Carne de porco também vai virar ouro em pó. China e Sudeste asiático terão recuperação lenta na produção.

A China deve continuar sofrendo as consequências do surto de Peste Suína Africana em 2020, de acordo com relatório do Rabobank sobre as perspectivas da Peste Suína Africana, divulgado esta semana.

Entretanto, apesar da previsão de continuidade na redução dos planteis, a expectativa é que no segundo semestre o país asiático comece a se recuperar lentamente da crise, aumentando em cerca de 8% dos rebanhos, mas ainda assim, o ritmo das importações de proteínas animais deve seguir aquecido.

Em 2020 deve haver concorrência mais intensa pelas importações de suínos por outros países da Ásia, como Vietnã e Filipinas, já que os surtos da doença vão continuar.

Na Europa, o relatório aponta que a doença saltou grandes distâncias na Polônia e na Sérvia, podendo ser causa de ação humana. Novas descobertas de carcaças contaminadas impedem o processo de recuperação na Bélgica

Como muitas matrizes são retidas para reabastecimento, a escassez de porcos para abate piorará nos próximos meses na China, mas devido à atual tendência de elevar os porcos a pesos mais pesados, esperamos a queda de oferta na carne em cerca de 15% em 2020, em comparação com 2019.

Sendo assim, as importações feitas pelo país devem aumentar, o que pode beneficiar o Brasil, que teve mais plantas da agroindústria habilitadas este ano para exportar produtos para a China.

A expectativa para o ano que vem é que o Brasil continue liderando as exportações de aves para a China.

Do Notícias Agrícolas, editado por O Expresso.

Ministério abre novos mercados para carne suína.

A África do Sul reabriu seu mercado à carne suína brasileira. O anúncio foi feito hoje (29) pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que ressaltou que o país africano foi o último a reverter sua posição após o foco de febre aftosa registrado em 2005 no Brasil. As últimas negociações foram feitas no fim da semana passada em Pretória com dirigentes do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca sul-africano. “É nossa terceira vitória do setor de suínos: abrimos o mercado da China, dos Estados Unidos e, agora, o da África do Sul. E também estamos avançando com a Coreia do Sul e o Japão”, disse Rossi em coletiva de imprensa. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a África do Sul tomou, em 2005, uma medida “exacerbada” em virtude de foco de febre aftosa em bovinos em Mato Grosso do Sul e barrou as exportações inclusive de Santa Catarina, reconhecida internacionalmente como área livre de aftosa sem necessidade de vacinação. Segundo Neto, a reabertura desse mercado “corrige irregularidade, totalmente em desacordo com as regras de comércio internacional amparadas pelo Acordo sobre as Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (OMC), que causou sérios prejuízos à suinocultura desde outubro de 2005”.

A ação do Ministério da Agricultura é importante para o Oeste baiano, que quer tornar-se um polo suinocultor, focando no promissor mercado do Nordeste e na abundância de matéria prima. Não tem sentido o Nordeste importar carne e embutidos de porco de Santa Catarina quando existem condições perfeitas de produção por aqui.