Polícia Civil do Mato Grosso faz apreensão de grande quantidade de defensivos sem nota

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A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) da Polícia Civil mato-grossense, de Sinop, em conjunto com a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) de Cuiabá apreenderam na tarde deste domingo (17), grande quantidade de agrotóxicos em uma propriedade rural de Feliz Natal.
As informações repassadas ao Nortão Notícias pelo delegado Marcelo Carvalho, dão conta de que após receberem algumas informações os investigadores se deslocaram para a fazenda e encontraram os produtos, aparentemente irregulares. 
Eles foram recolhidos pelos investigadores e levados para delegacia, onde está à espera de uma decisão judicial. “O boletim ainda não foi registrado porque a GCCO ainda está em diligência. Estamos apurando a procedência dos produtos”, frisou ele. A quantia exata da apreensão ainda não foi contabilizada, seria “uma grande quantidade, mais de milhões”, colocou o delegado.

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Um caminhão e sete camionetes foram carregados com o produto apreendido na fazenda de um advogado conhecido.
Os investigadores ainda efetuaram a prisão de um funcionário acusado de posse ilegal de arma de fogo. Ao todo foram apreendidas quatro espingardas.
Além disso, os policiais acreditam que pessoas de Sinop teriam envolvimento no crime.

Há pelo menos 3 anos o serviço de informações da Polícia Judiciária Baiana sabe que os chefões do roubo e tráfico de defensivos contrabandeados no Oeste do Estado são mato-grossenses. Sabe o nome, identidade e endereço. Até já recebeu da Justiça ordens de prisão e de busca e apreensão. O que falta é a designação de verba específica para a Operação, que inclui uso de aviões fretados e outros recursos.

Aplicações de defensivos da lavoura se adaptam à insegurança contra criminalidade

PULVERIZAÇÃO-TERRESTRE

De acordo com entidades do Mato Grosso, o prejuízo causado por roubos de defensivos agrícolas no Estado nas duas últimas safras é de R$20 milhões. A polícia de Estado recomenda que os produtores não armazenem este tipo de produto nas propriedades. Além dos danos materiais aos proprietários, os roubos provocam danos ao meio ambiente, por tabela: os produtos mais visados são fungicidas e herbicidas, que têm alto valor agregado e são pensados para minimizar o impacto ambiental, de acordo com o operador logístico Roberto Marcolan:

– Os produtos novos são de baixa dosagem por hectare e foram criados numa concepção mais moderna: menos agressão ao meio ambiente e aos seres humanos. Aplicados em menor volume, o custo por quilo ou por litro é mais caro.

Na região de Guiratinga (MT), ocorreram quatro casos desde o início de 2014. Uma das ações criminosas atingiu a propriedade do prefeito da cidade, subtraindo o equivalente a R$600 mil em produtos. Em entrevista, a delegada  do município, Lígia da Silveira Avelar, explica o modo de ação comum dos ladrões:

– Chegam na fazenda cerca de dez homens fortemente armados, entram na propriedade pelo começo da noite e permanecem várias horas. Não é qualquer defensivo que eles costumam levar; muitas vezes querem uma marca determinada e têm conhecimento do que querem. Tem um comprador ali determinado.

Diante dessa situação, como o produtor rural pode seguir com seu trabalho? As novas dinâmicas exigem maior organização, com tempo de aplicação reduzida para evitar a estocagem dos produtos. Confira mais detalhes no Canal Rural Na Estrada desta semana, que faz um Raio-X da logística dos defensivos agrícolas. Do Canal Rural.

Oeste Baiano

No Oeste baiano, o fenômeno se repete: os agricultores deixaram de estocar defensivos para não atrair a bandidagem. O governador Jaques Wagner, na abertura da Bahia Farm Show, acusou, de maneira indelicada, a receptação no próprio meio dos agricultores: “Os ladrões estão aqui mesmo no recinto da feira”, disse o Governador, ao anunciar que a Segurança Pública já tinha mandados de prisão para os principais quadrilheiros.

No entanto, os mandados não foram cumpridos porque a SSP não tinha verba para a operação, que incluía passagens aéreas para o cumprimento dos mandados de prisão em outros estados, um pouco mais de 50 mil reais.

Algumas prisões efetuadas em Luís Eduardo Magalhães foram resultado de pronto atendimento da Cipe Cerrado à ocorrência de roubo e só apanhou “peixes pequenos”. Entre os detidos estavam 4 “chapas”, operários que ajudam na carga e descarga de produtos, sem possibilidade de certificar-se da origem das mercadorias.