Deputado alerta: novo texto da Previdência não contempla passivo do FUNRURAL

Do Notícias Agrícolas

Em sua página internet, o deputado Jeronimo Goergen traz novos esclarecimentos sobre as medidas que dificultam a eliminação do passivo do Funrural. Goergen diz que o relator da Reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) incluiu em seu relatório final uma medida extremamente amarga para o agronegócio brasileiro.

O relator da Previdência acatou uma proposta do governo que acaba com a imunidade sobre as exportações de commodities. Dessa forma, produtos como soja, algodão, milho e carne bovina serão tributados com uma alíquota que vai variar entre 1,3% e 2,05% sobre a receita bruta da comercialização da produção.

De acordo com o deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS), que vinha negociando o tema com governo nas últimas semanas, o Palácio do Planalto está instituindo a cobrança do Funrural sobre as exportações por meio de Emenda Constitucional, algo que será muito difícil de reverter caso seja aprovada.

“Isso vai representar uma arrecadação anual de R$ 8 bilhões para os cofres da União. E vai mexer direto na renda do produtor. Além disso, havia o compromisso de não tratar de aumento de tributos dentro da Reforma. Isso é um crime contra um setor econômico que passa por sérias dificuldades”, criticou.

O parlamentar está construindo a apresentação de um destaque para tentar reverter o fim da imunidade sobre as exportações ainda na Comissão Especial.

 “É preciso mobilização total embora ache muito difícil conseguir neste momento da tramitação. Quando fizemos o alerta muitas lideranças do setor não entenderam que isso era verdade. Além disso, abre um precedente muito perigoso para os Estados também tributarem as exportações”, acrescentou.

Artigo: uma nova crise na agricultura dos EUA se aproxima

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Por Wall Street Journal

O cinturão agrícola americano se encaminha para um marco histórico: Em breve haverá menos de dois milhões de fazendas nos Estados Unidos, a primeira vez que isso acontece desde que os pioneiros se mudaram para o oeste depois da Compra da Louisiana, em 1803.

Em toda a região produtora do país, uma queda ao longo de anos nos preços do milho, trigo e outras commodities agrícolas provocada por um excesso de grãos em todo o mundo está levando muitos agricultores a se afundar em dívidas. Alguns estão desistindo do negócio, suscitando temores de que os próximos anos possam trazer a maior onda de falências agrícolas desde a década de 80.

A participação dos EUA no mercado global de grãos é hoje menos da metade do que era na década de 70. A renda dos agricultores americanos cairá 9% em 2017, estima o Departamento de Agricultura (USDA), prolongando o maior declínio registrado desde a Grande Depressão pelo quarto ano consecutivo.
Na atual safra, os agricultores dos EUA semearam a menor quantidade de hectares de trigo de inverno em mais de um século.

“Ninguém mais só cultiva cereais”, diz Deb Stout, cujos filhos, Mason e Spencer, cultivam os mais de 800 hectares da família em Sterling, no Estado do Kansas. Spencer também trabalha como mecânico e Mason, como carteiro. “Ter um trabalho paralelo parece o único jeito”, diz ela.

Deb e o marido já faliram antes. Os agricultores da região de Sterling perderam em média US$ 6.400 em 2015, ano com os dados mais recentes disponíveis, após terem tido um lucro médio de US$ 80.800 um ano antes, segundo a associação de gestores agrícolas do Kansas.

A agricultura sempre foi um empreendimento de altos e baixos. Hoje, as oscilações são mais nítidas e menos previsíveis, já que a economia agrícola se tornou mais internacional, com mais países cultivando alimentos para exportação e para suas próprias populações.

A participação dos agricultores americanos no comércio mundial de grãos caiu de 65% em meados da década de 70 para 30% hoje, o que lhes dá menos influência sobre os preços. A existência de mais produtores e mais compradores em todo o mundo também significa mais interrupções potenciais por causa do clima, fome ou crises políticas.

Os preços do milho costumavam variar entre um ano e outro em menos de US$ 1 por bushel. Desde 2006, eles dispararam e caíram mais de US$ 4 por bushel.
Uma década atrás, um boom de biocombustíveis nos EUA e a crescente classe média da China elevaram os preços de culturas como milho e soja. Muitos produtores americanos investiram os lucros inesperados comprando mais terra e equipamentos.

O boom também incentivou agricultores de outros países a acelerar a produção. Produtores de todo o mundo acrescentaram cerca de 73 milhões de hectares de cultivo nos últimos dez anos. Os custos de produção mais baixos, a proximidade com mercados de rápido crescimento e a melhoria da infraestrutura deram a produtores de alguns outros países uma vantagem.

A produção de milho e trigo nunca foi tão grande, e nunca tantos grãos foram armazenados antes.
Desde o início do século XIX até a Grande Depressão, o número de fazendas dos EUA cresceu de forma constante, à medida que os pioneiros conquistavam o oeste. As famílias produtoras geralmente criavam um pouco de gado e cultivavam algumas dezenas de hectares de terra, no máximo. Após a Segunda Guerra Mundial, os tratores e colheitadeiras de alta potência permitiram aos agricultores trabalhar com mais quantidade de terra. Há 20 anos, as sementes geneticamente modificadas passaram a ajudar os agricultores a produzir mais.
As fazendas cresceram e se especializaram. As operações em larga escala representam hoje metade da produção agrícola dos EUA. A maioria das fazendas, mesmo algumas das maiores, ainda é administrada por famílias.

Enquanto o tamanho das propriedades se multiplicou, seu número em unidades caiu, de seis milhões, em 1945, para pouco mais de dois milhões em 2015, aproximando-se de um limite visto pela última vez em meados do século XIX. O total de hectares cultivados nos EUA caiu 24%, para 370 milhões de hectares.
A Rússia, entretanto, passou ao longo dos últimos 25 anos do maior importador de trigo do mundo para o maior exportador, diz Dan Basse, presidente da empresa de pesquisa AgResource Co., com sede em Chicago. Os agricultores plantaram ainda mais trigo no ano passado para tirar vantagem do recente aumento do dólar em relação a muitas moedas. Isso incentiva os agricultores russos a exportar tanto trigo quanto for possível em dólar, que hoje rende cerca do dobro de rublos que rendia há três anos.

O dólar forte também permite que agricultores em alguns países reduzam seus preços.
“Como o dólar permanece forte, os agricultores americanos não têm nenhuma alavanca para puxar”, diz Basse. “É uma hemorragia lenta, não um corte na jugular.”

No ano passado, o governo de Barack Obama acusou a China de subsidiar injustamente a produção de trigo e limitar indevidamente as importações de grãos em detrimento dos agricultores dos EUA. Em outubro, o USDA informou que iria pagar mais de US$ 7 bilhões em assistência financeira no âmbito de programas existentes para ajudar os agricultores a sobreviver o momento atual de crise.

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Soja reage, acompanhando boas notícias econômicas mundiais

soja

A cotação da soja em grão no Oeste da Bahia bateu, nesta quinta-feira, às portas do R$70,00. A recuperação das commodities em todo o mundo e das bolsas contribui para firmar o preço da oleaginosa, sustentando no País uma queda da cotação do dólar para R$3,54. A Bolsa brasileira sobe pelo terceiro dia consecutivo, com a Petrobras recuperando 11,3% em ações ordinárias.

O mercado internacional da soja fechou o pregão desta quinta-feira (27) com boas altas. Entre os principais vencimentos, os ganhos variaram entre 8,50 e 15,75 pontos no fechamento do dia, após trabalhar durante todo o tempo do lado positivo da tabela. Assim, o contrato novembro/15 terminou cotado a US$ 8,79 por bushel, enquanto o março/16 ficou com US$ 8,85. 

Apesar desse avanço, os preços da soja nos portos do Brasil encerraram os negócios com ligeira desvalorização nesta quinta, uma vez que o dólar voltou a recuar frente ao real e perdeu o patamar dos R$ 3,60. Assim, mesmo com prêmios ainda muito elevados nos principais terminais de exportação – superando US$ 1,00 por bushel sobre os valores da CBOT – o produto disponível ficou cotado em R$ 78,70 em Rio Grande e em R$ 78,00 em Paranaguá, contra os R$ 79,00 desta quarta-feira (26) em ambos os portos. Para a soja futura, o último preço foi de R$ 77,30 no terminal gaúcho e de R$ 75,00 no paranaense.

A notícia de que a China vai desmobilizar títulos do tesouro americano (o País tem mais de US$3 trilhões em títulos do Tesouro) para investir no mercado interno também deixou as bolsas otimistas em todo o mundo. 

Preços mais baixos e menos embarques causam queda da exportação do agronegócio

Como se comportará o mercado em 2015? É a pergunta que o produtor se faz ao iniciar outra safra, obrigando-se a "travar" preços baixos.
Como se comportará o mercado em 2015? É a pergunta que o produtor se faz ao iniciar outra safra, obrigando-se a “travar” preços baixos, como exemplo na soja, com cotações em torno de US$10,50 o bushel para maio/2015

De Wellton Máximo e Marcos Chagas, da Agência Brasil

A queda no preço das commodities – bens primário com cotação internacional – e a redução de embarques refletem em um dos setores da economia em que o Brasil é mais competitivo. De janeiro a outubro, as exportações do agronegócio somaram US$ 83,9 bilhões, queda de 3% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado (US$ 86,4 bilhões). Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

As importações do agronegócio também caíram em 2014, mas em ritmo menor. Nos dez primeiros meses do ano, o setor importou US$ 14,1 bilhões, 1,2% a menos que no mesmo período de 2013 (US$ 14,3 bilhões). O recuo das exportações em ritmo maior que o das importações fez a balança comercial do setor piorar neste ano. O superávit do agronegócio caiu de US$ 72,1 bilhões para US$ 69,7 bilhões.

A causa para a queda das exportações agropecuárias está tanto na quantidade como nos preços das commodities. Em relação às quantidades, entre 15 categorias de produtos analisadas, sete apresentaram queda no volume exportado, com destaque para os cereais (-29,5%), o fumo (-24,4%) e açúcar e etanol (-15,6%). No caso dos preços médios, as maiores quedas ocorreram, também, nos cereais (-18,6%) e no complexo sucroalcooleiro (-11,9%).

Apesar da queda nas vendas externas, alguns produtos têm bom desempenho neste ano. Beneficiadas tanto pelo crescimento da quantidade como pelo aumento de preços, as exportações de café subiram 20,7% em 2014. As exportações do complexo soja – farelo, grãos e óleo – aumentaram 3,5%. Mesmo com queda de 3,4% no preço internacional, a quantidade embarcada de soja cresceu 7,2% em decorrência da safra recorde.

Com alta acumulada de 4,1%, as exportações de carnes também têm subido no ano, principalmente após o fim do embargo da Rússia. A carne bovina mostra um aumento tanto de preço como de volume exportado. No caso da carne suína, o aumento de 23,4% nos preços compensou a queda de 6,4% na quantidade embarcada. No frango, ocorreu o contrário. A queda de 3,9% no preço internacional reverteu o crescimento de 3,3% no volume embarcado.

Considerando apenas outubro, as exportações do agronegócio também não tiveram bom desempenho. No mês passado, as vendas externas do setor somaram US$ 7,95 bilhões, queda de 5,7% em relação a outubro de 2013 (US$ 8,42 bilhões). As importações caíram 11,3%, de US$ 1,62 bilhão para US$ 1,44 bilhão na mesma comparação. Como as compras do exterior caíram mais que as vendas, o superávit comercial do agronegócio cresceu 4,5% no mês passado, somando US$ 6,8 bilhões.

Tradicionalmente a principal fonte de receita comercial para o país, o agronegócio não está ajudando a balança comercial a se recuperar, em 2014. De janeiro a outubro, o país importou US$ 1,87 bilhão a mais do que exportou. As exportações totais somam US$ 191,96 bilhões, com queda de 3,7% em relação a 2013, pela média diária. As importações totais foram US$ 193,83 bilhões, recuo também de 3,7% pela média diária.

Liga Nordeste novo

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E se a China quebrar? O Oeste baiano fecha?

O senador Demóstenes Torres publica um pequeno comentário, hoje, no blog de Ricardo Noblat, em que faz referência a um eventual período de estagnação da economia chinesa, que cresce hoje a razão de dois dígitos ao ano. E mostra como o País está despreparado para um cataclismo dessa proporção:

“A infraestrutura é caótica, a mão-de-obra não se modernizou e há 4 milhões de jovens fora da escola”, diz o Senador.

Veja a íntegra da nota:

A entrada da China na Organização Mundial do Comércio completou dez anos e ainda se comemora o continente de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes à disposição dos negócios. Claro que os meios de sobrevivência ali deixam grande parte sem poder de consumo, mas é uma potência.

Suas relações bilaterais com o Brasil estão se transformando em dependência, a ponto de um resfriado chinês chegar aqui como a nova versão da peste bubônica.

Por enquanto, os números de Pequim são saudáveis, mas com fortes indícios de serem inflados. O PIB, que tomou do Japão o segundo lugar no mundo, cresceu 10,3% em 2010 e 9,2% em 2011, o dobro da ascensão tupiniquim.

O gigantismo explica por que grande parte do planeta, inclusive o Brasil, resiste à quebradeira na Europa com a mesma placidez que tornou marola o tsunami norte-americano. E se os pontos na escala Richter fossem nos balancetes da China?

É preciso se preparar para o baque, pois a explosão de uma eventual bolha chinesa atingiria os sete mares e outros nunca dantes navegados. Nossas reservas cambiais, 300 bilhões de dólares (as chinesas são 11 vezes maiores), virariam pó de traque, porque o país não fez o necessário. A infraestrutura é caótica, a mão-de-obra não se modernizou e há 4 milhões de jovens fora da escola. Publicado no blog de Ricardo Noblat.

Pois se a China quebrar, o Oeste da Bahia fecha em uma semana. E o último que sair deve apagar a luz. O País não pode e não deve continuar sustentando sua economia apenas em commodities. Precisa de educação, pesquisa e inovação tecnológica. Sempre cito aqui o exemplo: por que devemos pagar por um pendrive o mesmo preço que a China paga por uma saca de soja? Não temos tecnologia para fabricar um pendrive?