Gasolina fica mais cara a partir de domingo. Tarifaço está só começando

Apesar de a Presidente da República negar, o Banco Central confirmou que haverá um tarifaço em 2015. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, o BC estimou que os preços administrados terão alta de 9,3% no ano, ante uma previsão de 6%.
As projeções contidas no documento apontam que a energia elétrica encarecerá 27,6%, a gasolina, 8% – sobretudo pela volta da incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), a partir de domingo, e de PIS/Cofins –, o botijão de gás, 3% e as tarifas de telefonia fixa, 0,6%.

Agora, durma-se com um barulho destes. Essa de financiar, com tarifas altas de combustíveis, a Petrobras, com certeza não vai dar certo para dona Dilma. Vai ser um pepino duro de segurar (ops!). Se perder as presidências das duas casas do Congresso, pior ainda.

 

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Governo diz que preços dos combustíveis baixam. Poderiam baixar e muito.

A BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, anunciou queda no preço dos combustíveis. Segundo informações da assessoria de imprensa, o preço da gasolina baixou em média 6% e, do etanol hidratado, cerca de 13%.

A empresa informou que, embora “o mercado seja livre à pratica do preço de venda”, a expectativa é de que o desconto seja repassado aos consumidores à medida em que os estoques atuais cheguem às bombas.

A baixa dos preços do etanol e da gasolina tende a continuar, de acordo com a BR Distribuidora, informação confirmada ontem, em Brasília, pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Em entrevista coletiva após participar da posse de lideranças parlamentares no Senado Federal, Lobão afirmou que, impulsionadas pela BR, as outras distribuidoras devem seguir a tendência da redução dos preços.

Se o Governo desejasse de verdade diminuir o preço dos combustíveis, retirava de vez a incidência da CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, que fica com até 86 centavos do custo da gasolina e dos outros derivados de petróleo nas bombas. A CIDE na realidade está financiando a Petrobrás e a gastança indiscriminada no Governo Federal e nos estados. Está cada vez mais afastada da condição de reguladora dos preços do mercado. Sem a CIDE, os preços cairiam até 40% no custo final, reduziriam preços numa vasta cadeia de produtos e o Governo, controlando a inflação, poderia deixar de bancar os juros absurdos da dívida pública.

A PRAGA DA CIDE CORRÓI A ECONOMIA

A CIDE combustíveis foi criada pela Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001 no Brasil, pelo governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. É incidente sobre a importação e a comercialização de gasolina, diesel e respectivas correntes, querosene de aviação e derivativos, óleos combustíveis (fuel-oil), gás liquefeito de petróleo (GLP), inclusive o derivado de gás natural e de nafta, e álcool etílico combustível.

 A principal consequência é que o valor destes produtos aumentou muito acima da inflação, principalmente por ser cobrado em cascata com outros impostos, como o ICMS. Ao custo de R$ 860,00 por m³[1], a Cide aumenta o valor da gasolina em R$ 0,86 na base da cadeia (refinaria ou importador). Somado aos 25% de ICMS que a maioria dos estados cobra sobre o produto, reflete no preço final em R$ 1,075.

Essa contribuição incide sobre os produtos importados e sua comercialização. Têm como fato gerador os combustíveis em geral. Os contribuintes são o produtor (refinaria), o formulador (laboratórios de pesquisas) e o importador (pessoa física ou jurídica) dos combustíveis elencados no art. 3º da Lei nº 10.336, de 2001.

Do total arrecadado, 71% vão para o orçamento da União, e os outros 29% são distribuídos entre os estados e o Distrito Federal, em cotas proporcionais à extensão da malha viária, ao consumo de combustíveis e à população.

A gasolina no Hawai, a 4 mil km das refinarias, é 33% mais barata que no Brasil.

A gasolina no Hawai está custando US$4,46 o galão, 65 centavos de dólar mais cara que a vendida no continente. Justificável, pois os petroleiros americanos precisam atravessar todo o Pacífico para entregá-la aos consumidores. Isso daria mais ou menos R$1,97 o litro para a gasolina de alta qualidade, 120 octanas, sem adição de álcool anidro como aqui no Brasil.

Como então aqui ela custa 50% a mais, apesar do País ser auto-suficiente em petróleo. Os americanos importam mais da metade do seu petróleo e têm que manter duas ou três guerras para assegurar-se do fornecimento de combustíveis. A verdade é que os mais pobres (90% da população) estão financiando a Petrobrás e o governo dos oprimidos através de passagens caras nos “navios negreiros” urbanos e no transporte de alto custo dos alimentos.

Segundo o jornal O Globo, pressionado pela Petrobras, o governo já estuda uma redução do valor da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para acomodar um reajuste da gasolina e evitar impacto nos preços cobrados do consumidor. A decisão, no entanto, ainda depende do efeito da medida para os cofres públicos. Isso porque, além da inflação, a equipe econômica tem em seu radar a preocupação com a área fiscal. Num ano em que o governo tem como compromisso cumprir a meta cheia de superávit primário (de 2,9% do Produto Interno Bruto), abrir mão de receitas não é algo simples. A Cide tem o valor fixado em reais e é cobrada sobre a importação e a comercialização de petróleo e derivados, gás e etanol.

– Temos que pesar uma redução da Cide na arrecadação. O desempenho fiscal da União este ano também será importante no esforço de domar a inflação – afirmou um integrante da equipe econômica.

“Desempenho fiscal, dona Dilma Vana, se obtém com redução do custeio público. Reduzir impostos e deixar o mesmo preço no varejo, para beneficiar a jurássica estatal, de nada vai adiantar, pois lá naquela curva a inflação vai lhe pegar! E se ela lhe pegar, a Senhora vai ver de perto o bicho-da-cara-preta!”