Situação econômica da população no Brasil não é melhor do que a dos chilenos.

O preço da passagem do Metrô no Chile foi o estopim da rebelião. No entanto é mais em conta que no Brasil.

Levantamento da BBC Brasil mostra que a situação dos chilenos, que se levantaram em um gigantesco protesto há uma semana, não é muito diferente daquela do Brasil.

A renda média de um chileno é de US$ 550 (R$ 2.220) por mês. Esse é o salário que 50% da população economicamente ativa recebe, enquanto o salário mínimo atual é de US$ 414 (R$ 1.671), de acordo com a Pesquisa de Renda Suplementar, preparada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O salário mínimo no Brasil hoje é de apenas US$243.

Alguns comparativos são vantajosos para o Brasil, como a alimentação, mas outros se assemelham: o metrô, que no Chile custa 1,1 dólar, em Brasília custa 1,22. O custo do megawatt/hora da energia no Chile, outro motivo dos protestos, é de 186 dólares, enquanto no Brasil é de 208. A água custa US$1,45 por metro cúbico no Chile, enquanto no Rio de Janeiro custa US$2,04.

Medicamentos

Segundo um estudo da consultoria americana IMS Health (IQVIA) publicado em 2018, o valor médio de um medicamento vendido ao público no Chile é de US$ 9,30 (R$ 37,51), 23% mais barato que no resto da América Latina.

Mas quando se trata de medicamentos originais, que detêm uma patente comercial de um princípio ativo, é o país com o preço médio mais alto da região: US$ 28,50 (R$ 115).

Combustíveis

O preço médio da gasolina comum na América Latina é de cerca de US$ 0,86 (R$ 3,47) por litro, de acordo com o índice Global Petrol Prices com base em dados de 30 de setembro de 2019, enquanto no Brasil é de US$1,05 para o combustível de baixa octanagem( gasolina comum).

Deve ser por isso que o atual presidente Jair Messias Bolsonaro, disse, ainda no início do seu périplo por Oriente e Oriente Médio que o Exército brasileiro estava preparado para enfrentar manifestações de rua, ao seu comando. O que não deixa de ser um aviso de que o pior ainda está por vir, depois do primeiro ano incompleto de sua gestão.