Operação Faroeste: Desembargador montou gabinete para coagir e monitorar adversários, diz delação de magistrada.

PGR denuncia ex-presidente do TJ da Bahia por posse ilegal de arma - Jornal  O Globo

Gesilvaldo Nascimento Britto, então presidente do TJ-BA

O primeiro acordo de delação premiada feito por uma desembargadora no país descreve o que, segundo ela, seria um órgão dentro do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) “com o objetivo de coagir e pressionar” quem não aderisse a um suposto esquema que envolvia venda de decisões judiciais.

A colaboração foi feita em meio à Operação Faroeste, tocada pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República, que investiga as suspeitas sobre vendas de decisões judiciais no país desde 2019 e já levou à prisão desembargadores, juízes e advogados.

Segundo os colaboradores, o órgão do TJ-BA que servia para coação era o Gabinete de Segurança Institucional, braço da estrutura do tribunal que, com ajuda da chefia da Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

A delação proposta pela desembargadora Sandra Inês Rusciolelli e por seu filho, Vasco Rusciolelli, foi validada pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Og Fernandes, relator da Faroeste, em junho.

Eles haviam sido presos em março do ano passado, após uma ação controlada da Polícia Federal conseguir registros de Vasco recebendo R$ 250 mil. Mãe e filho foram denunciados sob acusação da prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa.

A denúncia ainda não foi aceita e o processo está suspenso a pedido do Ministério Público.

Os colaboradores dizem que esse modo de atuação foi desenvolvido pelo ex-presidente da corte baiana Gesivaldo Britto, com participação direta do ex-secretário de Segurança Pública da Bahia Maurício Teles Barbosa.

Ambos têm negado ter cometido qualquer irregularidade. O advogado de Barbosa, Sérgio Habib, diz que o ex-secretário não integrava organização criminosa e só instaurava inquéritos quando era solicitado, e nunca de ofício (ou seja, nunca sem provocação externa).

Já a defesa de Gesivaldo diz que não se posicionará porque não teve acesso à integralidade da delação e de outros documentos.

Gesivaldo é apontado pela PGR como aliado do grupo do empresário Adailton Maturino, que se apresentava como cônsul da Guiné Bissau embora não tivesse autorização do Itamaraty para exercer o cargo. Ficou conhecido como “falso cônsul”.

Maturino, que está preso preventivamente desde 2019, tinha interesse em decisões relacionadas a terras no oeste da Bahia.

Já Maurício Teles Barbosa é delegado da Polícia Federal e chefiou a Secretaria da Segurança Pública baiana nas gestões de Jaques Wagner e do atual governador, Rui Costa, ambos do PT. Ele deixou o cargo em dezembro do ano passado, após virar alvo de busca e apreensão pela Faroeste.

O delegado também é apontado pelos investigadores como alguém que atuava pelo grupo do “falso cônsul”. Na delação, é dito que ele tinha participação direta no Gabinete, que servia como “braço armado e instrumento de coação e coerção contra quem contrariasse os interesses da Orcrim [organização criminosa]”.

No início de julho, a PGR apresentou uma denúncia que acusa Gesivaldo e Barbosa, entre outras pessoas, de integrarem organização criminosa. O ex-presidente do TJ-BA também foi denunciado sob acusação da prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Na delação, a desembargadora Sandra Inês afirma que sofria retaliações para dar decisões a favor do grupo de Gesivaldo. Segundo a magistrada, foi forjado um processo contra ela, sob a suspeita de prática do crime de “rachadinha” –devolução do salário de funcionário de gabinetes.

Os colaboradores citam como exemplo de pressão um suposto episódio em que o advogado de Barbosa telefona para o então secretário na presença da delatora, com o celular no viva-voz.

Na ligação, Barbosa teria afirmado que Gesivaldo e um assessor “cobravam diariamente” a solução de um inquérito contra ela.

Procurado, o advogado de Sandra Inês, Pedro Henrique Duarte, afirma que o procedimento sobre suposta “rachadinha” foi arquivado e foi feito em meio a perseguições que a desembargadora sofria.

Não é só na delação que ela cita o ex-secretário de segurança. O advogado Júlio Cesar Cavalcanti, que se tornou o primeiro delator da Faroeste, gravou conversas que teve com a desembargadora antes de ela ser presa.

Em uma ocasião, ela diz que o então secretário Barbosa “é daquele que faz a ‘grampologia’ todinha”. “E depois faz chantagem com as pessoas”, afirma Sandra Inês.

A denúncia, assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, diz que Barbosa tinha controle absoluto de investigações da Secretaria da Segurança Pública para garantir impunidade ao grupo de Adailton Maturino.

Depois da fase da operação que teve o secretário como alvo, em dezembro passado, a PGR aponta que o Sindicato dos Delegados de Polícia da Bahia divulgou comunicado “alegando que, desde 2011, Maurício Barbosa controla todas as investigações criminais sigilosas produzidas pela Polícia Civil da Bahia, bem como suas operações”.

Ele agia, segundo a nota do sindicato, “com antecipação de investigações, manipulação de dados obtidos no bojo de interceptação telefônica, conhecimento prévio de quebra de sigilo bancário e fiscal, com situações de vazamento desses conteúdos”.

Para apontar possível proximidade entre o Gabinete de Segurança Institucional do TJ-BA e Maurício Barbosa, a denúncia diz que o então chefe do órgão, um coronel da PM, foi exonerado quando Gesivaldo Britto saiu da presidência e, no mesmo dia, colocado para atuar em um cargo vinculado à chefia da Secretaria de Segurança Pública.

Em outro momento, um celular apreendido na operação aponta mensagens que mostram suposto monitoramento da circulação de adversário de Adailton Maturino dentro do TJ.

Procurado, Sérgio Habib, advogado de Maurício Teles Barbosa, afirma que seu cliente “não tem nada a ver e não tem nenhum envolvimento com a Operação Faroeste”. “Eles estão criando essa situação como uma forma de incriminar Maurício e isso vai ser provado dentro do processo”, afirma.

“Maurício, como secretário de Segurança, recebia os ofícios e tinha que instaurar os inquéritos, se ele não instaurasse cairia em prevaricação. Não tem crime. Ele tinha que instaurar os inquéritos”, diz Habib. “Sempre tinha provocação. Ele nunca agiu de ofício”.

“Não há esse Gabinete de Segurança Institucional, isso nunca existiu. Não há uma organização criminosa”, afirma. De acordo com Habib, o sindicato produziu aquela nota porque Maurício Barbosa “tinha uma relação meio conflituosa com a associação dos delegados”.

“O sindicato tinha uma política contrária e Maurício foi muito perseguido pelo grupo do sindicato. Tinham uma certa divergência”, afirmou. Ele acrescenta que o Ministério Público também participava das investigações.

O advogado de Gesivaldo Britto, Adriano Figueiredo, afirma em nota que não se posicionará no momento, “considerando que não foi obtido acesso à integralidade dos elementos de informação” mencionados na ação penal, como os acordos de colaboração premiada, e também porque não “houve ainda manifestação defensiva nos correlatos autos”.

A colaboração de Sandra Inês e de Vasco tem 39 anexos ao todo. Entre os citados  estão 12 desembargadores (incluindo uma aposentada) do TJ-BA e 12 juízes. Três desses desembargadores ainda não haviam sido citados anteriormente na investigação.

Além disso, são mencionados 15 advogados e 16 funcionários do TJ-BA. Há ainda mais de uma dezena de filhos e parentes de magistrados e de investigados que participaram, segundo a delação, de alguma das situações relatadas na colaboração.

Os delatores também citam ao menos um político com mandato no Congresso e empresários. Atualmente, ambos estão em prisão domiciliar em Salvador.

Desde o início da Faroeste, cuja primeira fase foi em novembro de 2019, outras três desembargadoras além de Sandra Inês foram presas preventivamente: a ex-presidente do TJ-BA Maria do Socorro Barreto Santiago e as magistradas Ilona Reis e Ligia Cunha. As três foram soltas, mas estão afastadas das suas atividades no tribunal e usam tornozeleira eletrônica.

OUTRAS OPERAÇÕES E ESCÂNDALOS QUE ENVOLVERAM O JUDICIÁRIO

Operação Naufrágio
Em 2008, prendeu três desembargadores, após suspeitas de venda de sentenças. Foram denunciadas 26 pessoas.

Operação Expresso 150
Investigação apurava suspeita de vendas de sentença por desembargador do Ceará. Segundo denúncia, um grupo negociava pelo WhatsApp decisões favoráveis a presos durante o plantão judiciário, nos fins de semana em que o magistrado estava escalado para atuar.

Operação Cosme
Em novembro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumpriram busca e apreensão ligados a desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas, em apuração sobre suposto recebimento de propina para influenciar na solução e no andamento de processos judiciais.

Operação Plantão
Operação sobre suspeita de venda de liminares levou ao afastamento de um desembargador do Rio de Janeiro. Ordem foi dada pelo ministro do STJ Luiz Felipe Salomão, egresso do Tribunal de Justiça do Rio.

Operação Appius
Fase da Lava Jato de São Paulo, a Appius cumpriu em 2019 busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente do STJ Cesar Asfor Rocha, aposentado em 2012. A intenção era investigar suspeita de pagamentos de propina com o objetivo de suspender e anular a Operação Castelo de Areia, considerada uma prévia da Lava Jato. A investigação acabou suspensa.

Caso Lalau
Protagonista de um dos maiores escândalos do Judiciário brasileiro, o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo Nicolau dos Santos Neto, que ficou conhecido como Lalau, foi condenado em 2006 com o ex-senador Luiz Estevão pelo desvio de quase R$ 170 milhões do Fórum Trabalhista de São Paulo. Ele morreu em 2020, aos 91 anos.

Por José Marques/Folhapress

Ministro do STJ, Og Fernandes, homologa acordo de delação no âmbito da Operação Faroeste

Ministro Geraldo Og Nicéas Marques Fernandes, o homem que está reformando a Justiça da Bahia.

Texto de Carlos Augusto, editor do Jornal Grande Bahia.

O acordo de delação premiada apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF), envolvendo o advogado Júlio César Cavalcanti Ferreira, foi homologado em 31 de março de 2020, pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes.

O documento apresenta a possibilidade de modificar profundamente o Poder Judiciário Estadual da Bahia, revelando relações escusas, que violaram o princípio da Justiça,

Conforme documento e relato de fonte do Jornal Grande Bahia (JGB), o criminoso confesso Júlio César apresentou 25 anexos ao Termo de Colaboração Premiada, sendo que em cada anexo são apontadas possíveis práticas criminais envolvendo empresários, grandes escritórios de advocacia, assessores, juízes e desembargadores que atuam no Estado.

Para consolidar a narrativa, o delator apresentou ampla documentação e diversas gravações dos diálogos estabelecidos com a rede de criminosos. Neste aspecto, pode-se antever que uma série de operações da Polícia Federal (PF) deve ocorrer, principalmente, em Salvador.

Júlio César é advogado e ex-servidor do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). Ele foi denunciado criminalmente na 1º fase do Caso Faroeste e encontra-se preso.

Veja no link Acordo de delação premiada de Júlio César Cavalcanti Ferreira

Veja aqui os primeiros resultados da delação de Júlio César.

Pedro Correa conta como FHC comprou a emenda da reeleição.

Pedro Correa: tentando não enfrentar os rigores do inverno de Curitiba. Foto de Brunno Covello.
Pedro Correa: tentando não enfrentar os rigores do inverno de Curitiba. Foto de Brunno Covello.

Delação do ex-deputado Pedro Correa, preso em Curitiba: Fernando Henrique Cardoso tinha um banqueiro no plenário da Câmara para distribuir cartões de propina para os deputados que acabavam de votar pela reeleição de FHC. De posse do cartão, os deputados procuravam um doleiro de Brasília e botavam a mão no dinheiro.

Reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” cita partes do acordo de colaboração premiada assinado entre o ex-deputado Pedro Correa e o Ministério Público Federal. A TV Globo confirmou que esses trechos divulgados fazem parte da delação do ex-deputado.

Um dos anexos desse acordo de delação, segundo o jornal, é intitulado “mesada de Augusto Nardes”.

Nardes é ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com a reportagem, Correa afirmou que, entre 2003 e 2005, quando Nardes era deputado federal pelo Partido Progressista, o PP, ele estava entre os nomes da bancada da Câmara que recebiam propina arrecadada pelo  deputado José Janene, morto em 2010, junto à Petrobras e a outros órgãos com diretorias indicadas pelo PP.

Segundo o portal G1, da Globo,  Pedro Correa apresentou uma lista de operadores de propina e incluiu o nome de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, e uma de suas principais assessoras, como a responsável por conduzir movimentações financeiras ligadas ao tucano.

A citação à irmã de Aécio é a primeira numa lista que inclui nomes como Marcos Valério, operador do mensalão, e Benedito Oliveira, investigado na Operação Acrônimo, que apura suspeitas de irregularidades na campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais em 2014.

A “Folha de S.Paulo” diz ainda que a delação do ex-deputado tem um anexo sobre o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem como foco a votação que aprovou a emenda constitucional da reeleição em 1997.

Segundo o relato, o ex-presidente contou com apoio financeiro do empresariado para aprovar o projeto da reeleição.

O então presidente do conselho de administração do Banco Itaú, Olavo Setubal, morto em 2008, é mencionado como alguém que ajudou FHC.

O ex-deputado disse, segundo jornal, que Olavo Setubal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro de Brasília e recebessem propinas em dólares americanos.

A delação do ex-deputado Pedro Correa tem pouco mais de 70 anexos, cada um com um tema. Segundo o jornal, cinco desses anexos se referem à presidente Dilma Rousseff e outros cinco ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nardes, um arenista no TCU

João Augusto Ribeiro Nardes, gaúcho e produtor rural de Santo Ângelo, iniciou sua carreira política aos 21 anos, quando se tornou vereador pelo partido do governo militar, a partir do golpe de 64, o ARENA. Desde então, passou a deputado estadual pelo PDS, sigla sucessora do ARENA, em 1986, e já em democracia vigente no Brasil, 1990, foi reeleito pelo PPR, um dos braços do ARENA que tinha como liderança Paulo Maluf.

O partido se tornou PPB e, depois, o que até hoje é denominado como PP (Partido Progressista). Por essas siglas, Nardes foi deputado federal de 1994 a 2005, quando renunciou para assumir a cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU).

Em sua primeira passagem como réu no Supremo Tribunal Federal (STF), Nardes foi processado em agosto de 2004 por crime eleitoral, peculato e concussão, por omissão de declaração em prestação de contas, quando concorreu à deputado federal, na Ação Penal 363 (http://bit.ly/1PjRYfA). Na época, o ministro relator Marco Aurélio acatou a sugestão do então procurador-geral da República, Claudio Fonteles, propondo um acordo com Augusto Nardes, por não possuir antecedentes criminais

Te segura, PMDB! Fernando Baiano aceitou delação premiada.

Fernando Baiano

O lobista Fernando Baiano resolveu aceitar o acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e vai contar o que sabe sobre o esquema de corrupção da Operação Lava Jato. Visando reduzir as penas dos processos que responde na Justiça Federal, Baiano tem prestado diversos depoimentos. Ele está preso há quase 10 meses.

O  lobista é apontado por procuradores como operador do PMDB no esquema – o partido nega as acusações. Neste papel, segundo o MPF, ele atuava na negociação de propinas e na distribuição de dinheiro que saía da estatal para os envolvidos nos crimes.

Em um dos depoimentos que tem prestado, Baiano falou sobre a Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Levantamento do Tribunal de Contas da União afirma que a compra da refinaria resultou em prejuízo de US$ 792 milhões para a Petrobras. O ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que é delator, afirmou ter recebido US$ 1,5 milhão de Baiano para não causar problemas na reunião de aprovação de compra da refinaria.

E se pega a moda da delação premiada?

E se os dois candidatos, Aécio e Dilma, recorrerem, também eles, à delação premiada, antecipada às denúncias que ainda vão rolar até o dia 26? Eles poderiam entregar pequenas e grandes sujeiras no Governo de Minas Gerais e na Presidência da República. Os eleitores poderiam ficar sabendo, por exemplo, sobre a identidade do dono dos 450 kg de cocaína que a Polícia Federal apreendeu num helicóptero em Minas. Ou sobre as barbaridades que se repetem no DNIT e no Ministério das Cidades. Está aí uma moda que poderia pegar: em vez do tradicional “não sei de nada” ou “não existem provas consistentes”, quem sabe um mea culpa público?

Tudo em família: filha do mensaleiro preso contrata amante do doleiro preso

Aline Correa
Aline Correa

A deputada Aline Corrêa (PP-SP), filha do ex-deputado mensaleiro e presidiário Pedro Corrêa,  nomeou como assessora parlamentar uma amante do doleiro Alberto Youssef, segundo reportagem de Andreza Matais para o jornal O Estado de S. Paulo. E nem precisava dar expediente em Brasília: “trabalhava” em São Paulo, onde Youssef vivia até ser preso pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato.

A quebra do sigilo telefônico de Youssef pela CPI mista da Petrobrás revelou a proximidade da ex-assessora parlamentar com o doleiro. Entre 2010 e 2013 há o registro de 10.222 telefonemas entre os dois, uma média de sete contatos por dia. ”Nós tínhamos uma relação extraconjugal. Então, namorado conversa muito mesmo”, diz Taiana.

A nomeada, Taiana de Sousa Camargo, confirma que foi  apresentada à deputada por Youssef:  ”Ele me apresentou e pediu que me arrumasse um emprego. O Alberto era amigo do pai da deputada, conhecia toda a família”.

Ela ganhava R$ 1.690 por mês entre 2010 e 2013. A deputada amiga do megadoleiro recebeu R$ 350 mil de doação na sua campanha de 2010 a partir de uma solicitação de Youssef, preso acusado de vários crimes, entre eles um esquema de corrupção envolvendo a Petrobrás. Taiana foi intimada a depor no inquérito da Lava Jato, mas a data ainda não foi agendada.

No processo consta que ela ganhou dois apartamentos em bairros nobres de São Paulo e três restaurantes de presente para ela. Taiana afirmou que ganhou os bens de presente. A quebra de sigilo telefônico de Youssef também mostra mais de três mil conversas do doleiro com sua mulher, Joana Darc Fernandes Youssef. Entre 2010 e 2013 foram 3.247 chamadas. Editado pelo site Diário do Poder.

O advogado de Youssef afirmou ao Estadão que o depoimento de delação do doleiro será completo, geral e irrestrito. E que teme uma condenação de até 200 anos – antes da redução da pena – para seu cliente. O depoimento deve atingir políticos e empresários de grande e médio porte em todo o País. Com um apimentado tempero baiano. Pena que tudo isso só venha ao lume depois das eleições. A alegria do palhaço é ver o circo pegar fogo, mas tudo indica que o julgamento do STF sobre o mensalão, passe para um desonroso segundo lugar, após a denúncia do Ministério Público Federal.

O grande e maluco poeta Cazuza foi profético: “Transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro”.

Ui! Agora a casa cai. Delator entrega 33 políticos para a Polícia Federal

delator

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, delatou pelo menos 32 deputados e senadores e um governador em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira. Eles receberiam 3% de comissão do valor de cada contrato firmado pela Petrobrás durante a sua gestão. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

O ex-diretor relatou a formação de um cartel de empreiteiras dentro da Petrobrás. Segundo ele, cinco partidos políticos eram beneficiários de recursos desviados por meio de comissões em contratos arranjados. Ainda de acordo com Costa, os desvios nos contratos envolveriam desde funcionários do terceiro escalão até a cúpula da empresa, durante sua gestão – entre 2004 e 2012.

Como os políticos tem foro privilegiado, os depoimentos serão remetidos para a Procuradoria Geral da República, que só irá receber a documentação ao final do processo de delação.

Paulo Roberto está prestando depoimento em regime de delação premiada para obter perdão judicial. O número de políticos mencionados ainda pode aumentar até o final do processo, que começou no dia 29 de agosto. Ele é réu da Operação Lava-Jato que desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na Petrobrás. Com edição de Zero Hora.

Penitencias dobradas e redobradas em todo o País

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Tem político na Bahia rezando, ajoelhado em grãos de milho, pedindo a Deus que o Paulo Roberto Costa, o assaltante da Petrobras, só comece a falar depois de 5 de outubro. Faltam mais de 40 dias. Vai que esse coitadinho que só roubou R$10.000.000.000,00 da Petrobrás resolve divulgar toda a lista, de pequenos e grandes propineiros da Nação.

A delação premiada de Paulo Roberto Costa pode interromper eleições?

Paulo Roberto, em Foto de Luiz Marenco, da Folhapress
Paulo Roberto, em foto de Luiz Marenco, da Folhapress

Por Mario Cesar Carvalho, da Folha de São Paulo

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou fazer na tarde desta sexta-feira (22) um acordo de delação premiada com procuradores que atuam na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, para deixar a prisão.

Costa é considerado uma bomba política pelos contatos que tinha. Ele foi indicado em 2004 para a diretoria da Petrobras pelo PP, obteve posteriormente o apoio do PT e tinha trânsito no PMDB. Ao mesmo tempo, tinha contato com a cúpula das maiores empreiteiras do país. Ficou no cargo até 2012.

Ele teria dito na prisão que se contasse tudo o que sabe à Justiça não haveria eleições neste ano.

A decisão sobre a delação ocorreu no mesmo dia em que a Justiça autorizou operações de busca e apreensão em 13 empresas no Rio de Janeiro que pertencem a uma filha, um genro e um amigo de Costa.

Delação premiada ou colaboração com a Justiça é um recurso no qual um réu fornece informações para a Justiça em troca de uma pena menor. No caso de Costa, sua família quer que ele deixe a prisão o mais rapidamente possível.

Uma nova advogada, especializada em delação premiada, foi enviada pela família a Curitiba para discutir os termos da delação. Beatriz Catta Preta, a defensora escolhida pelos familiares, já cuidou da colaboração dos doleiros Raul Srour e Richard Andrew de Mol van Otterloo.

O advogado que defendia Costa, Nelio Machado, deixou o caso por discordar da estratégia da família. “A defesa do Paulo Roberto é absolutamente viável. Estão trocando uma defesa certa por uma aventura”, disse Machado à Folha.

O ex-diretor da Petrobras foi preso pela segunda vez no dia 11 de junho, após as autoridades da Suíça informarem a Justiça brasileira que ele tinha contas com US$ 23 milhões naquele país. Ele havia sido preso inicialmente em 20 de março sob acusação de ocultar provas, mas foi liberado 59 dias depois por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

Costa foi diretor da Petrobras no período em que a estatal começou uma de suas maiores obras, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que já consumiu US$ 18,5 bilhões (R$ 42,2 bilhões). A construção de Abreu e Lima estava subordinada à diretoria ocupada por Costa na Petrobras.

Ele é réu em um processo sob acusação de ter superfaturado contratos da refinaria e o valor a mais pago teria retornado a ele como propina. O doleiro Alberto Youssef, preso junto com Costa, é acusado de cuidar da lavagem do dinheiro recebido como suborno.

Na única entrevista que deu após a sua primeira prisão, à Folha, Costa negou que houvesse superfaturamento e suborno em contratos da Petrobras.

A Folha revelou no dia 10 de agosto que Youssef também queria colaborar com a Justiça por não ver saída jurídica para o seu caso tamanha é a quantidade de provas contra ele.

O doleiro é réu em 12 processos e pode ser condenado a mais de cem anos de prisão. No caso de Youssef, porém, havia resistência dos procuradores porque eles não confiam no doleiro e já tinham documentos para provar uma plêiade de crimes contra ele.

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Paulo Roberto Costa, da Petrobras, o homem-bomba prestes a explodir

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O jornalista Claudio Humberto, do portal Diário do Poder,  afirma que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, fará delação premiada para reduzir sua pena e livrar familiares, que também vêm sendo investigados na Operação Lava Jato; segundo ele, foi levado de volta à PF, porque, no presídio comum, “poderia ser alvo de queima de arquivo”.

As maiores empreiteiras do País estão com comitês de crise montados, neste momento, em seus quartéis-generais. O motivo é que o maior homem-bomba do País acendeu seu pavio. Dono de 36 pen drives em poder da Polícia Federal, nos quais fez anotações detalhadas sobre os negócios em que atuou como diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa registrou nomes de executivos com os quais se relacionou, os tipos de problemas que trataram e as “soluções” encontradas. As primeiras explosões em cima dessa lista podem ser feitas por Costa dentro da própria Petrobras, que o chamou para falar numa comissão interna de apuração.

Mas PR, como o preso já é conhecido na Polícia Federal, em razão das rubricas que fazia sobre seu nome nos documentos apreendidos, pode ir muito mais além.

A delação premiada e a entrada no programa nacional de proteção a testemunhas estão nos planos do ex-diretor preso. Ele se sente absolutamente inseguro e vazou um novo bilhete, o segundo, relatando pressões e ameaças ali. Ele chegou a ser transferido para um presídio comum, mas retornou à PF em razão de risco de morte por ‘queima de arquivo’. A filha e o cunhado de Costa foram indiciados em inquérito por suspeita de queima e extravio de documentos. PR não tem muito a perder.

O advogado e ex-ministro Marcio Thomaz Bastos está advogando para a Camargo Corrêa, empreiteira mais atingida pela Operação Lava Jato.

Bastos avisou os sócios da companhia que o material em poder da PF é absolutamente explosivo. A empresa já se prepara para enfrentar o pior. Em março de 2009, na Operação Castelo de Areia, a Polícia Federal tomou a sede da empreiteira em São Paulo e prendeu quatro diretores e três secretárias, além de três homens apontados como doleiros. A história pode se repetir a qualquer momento.