Começa bem o novo governo, confinando jornalistas de oposição

Relato de Juliana Rodrigues para o Metro1

A poucas horas da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, jornalistas que estão em Brasília para a cobertura do evento se queixam de condições insalubres de trabalho, restrições de circulação e ameaças.

Por meio do Twitter, profissionais relataram que foram confinados no Palácio Itamaraty, com acesso restrito a água e banheiro, além de ter alimentos jogados no lixo durante revista no Palácio do Planalto. Segundo eles, apenas os jornalistas de veículos que “apoiam” o presidente eleito teriam livre circulação na Esplanada e na Praça dos Três Poderes.

Informações do jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, apontam que profissionais de sites e jornais estrangeiros abandonaram a cobertura devido às más condições de trabalho oferecidas pela equipe de Bolsonaro. Foi o caso de jornalistas de agências da China e da França.

Vicente ainda relatou que os profissionais receberam ameaças caso saíssem dos locais designados a eles. “Quando chegaram aos ‘chiqueiros’ nos quais foram confinados, jornalistas foram avisados: não pulem as cordas, se pularem, levam tiro. A que ponto chegamos. E tem gente que defende esse tipo de tratamento autoritário”, escreveu no Twitter.

As alegações oficiais sobre as restrições de circulação para a imprensa e o rigor nas revistas se devem à garantia da segurança do presidente eleito, de acordo com a equipe de organização.

O governador Flávio Dino, reeleito no Maranhão, assim se expressou:

A lógica do “conflito pelo conflito”, como instrumento ideológico para o exercício do poder, produz hoje suas primeiras vítimas em Brasília: a liberdade de imprensa e o exercício digno do trabalho dos jornalistas. Recebam a minha solidariedade pessoal.

Preço do Milho aumenta confinamento de bois e barateia carne

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Com os preços ridículos do milho, os confinadores estão entusiasmados: no Mato Grosso mais de 754 mil bois foram para o cocho, largando os pastos secos. Por lá, o milho custa R$11 reais a saca para o produtor, na lavoura. Por aqui, no oeste baiano, está em R$19,00 a saca. Por enquanto, com esses preços do principal insumo, vamos tendo porco, frango e carne bovina mais em conta.

Em Luís Eduardo Magalhães, a Captar deve confinar 60 mil bois este ano.

Instalações da Captar, Luís Eduardo Magalhães, a maior da Bahia
Instalações da Captar, Luís Eduardo Magalhães, a maior da Bahia

Com o mercado desanimando o plantio, nesta próxima safra pouca gente planta e no ano que vem tudo fica mais caro. Até o frango que, com a expansão das grandes áreas de milho, acabou virando comida de pobre.

Em meados do século passado, dizia-se que, quando pobre comia galinha, um dos dois estava doente. Ou o pobre ou a galinha.

Inaugurado o complexo de confinamento da Captar

O secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, inaugurou neste sábado (22), em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste do Estado, o maior confinamento bovino do Norte/Nordeste, com cerca de 40 mil cabeças de gado e expectativa de crescimento do rebanho para 60 mil bovinos até 2013. A Fazenda Captar, de propriedade do empresário Almir Moraes, tem área de 200 hectares. O complexo é composto por uma fábrica de adubos orgânicos e uma fábrica de ração animal. Um cuidado especial é reservado na alimentação do rebanho confinado, com dieta balanceada e rica em proteínas garantindo o suporte necessário para engordar os animais de forma saudável.

“Este é um grande empreendimento, o primeiro de muitos que virão para a Bahia. Com este marco, o governo abre as portas para a pecuária mundial. Vamos mostrar para o mundo o que é transformar grãos em proteína animal” afirmou o secretário Eduardo Salles, citando ainda o impacto socioeconômico do confinamento na região, onde está gerando cerca de 500 empregos diretos e indiretos.

Falando para centenas de pecuaristas, Salles lembrou conquistas do governo relacionadas à pecuária, citando o fim da Zona Tampão, que prejudicava oito municípios; a instituição da segunda etapa da vacinação contra a febre aftosa, em novembro, para apenas animais com até 24 meses, gerando economia de cerca de R$ 11 milhões para os pecuaristas, que deixam assim de vacinar seis milhões de animais na segunda etapa; a ampliação do número de frigoríficos abatedouros, e a implantação da GTA online, sistema através do qual o próprio pecuarista emite a Guia de Transporte de Animais, dentre outras.

Para o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres, a GTA online é uma ferramenta que favorece os pecuaristas do Estado. “A Bahia é pioneira nesta iniciativa, que irá facilitar em muito a vida do pecuarista. A Fazenda Captar, por exemplo, já emitiu mais de 200 Guias de Trânsito Online entre julho e setembro deste ano, movimentando cerca de seis mil animais. E tudo isso foi feito dentro da própria fazenda, sem precisar se deslocar até o escritório da Adab”, explicou ele.

O proprietário da Fazenda Captar, Almir Moraes, destacou a importância do empreendimento, e explicou que Luis Eduardo Magalhães tem as condições favoráveis para o sucesso do confinamento. “Nossos frigoríficos precisam de bois e os animais precisam de grãos para uma dieta balanceada. O oeste é um grande produtor de grãos na Bahia e poderá nos dar este suporte” avaliou Almir. Ele disse que as atividades do confinamento foram iniciadas no final de 2011, com 12,5 mil bois, passando para 25 mil em dezembro do mesmo ano e 40 mil em setembro deste ano. Até o final de 2013, o número de animais deverá chegar a 60 mil.

Para armazenar os grãos, o Complexo conta com dois silos com capacidade para 75 mil sacas, e outros três com capacidade para 210 mil. A fazenda possui ainda um sistema de drenagem e reutiliza toda água usada nos cochos para irrigação da área plantada com capim.

A inauguração oficial do confinamento contou com a presença do diretor do Frigorífico Agro Industrial de Alimentos (Fribarreiras), Edilson Cruz; gerente regional da empresa Tortuga, Carlos Portela; presidente do Grupo Coringa, José Alexandre; presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães, Vanir Kölln, e representantes dos Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Bradesco.