Em nota, Delcídio desmente manchete do Estadão

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“O conteúdo da matéria não é verdadeiro e os documentos que a ilustram não são autênticos, pois não tem conexão com depoimentos ou manifestações do Senador Delcidio”, diz nota assinada pelo advogado Antônio Figueiredo Basto.

“Repudiamos a espetacularização criminosa e indecente da investigação federal, em matéria que mescla mentiras e maledicências, com a finalidade deliberada de envenenar consciências e estimular na sociedade um ambiente de apreensão”.

O advogado nega o conteúdo da reportagem sobre propinas em Belo Monte para a campanha da presidente Dilma Rousseff e a manchete do jornal Estado de S. Paulo.

Veja a nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Sobre os fatos e documentos divulgados pela revista “Isto é”, em data de 11/03/2016, versando sobre suposta colaboração processual do Senador Delcidio do Amaral Gomez, temos a esclarecer o seguinte:

O conteúdo da matéria não é verdadeiro e os documentos que a ilustram não são autênticos, pois não tem conexão com depoimentos ou manifestações do Senador Delcidio. Portanto, não podem, e não devem, ser considerados como idôneos à configurar provas ou indícios contra qualquer pessoa;

Repudiamos a espetacularização criminosa e indecente da investigação federal, em matéria que mescla mentiras e maledicências, com a finalidade deliberada de envenenar consciências e estimular na sociedade um ambiente de apreensão. Fomentando, ainda, o descrédito das Instituições, atingindo a honra e a imagem das pessoas;

Divulgar fatos e expor pessoas, de forma tão irresponsável, não contribui em nada para o esclarecimento da verdade.

Deste modo, tomaremos as medidas judiciais e legais, para restaurar a verdade.

ANTONIO AUGUSTO FIGUEIREDO BASTO

Advogado do Senador Delcídio do Amaral Gomez

Mentiras em sequencia, reprodução na internet sem nenhuma ponderação e certeza sobre o conteúdo, apenas repetindo como macacos amestrados, pode levar a tragédias sem precedentes. Repita uma inverdade mil vezes e ela se tornará verdade e senso comum.

As inverdades da revista “Isto é” sobre Delcídio não duraram 24 horas

A defesa do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) divulgou nota pública em que “não confirma” as informações publicadas em reportagem de hoje (3) da revista IstoÉ. A reportagem diz que o parlamentar firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

“À partida, nem o senador Delcídio, nem sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco. Não conhecemos a origem, tão pouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto”, diz a nota assinada pelo advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto e pelo próprio senador.

Senador Delcídio do Amaral (Wilson Dias/Agência Brasil)
Senador Delcídio do Amaral divulga nota e não confirma delação premiada – Wilson Dias/Agência Brasil

A nota diz ainda que Delcídio não foi procurado pela reportagem da IstoÉ para se manifestar sobre “a fidedignidade” dos fatos relatados. E conclui dizendo que “o senador Delcídio do Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República”.

A reportagem da revista diz que, na delação premiada, Delcídio teria feito denúncias contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a revista, o senador teria informado que procurou a família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró por determinação de Lula para tentar impedir que Cerveró firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público em outubro do ano passado. De acordo com a revista, a Dilma Rousseff teria interferido nas investigações da Operação Lava Jato.

Sobre se teria firmado um acordo de delação premiada, a defesa e o Senador não mencionam. Se de fato existir, e para ser válido, o acordo precisa da homologação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, responsável pelos inquéritos da Lava Jato na Corte. Depois disso, Delcídio ainda terá que apresentar provas do que disser no âmbito da delação premiada. Da Agência Brasil.

A “Isto é” não é uma revistinha. Tem um tiragem de cerca de 350 mil exemplares, com o que deve obter mais ou menos 700 mil eleitores. Não deve e não pode sair por aí propagandeando inverdades, com o claro intuito de fortalecer a ideia de um levante que as oposições tentam organizar para o próximo dia 13.

Mesmo que a delação fosse verdadeira, só um ministro do STF poderia homologá-la. Então o que é apresentado como jornalismo investigativo não passa de jornalismo juvenil e mal intencionado.