O carnaval não é coisa de país sério.

Fora de um dinheirinho mal havido por comerciantes exploradores, o que sobra deste tal de carnaval? Mortos, feridos, intoxicados, contaminados por doenças venéreas e AIDS, além das manchetes do tipo “a alegria aqui não tem hora para acabar”, chavões de quinta categoria que depõem contra a imprensa.

Nada justifica o carnaval. Nem o descanso daqueles que beiram a racionalidade e não entram nessas loucuras. Com o prejuízo adicional de se perder uma semana de trabalho, de educação nas escolas, de saúde nos hospitais e de segurança nas ruas da cidade.

O carnaval não é apenas o sepulcro dos bons costumes e da urbanidade. É a última morada da falta de objetividade dos brasileiros, que vivem de uma alegria fantasiosa, fútil, sem reconhecer sua condição de indigência social e moral. Vejam as estatísticas da quarta-feira: mortes, acidentes, gente com todo tipo de fratura, inclusive aquelas morais. Como dizia o presidente francês Charles de Gaulle, o Brasil não é um país sério.