Algodão já perdeu 20% no preço desde o início do ano

Com a colheita avançando no Brasil, os preços do algodão em pluma seguem enfraquecidos. Nessa terça, dia 12, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias fechou a libra peso em R$ 1,6638, ligeiro aumento de 0,17% frente à terça anterior, mas com queda de mais de 20% desde o início deste ano. Os valores internos da pluma, inclusive, estão abaixo do mínimo governamental em todos os Estados acompanhados pelo Cepea. Com isso, muitos produtores estão na expectativa de que o governo sinalize uma possível intervenção, como os leilões de Pepro (Prêmio Equalizador pago ao Produtor), visando manter a renda de cotonicultores.

Em Luís Eduardo Magalhães e região, a arroba (15 kg) do algodão tem preço de R$52,58.

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Cotações do algodão crescem. O produtor do Oeste ganha mais.

Segundo o portal Notícias Agrícolas, a previsão de desabastecimento de algodão para esta temporada no Brasil faz a indústria têxtil pagar mais para o produto permanecer no País. Na outra ponta, o cotonicultor brasileiro que já contabilizou um aumento na receita de pelo menos 17%, deixa de lado a possibilidade de ganhar mercado externo com a quebra de safra prevista no Paquistão.
Conforme Haroldo Rodrigues da Cunha, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), restam ainda 15% da safra 2009/2010 nas mãos do produtor. “Os que tiverem a fibra vão se beneficiar com os bons preços praticados”, diz.

Levantamento da Abrapa mostra que nas últimas duas semanas a libra-peso do algodão no mercado interno saltou de R$ 1,65 para R$ 1,93. “No início da safra, a libra-peso do algodão estava fixado em R$ 1,40”, afirma Walter Horita, presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).
Em 2009, ainda de acordo com Horita, neste mesmo período, o algodão estava cotado entre R$ 1,15 e R$ 1,20 por libra-peso.
Segundo Miguel Biegai, analista da Safras & Mercado, o mercado externo pagaria pelo produto no máximo R$ 1,60 por libra-peso. “A cotação aqui chegou a avançar 500 pontos de um dia para outro, reflexo do desespero da indústria para não deixar o produto ir para fora”, diz.