Brasil deve se tornar maior produtor mundial de soja, mas consome 45% no mercado interno

O Brasil deve assumir a liderança da produção mundial de soja nesta próxima safra se o clima se mantiver como no ano passado. Previsões de consultores privados dizem que a produção brasileira deve atingir 120 milhões de toneladas, contra 117 dos Estados Unidos e 57 da Argentina.

O que pouca gente sabe é que 45% da soja produzida no País é consumida aqui mesmo, na forma de componente de rações de aves, suínos e bovinos. Atualmente a soja é componente de alimentação humana, do biodiesel e até do sabão em pó usado nas máquinas de lavar.

Veja alguns alimentos que são derivados da soja:

Leite de soja

Produto mais comum e facilmente encontrado nas prateleiras dos supermercados, normalmente, é comercializado em pó solúvel como extrato de soja. É extraído dos grãos da soja in natura e pode ser utilizado como alternativa de substituição ao leite animal.

Molho Shoyu

Produto originalmente da cultura oriental, o molho Shoyu é mais tradicional no Brasil como molho de soja e é bastante utilizado para temperar e condimentar saladas, arroz e carnes em geral.

Tofu

O popular “Queijo de Soja” é feito com a coagulação da proteína da soja pura, formando uma espécie de massa branca processada, que pode ser temperada a gosto depois.

Farinha de soja

É extraída da proteína de soja moída e pode ser adicionada no preparo de massas em geral ou em farofas. Possui muitas fibras e sais minerais essenciais para uma boa dieta.

Proteína Texturizada de Soja (PTS)

Sua textura lembra muito a carne, podendo ser utilizada na sua substituição integral ou parcial. É fabricada a partir da proteína de soja e também é conhecida como Proteína Vegetal Texturizada (PVT). É uma excelente fonte de proteína para o organismo.

Missô

Produto também originado da cultura oriental, o Missô é obtido através da fermentação da soja com cereais e é bem comum encontrar em restaurantes de comida japonesa, onde servem como sopa e tempero para legumes, carnes e pratos quentes em geral.

Óleo de soja

O mais tradicional ingrediente da cozinha também é feito de soja, porém, é refinado e passa por processos que hoje são considerados transgênicos para aumentar seu valor nutricional.

Okara

Conhecidos por poucos, o Okara nada mais é do que os resíduos de grãos de soja que são moídos para a preparação do leite. É utilizado em farofas e em complementação de massas em geral.

Grãos

Os grãos são comercializados normalmente in natura para o preparo de refogados e substituição do feijão. Os grãos podem ser armazenados por até doze meses devido ao seu alto grau de durabilidade.

Tipos de grãos

São três os tipos de grãos utilizados: a soja preta, a amarela (tradicional) e a verde. Não há diferenças significativas entre as três, no que diz respeito ao valor nutricional. A soja verde normalmente é comercializada congelada, em grãos secos imaturos, pois é colhida antes de seu amadurecimento e é considerado um grão muito especial. A soja preta é facilmente encontrada na forma de farinha e a soja amarela é a mais tradicional de todas.

Soja orgânica

No Mercado Comum Europeu, a soja produzida por métodos orgânicos vale 50% a mais do que a convencional. No Brasil, esses valores passam de mais 30 reais sobre o preço de mercado. Produtores de suínos, aves e bois orgânicos são os principais clientes, bem como os produtores de alimentos orgânicos.

 

Brasil chegará a 98 milhões de toneladas de soja, diz USDA

Por Carla Mendes, do Notícias Agrícolas

O adido do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no Brasil manteve, neste início de fevereiro, sua estimativa para a safra brasileira de soja 2015/16 em 98 milhões de toneladas. A área de plantio estimada é de 33 milhões de hectares.

“Apesar das preocupações trazidas pelo tempo excessivamente quente e seco entre os meses de novembro e dezembro em algumas regiões, principalmente no estado de Mato Grosso, as boas chuvas de janeiro tem amenizado os impactos sobre a produtividade nestas áreas”, informou a nota da instituição reportada nesta terça-feira (2).

“O clima extremamente irregular no Brasil foi e continuará a ser a história principal da temporada 2015/16 de soja. E segundo previsões trazidas pelo Centro de Previsões Climáticas do Ministério da Ciência para os meses de fevereiro a abril confirmam que a forte influência do El Niño neste período deve continuar. As chuvas devem diminuir nas áreas semi-áridas do Brasil e aumentar nas regiões Sul e Sudeste”, informa o boletim.

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Exportações

Sobre as exportações de soja do Brasil no ano comercial atual o adido também aposta em um volume elevado, alcançando um recorde dada a junção de uma demanda internacional ainda muito forte, principalmente por parte da China, e do dólar se mantendo ainda forte frente ao real agora em 2016. O total esperado é de 55 milhões de toneladas.

No ano passado, a moeda norte-americana se valorizou cerca de 40% sobre o real e não é esperada, pelo menos para o primeiro semestre de 2016, uma reversão deste quadro. Assim, as exportações continuam ainda bastante atrativas para os produtores brasileiros, apesar de os preços globais estarem mais baixos.

“Além disso, o expressivo volume de vendas antecipadas registrado nos últimos seis meses ainda reflete a indicação de que os sojicultores aproveitaram, e ainda pretendem aproveitar, os bons momentos do mercado de exportação”, informou o boletim do USDA.

Na temporada 2014/15, quando o Brasil exportou 54,25 milhões de toneladas, a China foi o principal destino da oleaginosa nacional, correspondendo pelas compras de 75% desse total.

E o adido destaca, ainda sobre as exportações brasileiras, algumas mudanças na logística nacional, como o crescimento das vendas externas por alguns terminais. No ano comercial anterior ao atual, cerca de 12,6 milhões de toneladas de soja do total exportado, ou 23%, deixou o país pelos portos do chamado Arco Norte – Ilhéus/BA, São Luís/MA, Itacoatiara/AM, Barcarena e Santarém,PA. “Isto reflete um aumento de 21% em relação à temporada anterior”.

Consumo Interno

Diante de uma demanda tanto interna quanto externa ainda aquecida e crescente, o adido brasileiro do USDA aumentou sua projeção para o processamento de soja da temporada 2015/16 para 40,2 milhões de toneladas e para a 2014/15 para 40 milhões.

Dessa forma, o órgão acredita ainda que a produção nacional de farelo de soja deva registrar um crescimento no atual ano comercial e também pelo consumo crescente no setor de aves e suínos. “O farelo de soja é o segundo ingrediente mais usado na fabricação de alimentação animal no Brasil”, lembra o boletim do USDA.

Além disso, as exportações brasileiras do derivado também podem registrar um incremento dado a um consumo maior em países como Indonésia, Vietnã e Tailândia.

Além disso, o report atribui ainda o aumento do processamento de soja no Brasil ao óleo de soja e seu uso maior na produção de biodiesel.