O Delegado do DOPS que torturava, executava e incinerava corpos no Espírito Santo

As confissões à Comissão Nacional da Verdade de um torturador arrependido, hoje pastor evangélico

 

O ex-delegado do DOPS do Espírito Santo, Cláudio Guerra, acompanhado da Comissão Nacional da Verdade, foi a Usina Cambahyba, em Campos dos Goitacazes (RJ), e explica como o local foi utilizado para incinerar corpos de presos políticos mortos sob tortura na Casa da Morte, em Petrópolis, e no Doi-Codi do Rio de Janeiro, por equipes comandadas pelo major Freddie Perdigão Pereira.

Segundo afirma Guerra, o forno foi utilizado nos anos de 1974 e 1975 e partiu dele a sugestão de usar a usina como destino final das vítimas. Na diligência, Guerra reconheceu o forno e demonstrou como os corpos eram arremessados ali.

Ele diz acreditar que o caminho a céu aberto por onde seguia o vinhoto, resíduo subproduto da destilação da cana de açúcar, poderia dar pistas sobre eventuais restos das incinerações. A área da usina hoje é ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Janot pede para ouvir Aécio, Loures e Cunha em juízo

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o presidente Michel Temer fez uma “confissão espontânea” sobre a existência do encontro não registrado oficialmente com o dono da JBS, Joesley Batista, e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tomar o depoimento do peemedebista.

“Verifica-se que houve confissão espontânea quanto à existência do encontro não registrado no Palácio do Jaburu e do diálogo entre Michel Temer e Joesley Batista. Por outro lado, também há confissão espontânea nos pronunciamentos do presidente da República, dentre eles podemos citar o diálogo sobre possível corrupção de juízes; o diálogo sobre a relação de Joesley com Eduardo Cunha; o diálogo em que Michel Temer indica Rodrigo Loures para tratar com o colaborador Joesley Batista”, diz a petição.

Na manifestação, Janot defendeu a validade das gravações entregues pelo dono da JBS
Na manifestação, Janot defendeu a validade das gravações entregues pelo dono da JBS

No pedido, a PGR também solicita autorização para ouvir o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), também afastado do mandato. As diligências foram solicitadas nos inquéritos a que os acusados respondem na Corte, a partir das delações da empresa JBS.

Na manifestação, enviada ao ministro Edson Fachin, relator do processo, o procurador também defendeu a validade das gravações entregues pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, que gravou conversas com Temer, Aécio e Loures.

No caso do presidente, cuja defesa contestou a validade dos áudios, a PGR sustenta que Temer não negou o encontro com o empresário, no Palácio do Jaburu. Janot citou os pronunciamentos feitos por Temer, na semana passada. Da Agência Brasil, editado pelo JB e O Expresso.