Mourão diz em entrevista que Chico Mendes faz parte da história do Brasil

Ministro do meio ambiente em entrevista no Roda Viva. — Foto: Reprodução/TV Cultura, reproduzida no G1.

Tomou, “Ministrário” do Meio Ambiente? Agora você já sabe que diferença faz Chico Mendes?

Foi dizer bobagens no programa Roda Viva da TV Cultura-SP e foi literalmente desautorizado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

O Ministrário chegou ao Ministério do Meio Ambiente com uma cauda invejada de malfeitos, como liberar atividade mineradora nas várzeas do rio Tietê. Foi até condenado por isso em primeira instância.

E teve a audácia de minimizar a atuação do grande sertanista e líder comunitário, Chico Mendes, assassinado no cumprimento de sua missão de salvar seringais do Acre, durante o programa Roda Viva.

“Olha, eu não conheço Chico Mendes. Eu tenho um certo cuidado em falar sobre coisas que eu não conheço”. Ao reconhecer a própria ignorância em torno da figura de uma das principais lideranças do movimento ambientalista brasileiro, o ministro poderia encerrar a resposta aí.

E seguiu, segundo o G1, falando:

Eu escuto histórias de todo lado. Dos ambientalistas mais ligados à esquerda, o enaltecimento de Chico Mendes. As pessoas que são do agro, que são da região, dizem que Chico Mendes não era isso que é contado…

Bolsonaro nomeou Ricardo Salles como “facilitador” de projetos ambientais, não para cumprir a lei. A liberação de agronegócio e mineradoras em áreas de floresta amazônica estariam entre seus principais objetivos.

Já o general Hamilton Mourão continua preparando a sua escalada no poder para substituir o bando de doidos nomeados por Bolsonaro. Mostrando-se conciliador em temas polêmicos, concedendo entrevistas a jornais estrangeiros com fluência no Inglês e no Espanhol, Mourão coloca-se a anos luz de Bolsonaro e de seus kids ensandecidos.

Lula diz que PT está na alma dos brasileiros.

“Alguns apregoavam que o partido tinha quebrado. Mas um partido que está na alma de milhões de brasileiros não se acaba porque a elite quer destruí-lo.”

Assim o presidente Luiz Inácio pronunciou-se, esta noite, no Congresso Nacional do PT, em clara atitude eleitoreira, fantasiosa e promotora de um apartheid social, que, se existe, é, em parte, culpa dos últimos sete anos de governo. Pior foi a declaração do novo presidente do PT, Eduardo Dutra:

“Em 2005, o ano em que os profetas do apocalipse apareciam na TV e profetizavam o fim da nossa raça. Mas, eles não conseguiram acabar com a nossa raça porque nós fomos forjados na luta dos trabalhadores, com o suor de milhares de trabalhadores no Brasil. Nossa raça foi forjada no sangue de Chico Mendes. Não conseguiram acabar com a nossa raça porque fomos forjados com o sangue de milhares de brasileiros”.

Quem falou em raça, agora, foi o PT. Mas a passagem lembra o escritor Alexander Soljenítsen, referindo-se aos stalinistas:

“Como surgiu essa raça de lobos em meio do nosso povo? É a nossa raiz? É do nosso sangue?”