Arrecadação federal cai 6,55%

Desaquecimento da economia e desonerações de impostos fizeram com que a arrecadação interrompesse no mês passado sequência de crescimento real em relação a junho de 2011. A União arrecadou R$ 81,107 bilhões em junho. No primeiro semestre, foram arrecadados R$ 508,555 bilhões.

Isso significa, caro leitor, que cada brasileiro, de mamando a caducando, contribuiu com R$2.666,32 ao Governo Federal no primeiro semestre. Ou R$444,00 mensais. Acrescente-se a esse valor os impostos estaduais e municipais. Como os impostos não são distribuídos assim, de maneira equânime, imagine a carga tributária que recai sobre aqueles que efetivamente contribuem para o fisco.

BRICs: como explicar a maior carga tributária do Brasil?

Governo retira do setor privado 181 milhões por hora para sustentar a máquina governamental.

A presidenta Dilma Rousseff reuniu-se hoje (22) com 28 empresários para ouvir as demandas do setor para aumentar o investimento privado e estimular o crescimento da economia. A presidenta deve pedir um esforço maior de investimentos dos empresários para alavancar o Produto Interno Bruto (PIB).

Recentemente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que o objetivo do governo é fazer a economia crescer 4,5% em 2012. Se isso for alcançado, será um resultado bem melhor que o de 2011, quando o Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 2,7%.(Agência BR)

O difícil é a Presidenta explicar fatos como o da participação da indústria no PIB estar caindo nos últimos 10 anos e porque a carga tributária para o setor é de 12% na China e 20% na Índia, enquanto a do Brasil vai a 35%. Benefícios fiscais pontuais às indústrias como a automobilística e a da chamada linha branca (fogões, geladeiras) já mostraram que não resolvem. O chamado Custo Brasil sustenta o instinto famélico do Governo.

Diferenças mortais

Um litro de gasolina comum está custando 1,99 pesos ou R$1,00. Um Gol duas portas custa R$14.800,00; uma Ford F250, R$54.300,00 e uma Nissan Frontier, exatos R$44.000,00. Pode se ver aí a carga tributária que o brasileiro paga, verdadeira expressão daquilo que se chama confisco do dinheiro comum. Até quando continuaremos sustentando os bandalhos de Brasília a custa do nosso suado dinheirinho?

Governo vai tirar 1,4 trilhões de reais da economia este ano.

Até o dia  27 de junho foram arrecadados 700 bilhões de reais, segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo. É a soma do que os governos federal, estaduais e municipais arrecadaram até agora, apontando sinistramente para uma arrecadação anual de 1,4 trilhões de reais. Combinada com as altas taxas de juros pagas pelo Governo na assustadora dívida pública, essa arrecadação é um bomba de retardo, uma tragédia anunciada.

O cenário fica ainda mais macabro quando se conectam as forças da supervalorização do Real frente ao Dólar, inviabilizando exportações, incentivando as importações, retirando a capacidade de investimento em setores pontuais da economia, como a bioenergia, o agronegócio e o setor automobilístico, por exemplo.

O País como um todo, independente das aves agourentas dos políticos, precisa estabelecer não o dia, mas a década da derrama, como propunham os inconfidentes mineiros. Efetivamente sustentar sinecuras nos palácios e a volúpia dos banqueiros não estão entre as aspirações do País que pretende o desenvolvimento como forma de sustentar a inclusão de largas faixas da população.

Liberdade, ainda que tardia.

A mega sena acumulou neste sábado e o prêmio deve bater em 70 milhões, no sorteio desta quarta-feira. Como o premio está em torno de 30% da arrecadação, isso significa que o Governo sangrou o contribuinte em mais 160 milhões. Isso na verdade não é nada para quem arrecada 3,75 bilhões de reais por dia. E ainda tem economista maluco defendendo aumento da carga tributária, para diminuir o déficit fiscal e freiar a inflação. Está chegando, ainda neste Governo, o “Dia da Derrama” e uma nova inconfidência brasileira.