Lula em Salvador: “A culpa é da imprensa”

Foto de Mariana Belo, do G1 Bahia
Foto de Mariana Belo, do G1 Bahia

O ex-presidente Lula da Silva, ontem, no seu discurso aos convencionais do PT, no Parque de Exposições em Salvador: “A juventude brasileira não tem informação correta porque as coisas boas que acontecem neste país a gente não vê na TV.”

Sobre a corrupção, também culpou a mídia. “Antes do PT corrupção não aparecia nos jornais por que eles jogavam para debaixo do tapete.”

Parodiando o senador americano Hiram Johnson, segundo a qual, na guerra, a verdade é a sempre a primeira vítima, poderia se chegar à frase semelhante:

“Quando começa o embate das eleições, a primeira vítima é a imprensa”.

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PT oficializa Dilma como candidata à reeleição em 5 de outubro

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O PT oficializou ontem, 21, a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição e de Michel Temer para vice-presidente. Em convenção nacional em Brasília, com a presença de filiados ao partido e de aliados, delegados do PT levantaram os crachás em apoio à chapa, em defesa do slogan “Mais mudanças, mais futuro” e das principais reformas propostas no programa de governo.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, levantou duas principais bandeiras para o partido que vão constar na campanha presidencial: a reforma política e a democratização da mídia. Para ele, o plebiscito é fundamental para que se concretize a proposta de reforma política, cujo princípio passa pelo fim do financiamento privado das campanhas. Segundo ele, o projeto prevê um plebiscito sobre o tema ainda neste ano, na Semana da Pátria, em setembro. Sobre os meios de comunicação, Rui Falcão destacou que o partido pretende cumprir o que estabelece a Constituição Federal, como a proibição do oligopólio da mídia e a exigência de produção regional independente.

Além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de candidatos a governador pelo PT e de pelo menos nove ministros do atual governo, estiveram presentes na convenção representantes de partidos aliados que já referendaram ou ainda vão oficializar a aliança nacional, como PCdoB, PRB, PP, PSD, PMDB, PROS e PDT.

A presidenta Dilma Rousseff avaliou a reforma política como fundamental para melhorar a qualidade da política e da gestão pública. “A transformação social produzida pelos nossos governos criou as bases para a promoção de grande transformação democrática e política no Brasil. Não vejo nenhum caminho que viabilize a reforma política que não passe pela participação popular.”

Ao lembrar projetos criados pelo governo, a presidenta Dilma disse que o novo ciclo que pretende concretizar no país manterá dois pilares básicos de um “ciclo extraordinário” iniciado em 2003: solidez econômica e amplitude das políticas sociais. Segundo ela, o objetivo é ampliar os avanços, com a melhoria da infraestrutura, dos serviços públicos, do emprego, do desenvolvimento tecnológico e da produtividade.

“Esse novo ciclo fará o ingresso decisivo do Brasil na sociedade do conhecimento, cujo pilar básico é a transformação da qualidade da educação”, disse Dilma, reiterando que, para transformar a educação, é preciso valorizar o professor, projeto que será acelerado quando começarem a ingressar os recursos dos royalties do petróleo no setor. Outros pilares também foram citados por ela, como projetos de mobilidade urbana e transporte público, saneamento básico e moradia, classificados como “reforma urbana”.

Depois de os membros do partido reconhecerem, por votação simbólica, a chapa PT-PMDB, Dilma agradeceu a “prova de confiança” e disse querer transformar a gratidão e a alegria em compromisso e convocação para fazer mais mudanças, reforçando o slogan da campanha.

Dilma tem principalmente duas missões em um eventual segundo governo: melhorar a governabilidade, com nova e pragmática articulação política com seus apoiadores, e dar continuidade a seus programas de desenvolvimento e inclusão social com atuação maior dos órgãos fiscalizadores de gestão, como Controladoria Geral da República, Procuradoria Geral da República, Ministério Público Federal e os respectivos tribunais de contas. Enfrentar a corrupção no País urge. Nas previsões mais conservadoras, 30% do dinheiro público é desviado para o bolso de políticos, gestores e prestadores de serviços à União, aos Estados e Municípios.