A democracia agredida.

Paulo Brossard de Souza Pinto, tribuno eloquente, douto jurisconsulto, resistente de primeira hora, dentro do antigo MDB, aos anos de chumbo proporcionados pela quartelada de abril de 1964, escreve artigo de rara serenidade no jornal Zero Hora, que já ganhou a imprensa do centro do País:

“Eu era estudante em 1945 e participei da campanha pela redemocratização do país e votei na eleição de 2 de dezembro daquele ano para presidente da República e para a constituinte que elaboraria a Constituição de 18 de setembro de 1946.

Encerrava-se o longo e triste ciclo do Estado Novo, durante o qual houve de tudo, a começar pela destruição dos valores democráticos e pelo endeusamento do ditador, à semelhança do que se fizera nos países totalitários da Europa. E continuei a participar de campanhas e eleições até ser nomeado para o Ministério da Justiça e, posteriormente, para o Supremo Tribunal Federal. Sempre entendi que o ministro da Justiça não deveria ser parte da campanha, mais do que qualquer outro não podendo ser, ao mesmo tempo, autoridade e ator, pois a ele competiria a adoção de medidas que se fizessem necessárias no período eleitoral. Continue Lendo “A democracia agredida.”