Crise nos transportes: cobertor está curto e todos reclamam das concessões de Temer aos caminhoneiros.

Foto de Junior Ferrari

Conquistas dos caminhoneiros estão muito perto de desaparecer.

A grave crise que culminou com a greve dos transportadores ainda não terminou.

O agronegócio reclama do preço dos fretes, que “inviabilizaria” a exportação; os estados reclamam da diminuição de arrecadação; o Governo tem dificuldades para fiscalizar os preços do diesel nas bombas; a Petrobras afirma que continuará seguindo os preços internacionais nos combustíveis; importadores de óleo diesel dizem que os preços podem não ser atrativos para importação e por isso pode faltar o combustível em 30 dias; a indústria diz que o tabelamento dos fretes é atraso de 30 anos. Enfim, todos choram suas mágoas e o consumidor, na ponta do processo, já se prepara para pagar mais pelos produtos que chegam à sua cidade via rodoviária.

No setor empresarial, por exemplo, há forte reação contra a tabela de frete mínimo. Nesta quarta (6), a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) avisou que vai recorrer à Justiça, por meio de um mandado de segurança, para impedir o tabelamento do frete rodoviário.

“Independentemente de qualquer coisa, por princípios, somos contra o tabelamento de preços, que fere a lei de competitividade do mercado. Estamos retornando a um país de 30 anos atrás”, afirmou José Ricardo Roriz Coelho, que assumiu nesta quarta-feira (6) a presidência da Fiesp.

O Canal Rural afirma que indefinição sobre frete trava negociação de soja no Brasil 
No Oeste baiano, apesar de mais de 70% da soja ter sido comercializada, metade da safra ainda não foi escoada. Bunge e Cargil não conseguem calcular frete e aguardam mudanças na cobrança.

Isso quer dizer: nesta guerra de preços de combustíveis e fretes, só temos vítimas. Os franco atiradores, os snipers não aparecem aos olhos dos comuns mortais.