Se a sua conta de luz, caro leitor, não tiver uma redução significativa em 2013, não estranhe. Isso vai depender da data de aniversário da renovação da concessão; de cálculos complicadíssimos, aos quais os organismos regulatórios não dão acesso aos mortais comuns; da absorção da inflação; e, finalmente, da renúncia dos pesadíssimos tributos que recaem sobre a conta, da ordem de 45% do valor nominal.
Isso quer dizer, em outras palavras: somos reféns do Governo Federal, das concessionárias e de uma certa leniência dos reguladores, bem como de uma compreensibilidade da Justiça que ainda não pronunciou-se sobre o furto do século no Brasil: R$10 bilhões de aumentos tarifários não autorizados.
No País, segue a longa noite do baile, com o estado perdulário, representado em princípio pelos gigolôs corruptos do Executivo, pelo legislativo gastador e ainda mais corrupto e por uma justiça que se mostra não só cega, mas amputada dos seus membros superiores e inferiores.
Pague a sua conta de luz com gosto ou mude-se para a Europa, caro consumidor. Lá você terá uma certa dificuldade para conseguir emprego, mas terá saúde, educação e infraestrutura adequada. Aqui, nesta república de faz de conta, neste grande circo de feras amestradas, você é apenas o palhaço.
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