Redutos do separatismo, Marabá e Santarem tiveram votações superiores a 90% favoráveis à divisão do Pará, segundo informação da Folha.
O recorde foi em Santarém, que seria a possível capital do Tapajós (oeste): 98,6% disseram “sim” à criação do novo Estado. O município tem cerca de 200 mil eleitores.
A orla da cidade velha, onde estão concentrados os restaurantes e casas noturnas da cidade.
Na cidade de 234 mil habitantes que pode se tornar capital no caso de criação do estado de Carajás, o principal assunto é o plebiscito de próximo domingo, no qual a população votará pela criação ou não de mais dois estados: Tapajós e Carajás. Nas ruas de Marabá, é difícil encontrar alguém que revele seu voto contra a divisão do estado do Pará.
A maioria favorável à divisão diz esperar que ela traga a prosperidade que estão esperando há anos. Caso se tornasse uma capital, Marabá já seria elevada ao posto inglório de a capital mais violenta do país. De acordo com o Mapa da Violênciadivulgado este ano pelo Ministério da Justiça, com base em dados de 2008, a cidade é a quarta mais violenta do país, com uma taxa de 125 mortes para cada 100 mil habitantes, acima de Maceió (107,1), Recife (85,2), Vitória (73,9), quatro vezes maior que a do Rio de Janeiro (31) e dez vezes pior que a de São Paulo (14,8).
As cheias do Rio Tocantins costumam invadir as partes baixas da cidade, principalmente na cidade velha.
Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Marabá (0,714) seria o mais baixo entre as capitais. Uma das causas é a explosão demográfica do município que viu sua população crescer 38% entre 2000 e 2010, passando de 168 mil para 233 mil habitantes. O crescimento acelerado, influenciado principalmente pela instalação de siderúrgicas e a atividade da pecuária na região, trouxe pessoas de diferentes partes do país. Em 2000, de acordo com dados do IBGE, 42% da população de Marabá não era nascida no estado do Pará.
O crescimento populacional e até econômico não veio acompanhado, na mesma proporção, de infraestrutura. A população se ressente das condições precárias das estradas, saneamento básico, educação e, principalmente, saúde. “Pior do que está não vai ficar”, muitos dizem ao justificar o voto pela divisão do estado, mesmo sem tanta certeza de uma melhora considerável futura.
“Aqui precisa de tanta coisa, é saneamento básico que não tem e saúde, principalmente. A gente adoece e vai pra Teresina (PI) ou Araguaína (TO), porque aqui onde moramos não tem pra gente”, conta Leslie de Almeida, que vende frutas na feira de Marabá. Alguns, como o taxista Francisco das Chagas, acham que os impostos pagos na região acabam sendo aplicados em outro lugar. “A capital fica muito longe de onde a gente mora, do sul do Pará, e fazendo o estado fica tudo aqui, até os recursos, que não vão embora”.
Em Marabá, quem é contra a divisão duvida que a situação mude e diz que o problema político é maior. “Não creio que mude alguma coisa com a divisão. Acho que tem que mudar muita coisa começando lá de cima, não daqui do Pará. Acho que não é só o governo estadual que está errado, é o governo em geral”, diz a garçonete Katiane da Cruz.
Mesmo a menos de dois dias do plebiscito, ainda é possível encontrar quem ainda não escolheu em que vai votar. É o lado do comerciante João Primo, que tem uma de loja de roupas no centro da cidade. “Ainda estou em dúvida se vou votar e em que votar. Minha dúvida é que para os fracos pode não ter melhora. Acho que para quem já tem melhora mais, mas pra quem não tem, acho que vai é piorar”.
O plebiscito ocorre no domingo (11) das 8h às 17h e os eleitores do Pará responderão a duas perguntas. A primeira, se eles são a favor ou contra a criação do estado do Tapajós. Em seguida, os paraenses responderão se são favoráveis ou não à criação do estado de Carajás. O voto é obrigatório para quem tem título de eleitor do Pará, e os que estiverem fora do domicílio eleitoral têm o prazo de 60 dias para justificar a ausência. De Danilo Macedo, da Agência Brasil.
Ponte rodoferroviária sobre o Tocantins, feita para escoar o minério de ferro de Carajás. Primeiro foi construída a ponte ferroviária. E bem mais tarde, duas pistas, em mão inglesa, para veículos. Por aqui passam até 16 composições por dia, puxadas por até 4 locomotivas. São mais de 100 vagões, em cada comboio, com capacidade de 100 toneladas de minério cada um.
O empresário Antonio Guadagnin, da Deltaville Empreendimentos Imobiliários, tem investimentos de porte em Marabá. Ele afirma que é impossível perder dinheiro em Marabá, seja qual for o serviço, porque a demanda está sempre acima do que é disponibilizado pelas empresas. A Deltaville já tem três grandes loteamentos na cidade e, um deles, com mais de 500 lotes, foi todo vendido em duas horas.
A divisão do Pará é rejeitada por 58% dos eleitores do Estado, de acordo com pesquisa do Instituto Datafolha divulgada ontem. Ainda há, porém, uma margem para mudanças de opinião, já que apenas 19% dos entrevistados se consideram bem informados sobre o plebiscito que ocorrerá em 11 de dezembro no Estado.
O percentual de rejeição é o mesmo tanto para a criação do Carajás (sudeste do Pará) como para a criação do Tapajós (oeste do Estado). Os favoráveis à implantação dos novos Estados são 33% para ambos os casos.
A diferença está nos que afirmam ainda não saber seu voto. Questionados se são a favor da criação do Carajás, 8% responderam que não sabem. No caso do Tapajós, 10% disseram não saber.
A soma dos percentuais dá 99% no caso de Carajás e 101% para Tapajós. Isso ocorre devido aos arredondamentos numéricos, porque o Datafolha não trabalha com números decimais. A pesquisa, encomendada em parceria entre Folha, TV Liberal e TV Tapajós (afiliadas da Rede Globo no Pará), ouviu 880 eleitores paraenses de 7 a 10 de novembro. Do Correio Braziliense.
Essa consulta votada recentemente no STF, que dita que todos os integrantes de um estado e não só os eleitores da região a ser emancipada votem, enterrou as aspirações dos estados do Carajás, Tapajós, São Francisco e Extremo Sul da Bahia. Dia mais ou dia menos a luz da razão iluminará nossos legisladores e as diferenças entre populações tão díspares como aquelas do litoral e do oeste baiano serão consolidadas num projeto de desenvolvimento interessante dos pontos de vista sociológico, econômico e geopolítico de ambos os estados.
Se no século XVI a Bahia já era dividida em três capitanias hereditárias ( Todos os Santos, Ilhéus e Porto Seguro), por que não agora?
O Carajás é uma proposta para uma nova unidade federativa do Brasil, que seria fruto do desmembramento do Pará. Se Carajás, no sudeste paraense, for criado, por meio de um plebiscito que já está marcado para o dia 11 de dezembro de 2011, onde todos os eleitores do Pará devem participar da eleição, terá uma população de aproximadamente 1,700 milhão de habitantes, e 289.799 km² de área.
Será o nono maior estado em termos territoriais, com 39 municípios e 18% dos eleitores do atual estado do Pará. Será maior do que países como Portugal, Uruguai e Equador. Somente 11,04% de sua população são paraenses, o restante da população migrou de todo o Brasil, sendo que os maranhenses, tocantinenses e mineiros juntos representam quase 55% da população total da região. A capital do novo estado seria a cidade de Marabá, que possui atualmente 233.462 habitantes IBGE/2010.
Também já está em andamento o projeto de uma nova universidade federal, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), com sede na cidade de Marabá. A região proposta é marcada por graves conflitos agrários que geram muitos entraves socias para o desenvolvimento local. Carajás teria um PIB que corresponde a aproximadamente 28% do PIB do Pará. Da wikipédia.
O Brasil poderá passar a ser formado por mais dois estados em pouco mais de dois meses. No próximo dia 11 de dezembro, os eleitores paraenses irão às urnas para decidir se concordam em dividir o estado em três. Caso a maioria do eleitorado vote pela divisão, o Pará, hoje com área de 1.247.689 quilômetros quadrados, ficará com 17% desse território, Carajás, ao sul do estado, com 35%, e Tapajós, localizado a oeste, com 58%.
Aprovados este ano pelo Congresso Nacional, os decretos legislativos que convocam o plebiscito estabelecem que o futuro estado do Carajás poderá ser composto por 39 municípios, tendo Marabá como capital, e população estimada em 1,6 milhão de habitantes. Já o estado de Tapajós, poderá ter 27 cidades, tendo Santarém como capital, e população em cerca de 1,2 milhão de habitantes.
O Pará, que pode ficar com 17% do seu atual território, seria composto por 78 municípios, e com população de 4,6 milhões de habitantes, sendo que a cidade de Belém continuaria sendo a capital. Segundo cálculos feitos pelas frentes pró-divisão, o Novo Pará ficaria com aproximadamente 56% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, Carajás com 33% das riquezas e Tapajós com 11% do que é atualmente produzido no estado.
De acordo com as regras definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os 4.839.384 eleitores paraenses responderão a duas perguntas no dia do plebiscito. Em uma cédula na cor amarela, o eleitor terá que marcar se é a favor ou contra a divisão do estado para criação de Tapajós. Em outra cédula, de cor branca, terá as mesmas opções para a pergunta se é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Carajás.
Desde o dia 13 de setembro as frentes pró e contra a divisão do estado estão autorizadas a fazer campanha com distribuição de panfletos, santinhos e realização de comícios. A propaganda no rádio e na televisão começa a ir ao ar a partir do próximo dia 11 de novembro. O TSE limitou em R$ 10 milhões os gastos de que cada uma das quatro frentes que farão campanha pró e contra a divisão territorial do estado do Pará. As informações são da Agência Brasil.
Marabá, uma das cidades que mais cresce no País, impulsionada pela economia da mineração de Carajás, pecuária forte e serviços. Acima, Santarém, que deve ser outra capital.
Defensores e opositores do desmembramento do Pará para a criação dos estados deTapajós e Carajásparticiparam, nesta sexta-feira, em Brasília, de uma audiência pública no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Presidido pelo ministro Arnaldo Versiani, o encontro serviu para a apresentação de sugestões de regras que nortearão as campanhas para o plebiscito emancipatório, previsto para 11 de dezembro.
As sugestões serão submetidas ao plenário da corte até o final de agosto. “A minha perspectiva é de que até a terceira ou quarta semana de agosto a gente possa deliberar, até porque há vários prazos no calendário que dependem dessas minutas”, afirmou o ministro após a audiência.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o governo federal entrou na briga entre a Vale e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em torno do valor dos royalties de mineração devidos a Estados e municípios produtores com um propósito: o de forçar a mineradora a reconhecer sua dívida de cerca de R$ 4 bilhões para, então, negociar o parcelamento dos débitos em até 60 meses.
Com o sinal verde da presidente Dilma Rousseff para “dar um aperto” no presidente da Vale, Roger Agnelli, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foi duro na abordagem. Na reunião de ontem à tarde com Agnelli, o ministro deixou claro que o governo não aceita mais “essa conversa de não pagar” os royalties.
“Vocês publicam um balanço com R$ 30 bilhões de lucro e não querem pagar R$ 4 bilhões?”, cobrou Lobão. Outro ministro que acompanha o assunto desde o governo passado informa que o Planalto está convencido de que a Vale “planejou” o impasse para pagar menos royalties e acertar a diferença quando fosse cobrada.
O governo federal também está sob pressão de municípios da Bahia, Pará e Minas Gerais, mas o assunto ganhou destaque na Presidência quando a superintendência do DNPM no Pará cassou o alvará da Vale para explorar Carajás. A decisão foi cancelada pela direção do departamento por ordem do ministro Lobão, mas o Planalto quer aproveitar a oportunidade para rediscutir os “compromissos” da Vale com o desenvolvimento do País.
Lobão, pau mandado, é o mesmo que disse hoje que o programa nuclear brasileiro não será interrompido pelos acontecimentos do Japão. Pergunta-se: as populações ribeirinhas do Vale do São Francisco foram consultadas sobre a viabilidade de se construir reatores nucleares ao longo do rio?
Quanto à Vale, o governicho do PT não vai descansar enquanto não reverter a privatização feita por Fernando Henrique Cardoso, que transformou a empresa na maior mineradora do mundo, antes um cabide de empregos.