uma conversa com Demóstenes. Ele disse que um avião viria pegar Demóstenes para um encontro com o Pacheco, que é diretor executivo nacional da Delta, que tem sede na Região Sudeste”, informou Taques.

O senador insistiu com o relator para que o requerimento fosse colocado em votação. “A ética e o crime não respeitam geografia. O crime não ocorre só em uma região. Não há cabimento afastarmos o sigilo da Delta só no Centro-Oeste. Não há que se falar em redução da investigação e, sim, universalização. Não se trata de devassa”, defendeu o senador.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que, ao não colocar em votação o requerimento para quebra de sigilo da matriz da Delta, o relator estaria “selecionando alvos”. “Há, no inquérito, o repasse de R$ 39 milhões para empresas laranja do senhor Cachoeira. Há gravação com o senhor Cachoeira dizendo ‘eu sou a Delta’. Há, no inquérito, a informação de que Cachoeira tinha uma sala na empresa Delta. Há a suposição, inclusive no Ministério Público, de que Cachoeira é um sócio oculto da empresa Delta ou o grande lobista que atuava para marcar os interesses nas esferas municipal, estadual e federal”, considerou o senador. Da Agência Brasil, editada por este jornal.

Situação choraminga na Câmara.

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza anda choramingando que a oposição não deixa o governo votar nada por causa do Código Florestal. Vaccarezza tenta criar uma cortina de fumaça culpando a oposição, porque o problema está na base do governo. Vaccarezza ocupa o cargo de líder da maior bancada de apoio ao governo da história democrática recente.

Realmente, essa vagareza dos deputados não é uma atitude cândida.

Governo impõe acordo e afirma que não há mais tempo para votar Código Florestal.

A republiqueta fundamentalista voltou a pressionar hoje o setor produtivo com ameaças de não votar o Código Florestal, enquanto não for assinado acordo  para as modificações. Que obviamente não deve favorecer o setor agropecuário.

Segundo o conglomerado de notícias da Rede Globo, um dia após fracassar no plenário da Câmara a tentativa de votar o texto do novo Código Florestal, o líder do governo na Casa, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que o Planalto não trabalha mais com prazo para votar o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Vaccarezza ainda mandou um recado para os “representantes do setor produtivo” ao recomendar a eles que “acelerem” a elaboração de um acordo para votar o código porque o decreto de anistia aos desmatadores, que expira em 11 de junho, não será prorrogado.

“Tem um decreto que vai expirar no dia 11 de junho. E, quero já adiantar, pelo que sei das conversas do governo, esse decreto não será prorrogado. Então, é importante que as pessoas que defendem o setor produtivo, que estão participando desse debate, acelerem para fazer um acordo para a gente poder votar”, disse Vaccarezza.

Desfaçatez e leviandade.

Questionado sobre a nova data para analisar o texto de Rebelo no plenário da Casa, Vaccarezza afirmou que a matéria não poderá ser votada na próxima semana porque os principais líderes partidários da base aliada estão viajando.

“Terça-feira não vai dar para votar. Com o presidente Marco Maia fora da Casa e outros líderes viajando, vai ser uma semana um pouco esvaziada”, relatou Vaccarezza.

Apesar de dizer que não há mais prazo para votar o novo Código Florestal, o líder do governo negou que o projeto tivesse “subido no telhado”. Vaccarezza reconheceu, no entanto, que o clima para votar o Código Florestal “esfriou” no momento em que a maioria dos lideres decidiu adiar a votação para analisar melhor o texto.

“Mais importante do que o prazo é garantir o conteúdo do código. O governo nunca trabalhou com prazo. O prazo foi estabelecido pela oposição e pela base e nós fomos aceitando na expectativa de chegarmos a um acordo. Mas nós vimos que não tem como chegar a um acordo”, argumentou Vaccarezza.

Acordo difícil?

O líder do governo também reconheceu que “ficou difícil” criar um clima favorável para votar o novo Código Florestal, mas afirmou que o governo não irá abrir mão de conciliar os interesses do setor produtivo com a defesa do meio ambiente. Para Vaccarezza, enquanto não houver um acordo, a matéria vai permanecer fora da pauta da Casa.

“Fica difícil ter clima para votar. A oposição e os setores da base têm razão de reclamar. Mas o governo só concordará com a votação do texto quando a situação estiver equilibrada entre a defesa do meio ambiente e as necessidades da produção. Não vamos comprometer a defesa do meio ambiente no Brasil”, disse Vaccarezza.

“Se não tiver condições de votar, nós [o governo] temos o direito regimental de impedir a votação. O governo nunca teve prazo para votar o Código Florestal. Não é a primeira vez que o governo adia uma votação, eu mesmo adiei várias. Isso é tática de plenário”, complementou o deputado petista.

Vaccarezza esclareceu que a ameaça de aprovação de uma emenda patrocinada pelos partidos de oposição DEM e PSDB, que contaria com o apoio de uma parcela da base governista, foi o que motivou o pedido de adiamento da votação: “O DEM, o PSDB, e uma parte da base, infelizmente, patrocinaram uma emenda que a um só tempo consolidava todas as áreas e autorizava municípios e estados a acrescentarem outras áreas de agricultura.” Texto do G1, editado em parte por este jornal.

Quando os esbirros do IBAMA começarem a multar e prender pequenos e grandes produtores e a opinião pública se manifestar de forma avassaladora, aí sim, o governo, hoje um rolo compressor histérico e sem freios, vai cair na realidade.

Vergonha! Governo faz acordo, nega o mesmo e obstrui votação do Código Florestal.

A galeria de manifesta pela votação. Foto de Renato Araújo, da Agência Brasil.

O Governo deu nova demonstração de força, ontem à noite, determinando que seus líderes e a base obstruíssem a votação do parecer de Aldo Rebelo à modificação do Código Florestal, numa noite de vexames, em que o plenário dobrou-se à força do Executivo. O Governo, apesar da ampla maioria, temia uma derrota, pois existe muita dissidência entre a sua base, numa demonstração de que mesmo na democracia pode haver arbítrio. A cronologia da sessão extraordinária da Câmara:

22h48m: Aldo Rebelo encerra seu longo discurso pedindo a votação do seu parecer, tendo em vista principalmente a manutenção do caráter de intertemporalidade da lei, que ratifica o status até o ano de 1998. Isto é: não seria feito o resgate de reservas legais e APPs desmatadas antes deste período. PV e PSOL votam pela retirada de pauta.

23h03m: os votos de liderança pela manutenção da pauta prosseguem. Luiz Carlos Heinze (PP) e Oziel Oliveira (PDT) se manifestam a favor da votação.

23h12m: Cândido Vacarezza, líder do Governo, apóia a retirada do substitutivo da pauta. É vaiado até pelo plenário e pelas galerias.

23h20m: ACM Jr. diz que não se pode confiar na palavra do Governo e do seu líder, pois foi feito um acordo, com a assinatura de todos os líderes para a votação: “Queremos a segurança jurídica  do direito de propriedade e do direito de produzir. Não podemos deixar o Executivo usurpar o direito do Legislativo”

ACM Neto (DEM), indignado pelas manobras do Governo, em foto de Renato Araújo, da ABr.

23h30m: O líder do PSDB pede que o plenário honre o seu mandato e vote pela manutenção da pauta.

23h33m: O líder do PT nega a possibilidade de votar, diz que o texto que foi a plenário está alterado. Alguém mostra a sua assinatura no texto a ser votado.

23h46m: o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, abre seu voto pelo Governo, mas afirma que “nada se vota nesta casa enquanto não se votar o Código Florestal”.

23h53m: Paulo Abi-Ackel (PSDB), líder da minoria: “Vamos resistir. Queremos votar. Ou votamos ou damos uma demonstração de covardia. A base do Governo faz um gesto covarde hoje nesta casa”.

23h59m: os partidos da base do Governo entram em obstrução.

00h02m: Aldo Rebelo, que percebera uma mensagem de Marina Silva (presente) no twitter, chamando-o de traidor, disse que traidor era o marido de Marina Silva. Rebelo afirmou que quando líder do Governo evitou o depoimento dele numa investigação por  extração ilegal de madeira. E afirmou: “Isso é uma leviandade de Marina”. E disse ainda: “Esta casa não pode prosperar como agência dos interesses externos e dos países ricos”. Marina Silva e seus assessores ficaram o tempo todo incendiando no twitter. Conhece a amplitude da ferramenta. Tem quase 500 mil seguidores e propôs até uma consulta popular para o novo Código Florestal. Os verdes querem mesmo a ditadura do ambientalismo fundamentalista no País.

00h13m: É realizada a votação pela manutenção da pauta. 177 deputados votam sim, cinco são contra, mas o quorum não é suficiente.

00h17m: Marco Maia encerra a sessão extraordinária. A votação, se afinal acontecer, será na próxima quarta. Em 11/06 encerra o prazo para as modificações do Código Florestal.

Prisão especial pode estar acabando.

As mudanças no Código de Processo Penal, com o fim da prisão especial para diversos profissionais e autoridades e novas medidas cautelares que podem diminuir as prisões temporárias, são o destaque do Plenário para as sessões extraordinárias desta semana.

Na quarta-feira (23), não houve acordo entre os partidos para votar essa matéria (PL 4208/01) devido à redação dada ao artigo sobre o fim da prisão especial. O texto do Senado, que deve ser votado pelos deputados, atribui ao juiz a prerrogativa de conceder prisão especial se ela for necessária para preservar a vida do suspeito. A matéria é o primeiro item da pauta de quarta-feira (30). Na quinta-feira (31), às 9 horas, haverá sessão para votar as pendências do dia anterior.

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), informou que o projeto deverá ser votado na quinta-feira, se houver acordo. “Somos a favor da proposta como está, mas temos de esperar a definição do PMDB”, disse o líder. O pedido de retirada de pauta foi feito pelo 1º vice-líder do PMDB, deputado Mendes Ribeiro Filho (RS). O partido deverá tratar do assunto em reunião na terça-feira.
Vaccarezza ressaltou que essa votação não é considerada pelo governo tão prioritária quanto a análise das medidas provisórias que trancam a pauta. Do Boletim da Câmara, via ombusdman do Jornal O Expresso, Mário Machado Filho.

Governo empurra com a barriga a votação do Código Florestal.

A malograda manobra da bancada ruralista para tentar votar o regime de urgência para a mudança do Código Florestal, tentada no início desta semana, tem mais um capítulo antes do final do ano. O líder do Governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP), anunciou que o pedido de urgência será colocado na pauta de terça-feira (14).

“O governo já disse que não quer votar o projeto este ano, mas existe uma pressão real do Congresso nesse sentido. Uma maneira que encontramos para lidar com a situação foi inserir na pauta o pedido de urgência, mas sabendo que a votação só ocorrerá o ano que vem”, alegou Vacarrezza