A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) baiano registrou queda de 5,5%, na comparação do quarto trimestre de 2016 com igual período de 2015 e encerra o ano de 2016 com retração de 4,9%. Já considerando a série com ajuste sazonal (4º trimestre de 2016 em comparação com o 3º trimestre de 2016), o resultado foi contração de 2,3%.
4º TRIMESTRE DE 2016
Quando comparado ao de igual período do ano anterior, o PIB da Bahia apresentou contração de 5,5% no quarto trimestre de 2016. De acordo com os cálculos realizados pelos técnicos da SEI, o baixo crescimento no último trimestre do ano, ante mesmo período do ano anterior, é perceptível pela queda nos três grandes setores da economia baiana: Agropecuária (-12,9%), Indústria (–10,4%) e Serviços (-3,3%), que resultou na retração de 5,2% do Valor Adicionado (VA). Outro fator determinante na variação negativa do PIB foi a retração dos Impostos sobre produtos (-6,6%).
Boletim Focus, do BC, diz que produção industrial deve apresentar retração de 3,45% Agência Brasil/Arquivo
A projeção de instituições financeiras para o encolhimento da economia este ano passou pelo 14º ajuste seguido. Desta vez, a estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, mudou de 2,95% para 2,99%.
Para 2017, as instituições financeiras esperam por recuperação da economia, com crescimento de 0,86%. O cálculo anterior de expansão era 1%.
As estimativas são do boletim Focus, uma publicação semanal, divulgada hoje (11) e elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.
A produção industrial deve apresentar retração de 3,45% este ano. Na semana passada, a projeção de queda era 3,50%. Em 2017, o setor deve se recuperar, mas a projeção de crescimento foi levemente ajustada de 2% para 1,98%.
Meta inflacionária
Na previsão das instituições financeiras, a recessão da economia vem acompanhada de inflação acima da meta este ano. A meta de inflação é 4,5%, com limite superior de 6,5%, em 2016.
O teto da meta para 2017 é 6%. O cálculo das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi ajustado pela segunda vez seguida, ao passar de 6,87% para 6,93%. Para o próximo ano, a expectativa é que a inflação fique abaixo do limite superior, mas ainda distante do centro da meta, em 5,20%.
Na perspectiva das instituições financeiras, a taxa básica de juros, a Selic, deve ser elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, na reunião da próxima semana, dos atuais 14,25% para 14,75% ao ano. Ao final de 2016, a expectativa é que a Selic esteja em 15,25% ao ano. Em 2017, a expectativa é que a taxa básica seja reduzida, encerrando o período em 12,75% ao ano. A previsão anterior era 12,50% ao no.
Taxa Selic
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu de 6,14% para 6,18%, este ano. A estimativa para 2017 é 5,30%. Para o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 6,51% para 6,58%, este ano, e de 5,20% para 5,23%, em 2017.
A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) foi alterada de 5,81% para 6,04%, em 2016. Para o próximo ano, é 5%.
A projeção para a cotação do dólar foi ajustada de R$ 4,21 para R$ 4,25, ao final de 2016, e de R$ 4,20 para R$ 4,23, no fim de 2017.
A estimativa para o déficit em transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços do país com o mundo, passou de US$ 38,5 bilhões para US$ 38 bilhões este ano, e segue em US$ 32 bilhões, em 2017. O cálculo para o superávit comercial (exportações maiores que importações de produtos) permanece em US$ 35 bilhões, tanto neste ano quanto em 2017.
Na avaliação das instituições financeiras, o investimento direto no país (recursos estrangeiros que vão para o setor produtivo) deve ser mais que suficiente para cobrir o saldo negativo das transações correntes, com projeção de US$ 55 bilhões este ano e US$ 60 bilhões, em 2017.
A projeção para a dívida líquida do setor público passou de 40% para 39,3% do PIB, este ano. Para 2017, a expectativa é de crescimento com a relação entre dívida e PIB em 41,40%.
Férias coletivas provocam queda de 80,2% na produção de automóveis; queda é o principal fator para resultado na produção industrial do período
A produção industrial baiana (de transformação e extrativa mineral) apresentou, em junho de 2014, recuo de 12,1%, na comparação com junho de 2013. A redução é resultado principalmente da queda na produção no setor de veículos, que, em junho, passou por férias coletivas. Outras influências foram os resultados negativos nos segmentos de Metalurgia (-11,3%), Equipamentos de informática (-41,5%), Produtos químicos (-3,2%), Bebidas(-8,2%), Minerais não-metálicos (-1,8%) e Celulose (-2,6%). O segmento de Derivados do petróleo manteve-se estável no período. A principal contribuição positiva ficou com a Extrativa (1,1%). Outros segmentos que registraram aumento foram Couros, artigos de viagem e calçados (10,9%), Borracha e material plástico (4,2%) eProdutos alimentícios (1,8%). As informações são da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE e foram analisadas pela SEI-Seplan.
O indicador no primeiro semestre de 2014 acumulou -4,5%. Sete dos doze segmentos da Indústria geralinfluenciaram o resultado no período. O destaque também é o setor de Veículos, que registrou queda de 34,3%, resultado do desaquecimento apresentado no setor no semestre. Também registraram resultados negativos no período os setores de Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-43,2%), Metalurgia (-5,3%) e Couros, artigos para viagem e calçados (-7,4%). Positivamente, destacaram-se Coque, produtos do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e Outros produtos químicos (4,5%).
No segundo trimestre de 2014, a indústria baiana assinalou o terceiro trimestre consecutivo de queda e acelerou o ritmo de recuo na passagem do primeiro (-2,1%) para o segundo trimestre de 2014 (-6,9%), comparado com o mesmo período do ano anterior. Destaca-se o setor de Veículos, que passou de -34,8% para -33,8%; Derivados de petróleo, que passou de 7,7% para -1,0%; e Outros produtos químicos, que passou de 10,2% para -0,5%.
Na comparação com o mês de maio de 2014, na série com ajuste sazonal, houve decréscimo na produção de 1,1% enquanto que, em 12 meses, o índice acumulou -0,2%. Ainda no acumulado em 12 meses, dos doze segmentos da Indústria, sete apresentaram decréscimo, sendo Veículos (-15,2%) o setor de destaque. As influências positivas vieram de Coque, produtos do petróleo e biocombustíveis (7,0%), Metalurgia (6,7%),Minerais não-metálicos (2,1%) e Produtos alimentícios (0,8%).
Nacional – Nos resultados em comparação com junho de 2013, dos estados pesquisados pelo IBGE, registraram recuo Amazonas ( -16,1%), Paraná (-14,0%) Bahia (-12,1%), Rio Grande do Sul (-11,9%), Santa Catarina (-7,5%), Pernambuco (-7,3%), Mato Grosso (-7,1%), Ceará (-6,7%), São Paulo (-6,5%), Minas Gerais (-6,1%) e Rio de Janeiro (-2,1%). Os estados pesquisados que registraram resultados positivos foram Pará (6,7%), Espírito Santo (4,1%) e Goiás (3,3%).