Reforma da previdência: volta às senzalas e aos cortiços em favor da Casa Grande

Foto: Renato Alves / MTE.

Para quem não entende o que está acontecendo com a indigna proposta do Governo Temer para a previdência, que arrocha trabalhadores do setor privado, ao ponto de que eles devem contribuir a vida toda e não estarão na face da terra para aproveitar de uma aposentadoria, quando suas forças e capacidade de trabalho fraquejarem.

Veja bem: hoje a média das aposentadorias do INSS para o setor privado é de apenas R$1.600,00. Enquanto no Governo, no Executivo, é de R$9.000,00; no Legislativo de R$28.000,00; no Judiciário, R$25.000,00 e, no Ministério Público, R$30.000,00.

O setor público gasta 115 bilhões de reais com a aposentadoria de apenas 1 milhão de pessoas. E o setor privado recebe do INSS 500 bilhões de reais para atender a pensão de 33 milhões de pessoas.

Mais: o famoso déficit da previdência é de 1,3 trilhão de reais para o 1 milhão de aposentados no setor público. E o déficit da previdência privada é de 450 bilhões de reais – praticamente 1/3 – para 33 milhões de pessoas.

A reforma da previdência torna-se assim um cruel programa de transferência de renda, da grande legião de operários, humildes e vulneráveis para uma casta de privilegiados e uma manobra política irretocável, enquanto infame, de recriar um regime de escravidão, com senzalas e cortiços, a serviço da Casa Grande, a burocracia corrupta e mal intencionada.