
Da Coluna Painel, da Folha de São Paulo:
Pesquisa da SECOM, do Governo Federal procurou descobrir se os entrevistados julgavam o governo e a oposição capazes de tirar o país da crise. Para 17%, o atual governo tem essa possibilidade. Só 13% acreditam que a oposição está apta a executar a tarefa.
Geraldo Alckmin reuniu na noite de quinta oito grandes empresários para discutir o cenário nacional. O governador paulista mostrou pessimismo com a situação econômica e política e disse não ver saída com Dilma Rousseff no cargo. Mas o tucano ainda acredita que falta um motivo para o impeachment. Ele acha que, se Dilma cair por uma razão frágil, como as pedaladas fiscais, há risco para a democracia, pois nenhum governo terá mais segurança jurídica de que terminará o mandato.
Alckmin disse aos empresários que, nesse caso, qualquer crise poderá ser pretexto para tirar do cargo um presidente ou governadores e prefeitos eleitos. Sobre as pedaladas, afirmou que há precedentes da manobra em Estados e municípios.
Aos comensais Alckmin disse que é necessário “investigar, investigar e investigar”, para que o Congresso decida se os pedidos de impeachment cumprem as exigências constitucionais, e que ainda podem surgir provas a partir das apurações nos fundos de pensão e no BNDES.
Fora os incendiários de plantão, os oposicionistas não sabem se é hora de impeachment. Todos estão de olho “na boutique dela”, mas sabem que, se forem com muita sede ao pote, o caldo pode entornar de maneira grave. A pesquisa é realista com a possibilidade de um governo de transição ou, a seguir, legalmente eleito, enfrentar a mesma crise política e a crise financeira ainda com todas as suas nuances de desastre iminente.
Nesta terça-feira teremos um bom teste para provar o enunciado do teorema político: a apreciação dos 32 vetos de Dilma Rousseff sobre temas polêmicos. Três são especialmente delicados para o governo. Num, Dilma Rousseff barrou o reajuste salarial de até 78,56% que os congressistas haviam concedido aos servidores do Judiciário. Noutro, ela brecou a correção de todas as aposentadorias pelo mesmo índice do salário mínimo. No terceiro, invalidou a troca do fator previdenciário, criação exclusiva de Fernando Henrique Cardoso, por uma fórmula mais generosa para os candidatos ao pijama.
Na imagem, Hécate a deusa da mitologia grega (Trívia, dos romanos), senhora dos caminhos e das encruzilhadas