“Z”, o mais famoso filme de Costa-Gravas faz 50 anos e será restaurado

Costa-Gavras restaurado. Marco do cinema político, o longa “Z”, do grego Constantin Costa-Gavras completa 50 anos e terá sua cópia restaurada exibida no Rio.

Aos 85 anos, o cineasta grego falou com O GLOBO em Paris, onde lançou o livro de memórias “Va où il est impossible d’aller” (Vá aonde é impossível ir, em tradução livre).

Ele lembra que, em 1968, nenhum produtor quis financiar o filme porque não havia um protagonista vivido por um ator famoso. E afirma: não há espaço para ditaduras militares no mundo de hoje.

Assisti “Z” em Montevidéu, quando tinha 23 ou 24 anos. No Brasil o filme não passava, a censura não permitia. No Uruguai a ditadura ensaiava seus primeiros passos. Bons livros, revistas, filmes proibidos no Brasil, tudo era permitido. Depois veio Médici, no Brasil, e Pacheco Areco, no Uruguai, e a Operação Condor. A esquerda começou a ser dizimada no Cone Sul. 

Mais de 100 mil pessoas fogem das enchentes em quatro países do Cone Sul

Mais de 100.000 pessoas tiveram que ser retiradas de suas casas nas áreas da fronteira entre Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina por causa de enchentes, após fortes chuvas de verão trazidas pelo El Niño, afirmaram autoridades neste sábado.

No país mais afetado, o Paraguai, por volta de 90.000 pessoas na área em volta da capital Assunção tiveram que ser retiradas, disse o serviço municipal de emergência. Muitos são de famílias pobres vivendo em condições de habitação precárias ao longo das margens do rio Paraguai.

enchentes

O governo paraguaio declarou estado de emergência em Assunção e sete regiões do país para liberar os fundos necessários para ajudar os afetados.

Em Alberdi, aproximadamente 120 quilômetros ao sul de Assunção, o governo recomendou que 7.000 famílias que vivem ao longo das margens do Rio Paraguai fossem retiradas.

Mais de 9.000 pessoas no Uruguai também tiveram que deixar suas casas para trás, de acordo com o serviço nacional de emergência, que disse prever que os níveis de água se mantenham estáveis por vários dias antes de diminuírem.

“A enchente é causada pelo fenômeno climático El Niño”, disse o chefe do serviço de emergência do Uruguai, Fernando Traversa. “Sabíamos que ele causaria os impactos mais fortes no final da primavera, começo do verão… mas não poderíamos saber o quão grave seria”.

O “El Niño” deste ano, que causa extremos climáticos, é o pior em mais de 15 anos, segundo disse a agência climática da ONU, a Organização Meteorológica Mundial (WMO), no mês passado.

“Secas severas e enchentes devastadoras que aconteceram nas regiões tropicais e sub-tropicais têm as marcas desse El Niño, que é o mais forte em 15 anos”, disse o chefe da WMO, Michael Jarraud, em um comunicado.

No norte da Argentina, por volta de 20.000 pessoas tiveram que abandonar as suas casas, informou o governo no sábado.

“Teremos alguns meses complicados, as consequências serão sérias”, disse Ricardo Colombi, governador da região de Corrientes, depois de sobrevoar as áreas mais afetadas com o chefe do gabinete federal Marcos Pena.

Pena disse que ajuda do governo federal já estava a caminho e que o novo presidente, Mauricio Macri, empossado no começo deste mês, pretende priorizar o investimento em infraestrutura para que esse tipo de enchente não ocorra novamente. Da Reuters e El País.

Seca se agrava no Cone Sul. Preços da soja se mantém.

Na Argentina, a seca está se agravando e as estimativas para a colheita do país continuam sendo reduzidas. Frente a essa redução na oferta no país e a preocupação com um aperto nos estoques, os mercados da soja e do milho encontram sustentação.
Nesta segunda-feira, no primeiro pregão noturno de 2011, os preços da oleaginosa encerraram com leve alta na Bolsa de Chicago. Dentre os principais vencimentos, apenas o de janeiro não ficou acima dos US$14 por bushel.
O clima seco prejudica as lavouras tanto de soja quanto de milho. Os produtores argentinos lamentam suas perdas. Por conta da ausência das chuvas, as espigas de milho se apresentam com um tamanho 20% menor do que o normal, incompletas e com os grãos ainda em formação.
Na região norte de Buenos Aires, a situação é mais crítica para o milho, que está em uma fase de definição e formação dos grãos e que requere cerca de 7 a 9 milímetros de chuva por dia. A seca também impacta na soja da região, que já exibe plantas menores do que o normal.
No núcleo da principal zona produtiva do país, 50% de uma região que compreende aproximadamente 10 milhões de hectares entre o norte de Buenos Aires, o centro-sul de Santa Fé e o sul de Córdoba passa por uma situação de severa estiagem. As informações são do Centro de Informações e Estudos Econômicos eda Bolsa de Comércio de Rosário.
Em Olavarría, a seca já provocou incêndios nos campos e já se queimaram cerca de 2000 hectares. O local recebeu a visita de Julián Domínguez, ministro da Agricultura, que prometeu ajuda aos produtores. Com informações do La Nación e edição do Notícias Agrícolas.