CPMI do Cachoeira encerra trabalhos com fortes debates

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a relação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados analisou, hoje no final da manhã, o relatório final com mais de 5.100 páginas do deputado Odair Cunha (PT-MG).  

O relatório final responsabiliza 46 pessoas. Foi pedido o indiciamento de 34 pessoas, dentre elas o próprio Cachoeira, o ex-presidente da Delta Construções, Fernando Cavendish, e o jornalista da revista Veja e chefe da sucursal de Brasília, Policarpo Júnior.
Cunha recomenda a “responsabilização” de outras 12 pessoas, incluindo o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, e o prefeito de Palmas, Raul Filho, do PT.

O relator recomenda ainda que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público por não ter dado prosseguimento às investigações da Operação Vegas, da Polícia Federal.
Já o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi considerado inocente pelo relator. As investigações, dizem ele, mostraram que a quadrilha de Cachoeira tentou se infiltrar no governo do DF, mas não conseguiu.

O que viu hoje pela manhã, na transmissão dos trabalhos da CPMI, foi mais uma página negra do legislativo nacional.

Falta alguém em Nuremberg!

Neste momento o governador de Goiás, Marconi Perillo, depõe na CPMI do Cachoeira. Na quarta-feira, será a vez do governador Agnelo Queiroz, do DF. E o governador Sérgio Cabral, vem quando? Ou está blindado, de fato, pela turma de Lula no Governo?

Como dizia o senador Flores da Cunha, aos amigos, tudo; aos inimigos, os rigores da Lei.

Cheiro de pizza no ar: CPI do Cachoeira não convocará governadores.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira deixou de votar hoje (17) os requerimentos que pediam a quebra de sigilo da matriz da empresa Delta Construções e a convocação de seu ex-diretor, Fernando Cavendish. Os requerimentos, por decisão do relator, Odair Cunha (PT-MG), foram retirados de pauta para votação posterior.

Durante a reunião, o relator alegou que ainda não havia identificado indícios de comprometimento da empresa Delta com a suposta organização criminosa comandada pelo empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O relator disse ainda que esses requerimentos poderão ser apreciados no futuro.

“Há indícios evidentes de que essa empresa, a Delta, sob o comando do senhor Cláudio Abreu, serviu à organização criminosa. Na minha opinião, não há ainda indícios suficientes para quebra de sigilos, além das suas filiais no Centro-Oeste”, disse o relator ao justificar sua decisão de não colocar os requerimentos em votação.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) tentou derrubar a retirada dos requerimentos da pauta, mas foi vencido pelo plenário da CPMI, que aprovou a decisão do relator. “É um mau começo se nós aprovarmos esse sobrestamento”, avaliou.

Além da decisão de ainda não investigar a Delta nacional, o relator também optou por não colocar em votação as convocações de três governadores: o de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). De acordo com o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), esses requerimentos poderão retornar à pauta da comissão no dia 5 de junho, data marcada para a próxima reunião administrativa.

Na reunião de hoje, a CPMI aprovou a convocação de 51 pessoas para prestar depoimento e quebrou mais de 40 sigilos bancários de pessoas e empresas suspeitas de servirem de laranja na suposta organização comandada por Carlinhos Cachoeira. Entre as quebras de sigilo, estão as das filiais da empresa Delta nos estados da Região Centro-Oeste.

A decisão do relator, que recebeu o apoio dos deputados do PT, provocou muita discussão. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) chamou de “devassa” o movimento para quebrar o sigilo da empresa. “Isso está sendo feito pelas pessoas que querem politizar a nossa investigação”, disse.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), também defendeu a restrição da investigação das atividades da Delta na Região Centro-Oeste. “Quem muito abraça, pouco aperta”, disse o deputado defendendo que a comissão deve buscar um foco.

Já o senador Pedro Taques (PDT-MT) contestou o entendimento do relator de que não há indícios do envolvimento da empresa Delta Construções no esquema investigado pela Polícia Federal (PF). Ele citou um diálogo interceptado pela PF no qual Cachoeira conversa com o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu.

Na conversa, Abreu e Cachoeira combinavam um encontro do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o diretor executivo licenciado da Delta nacional, Carlos Pacheco. “Ele dizia que Pacheco precisava participar de uma conversa com Demóstenes. Ele disse que um avião viria pegar Demóstenes para um encontro com o Pacheco, que é diretor executivo nacional da Delta, que tem sede na Região Sudeste”, informou Taques.

O senador insistiu com o relator para que o requerimento fosse colocado em votação. “A ética e o crime não respeitam geografia. O crime não ocorre só em uma região. Não há cabimento afastarmos o sigilo da Delta só no Centro-Oeste. Não há que se falar em redução da investigação e, sim, universalização. Não se trata de devassa”, defendeu o senador.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que, ao não colocar em votação o requerimento para quebra de sigilo da matriz da Delta, o relator estaria “selecionando alvos”. “Há, no inquérito, o repasse de R$ 39 milhões para empresas laranja do senhor Cachoeira. Há gravação com o senhor Cachoeira dizendo ‘eu sou a Delta’. Há, no inquérito, a informação de que Cachoeira tinha uma sala na empresa Delta. Há a suposição, inclusive no Ministério Público, de que Cachoeira é um sócio oculto da empresa Delta ou o grande lobista que atuava para marcar os interesses nas esferas municipal, estadual e federal”, considerou o senador. Da Agência Brasil, editada por este jornal.

247: Andressa vai ser a musa da CPI

“Dificilmente o posto de musa da CPI do Cachoeira não será ocupado pela empresária Andressa Mendonça, noiva do bicheiro que dá nome à comissão. Andressa, que vem atuando com a voz de Cachoeira por meio de entrevistas (numa, ela disse que Cachoeira “se considera um preso político”), deve ser convocada para prestar depoimento na CPI.

Segundo nota da coluna Radar, os petistas Humberto Costa, Walter Pinheiro e José Pimentel resolveram convocar a empresária baseados nos fatos de que “Andressa circulava com o marido entre figuras importantes” e que “conhece a rede de influências” de Carlinhos. Pela beleza e pela proximidade com o contraventor, Andressa vem frequentando o noticiário desde que Cachoeira foi preso, no dia 29 de fevereiro – eles estavam com o casamento marcado para março.

Famosa em Goiás, a moça de 30 anos já frequentava as colunas sociais locais, pelo menos desde o lançamento de sua loja de lingeries da marca Valisere – com sala de fetiche e tudo. Depois do início tímido da CPI do Cachoeira, sem convocações de governadores, do procurador-geral da República ou de Fernando Cavendish, da Delta Construções, seria essa a aposta dos parlamentares para esquentar as apurações?”

Do site 247.

Wagner acredita pouco no trabalho da CPMI do Cachoeira


Os jornalistas Evilásio Júnior e Leonardo Martins, do portal Bahia Notícias, publicaram, exatamente à 0h deste sábado, uma matéria no mínimo controversa com o governador Jaques Wagner, em que ele questiona as investigações realizadas por CPIs, particularmente a CPMI do Cachoeira sobre os escândalos que abalam, neste momento, os alicerces mais sólidos da República.

Diz Wagner na entrevista concedida:

. “A CPI acontece em um território de paixões, porque ela está em uma casa política. Para assegurar o sigilo fica muito mais difícil. Não estou dizendo que tem nenhum irresponsável, mas se você abre isso em uma sessão que tem 10 ou 20 pessoas, se alguém vazar informações, ninguém sabe quem foi”, justificou. 

O Governador disse ainda:

“Investigar não foi, necessariamente, o melhor treinamento que os deputados e senadores tiveram na vida, apesar de a CPI contar também com alguns policiais federais e gente oriunda do Ministério Público”, disparou.

Wagner comentou ainda a possibilidade de envolvimento do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, petista como ele:

“Ele tem que dar explicação aos seus eleitores, mas, se chegar a abrir uma investigação, ele vai ter que dar uma explicação de um jeito ou de outro”.

Deputados e Governo Central estão minimizando os efeitos desta CPMI, condenada, como outras, a acabar em suculenta pizza. No entanto, não deviam fazer isso: o País está mudando, as facilidades de mobilização popular são maiores e os caras pintadas hoje não são massa de manobra de UNE & Cia. Veja o caso do movimento “Veta Dilma”: espalhou-se pela internet como rastilho de pólvora, deixando poucas alternativas à Presidenta na apreciação do Código Florestal.

Documentos da Polícia Federal já estão na CPMI do Cachoeira.

Toda a documentação das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, foram entregues hoje (2) ao presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), por dois oficiais de Justiça. No ofício encaminhado ao Congresso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a CPMI compartilhar os documentos com o Conselho de Ética do Senado e com as comissões de sindicância da Câmara.

O conselho já havia requerido os documentos, no total nove volumes, para embasar as investigações de envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o esquema de corrupção e exploração de jogos ilícitos supostamente comandado pelo empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Na Câmara, os deputados também apuram se houve envolvimento de parlamentares neste esquema investigado pela Polícia Federal.

 

Parlamentares já apresentaram 167 requerimentos à CPMI do Cachoeira

Além de Carlinhos Cachoeira e do senador Demóstenes Torres, os parlamentares querem ouvir os governadores Marconi Perillo (GO) e Agnelo Queiroz (DF), que tiveram os nomes citados em gravações telefônicas.

Dois dias depois de ser oficialmente instalada, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira já acumula 167 requerimentos apresentados pelos senadores e deputados integrantes do colegiado. São pedidos de documentos sigilosos, convocações de depoentes e solicitações de quebra de sigilos bancários e fiscais.
Entre os depoimentos solicitados pelos parlamentares estão o do próprio Carlinhos Cachoeira e do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Também estão na lista o sócio majoritário da Delta Construções, Fernando Cavendish; o engenheiro Cláudio Abreu, ex-diretor regional da Delta; o contador Geovani Pereira da Silva, apontado como tesoureiro do esquema de Cachoeira; os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); o procurador-geral da República, Roberto Gurgel; e até o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

São muitos também os pedidos de quebra de sigilos bancários e fiscais. Estão no alvo dos parlamentares, além de nomes indicados pela Polícia Federal (PF) com algum tipo de ligação com Cachoeira, a Delta Construções e a Alberto & Pantoja Construções e Transportes Ltda, considerada pela polícia uma empresa de fachada, criada exclusivamente para receber dinheiro “sujo” da Delta.
Até agora, a CPMI aprovou apenas um requerimento, em sua primeira reunião, na terça-feira (24), com pedido de informações ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à PF sobre as operações Vegas e Monte Carlo.
Plano de trabalho
A comissão tem reunião marcada às 14h30 da próxima quarta-feira (2), após o feriado, quando o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), deve apresentar aos colegas um plano de trabalho para as próximas semanas.

O planejamento pode não agradar a todos, visto que os integrantes da comissão divergem sobre o melhor momento para iniciar as oitivas dos acusados. Os parlamentares pretendem também eleger o vice-presidente do colegiado.
Sub-relatorias
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse nesta sexta-feira (27) que considera correta a decisão de a CPMI não ter sub-relatorias. Segundo ele, a existência de sub-relatorias dilui o trabalho e há perda de foco. “Não ter sub-relatorias melhora o trabalho do próprio relator.”
Marco Maia, que relatou a CPI da Crise Aérea, acha que o relator deve tratar de todos os assuntos da comissão.
Questionado sobre a legitimidade do relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), por ser do PT, Marco Maia respondeu que o partido tem maioria na casa, mas que o relator não representa um partido e que, portanto, é legítimo. “A composição da Câmara se dá pela representatividade e o mesmo acontece para cada comissão do Congresso.”
O presidente completou que a CPMI não pode existir apenas para o debate e deve produzir o que a sociedade almeja, o esclarecimento do fato. “A CPMI tem que ter foco e necessita de análise técnica, de uma linha condutora nas investigações.”

Instalada a CPMI do Cachoeira.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira foi instalada hoje (25), às 10 horas, no Plenário 2 da ala senador Nilo Coelho do Senado Federal. O anúncio foi feito pela presidenta em exercício do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES).

Coube ao presidente dos trabalhos conduzir a eleição do presidente da CPMI, o senador Vital do Rego (PMDB-PB). Eleito o presidente, este assumiu os trabalhos e nomeou o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG) (foto à esquerda).

A CPMI foi criada para investigar as relações do empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e agentes públicos e privados. Os nomes que integrarão a comissão foram anunciados no final da noite de ontem (24). São 16 deputados titulares e igual número de suplentes e 16 senadores titulares e o mesmo número de suplentes.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, admitiu ontem à imprensa, “pequena influência de Carlos Cachoeira” em seu Governo. O Governador ainda não sabe que influências externas em gestões públicas são como gravidez: não existe nem pequena, nem meia.

O ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu, que foi afastado de seu cargo após revelação de ligação com o bicheiro Carlos Cachoeira, está entre os presos na Operação Saint-Michel, segundo informações do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). A operação, realizada em parceria entre MP e Polícia Civil do DF, é desdobramento da Operação Monte Carlo, na qual Cachoeira foi preso e acusado de exploração de jogo ilegal. Também foi preso o vereador de Anápolis Wesley Silva, do PMDB. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara de Anápolis (GO), a Polícia Civil chegou por volta das 7h para cumprir o mandado e o vereador foi transferido para Brasília.