Crime virtual de Riachão das Neves pode ter prisões nas próximas horas

Crime teve repercussão na Capital, depois de divulgado pela TV Bahia. Abaixo, Cleonice, uma das mães indignadas.

O delegado Rivaldo Luz, coordenador da 11ª Coorpin, diz que o crime é grave, inafiançável, com pena de prisão de até 5 anos. A Polícia está empenhada na prisão do autor ou autores.

Vinte e sete crianças e jovens tiveram suas fotos divulgadas na internet, acompanhadas de músicas com letras pornográficas, na cidade de Riachão das Neves, no oeste da Bahia. O caso é investigado pela Polícia Civil.

Segundo a polícia de Riachão das Neves, as vítimas do crime virtual têm entre 11 e 25 anos. No vídeo, as vítimas tiveram suas imagens publicadas em aplicativos de mensagens com frases ofensivas e palavras de baixo calão.

Outra vítima, de 20 anos, e que também não quis revelar a identidade, conta que tem duas filhas crianças, e a divulgação das fotos causou constrangimento não só para ela, mas para os familiares.

“No meio do vídeo eu me deparei com minha foto que eu tinha postado um dia antes. Eu fiquei abismada, me senti chocada, porque logo em seguida todo mundo começou a me mandar mensagem, falando desse vídeo, comentando. E minha família ficou constrangida, até porque eu tenho duas filhas e isso mancha a nossa imagem”, reclamou.

A lavradora Cleonice Silva, mãe de duas das jovens que aparecem no vídeo, uma de 13 e outra de 16 anos, ficou incomodada com a situação.

“Minha menina tem apenas 13 anos, a outra é mais velha, vai fazer 16. Tem meninas de até 11 anos nesse vídeo e todas elas andam em casa, só saem na companhia dos pais, na maioria. Então isso é um descaso com as meninas da cidade e alguém tem que fazer alguma coisa”, reclamou Cleonice.

De acordo com o delegado Rivaldo Luz, coordenador de Polícia da região, a criação, divulgação e compartilhamento de vídeos com o objetivo de depreciar pessoas e com conteúdo pornográficos é crime.

“Crime previsto no Código Penal, no artigo 218 C, com pena de reclusão de 1 a 5 anos e não cabendo fiança. É um crime alto, com pena e com causa irreparáveis para as vítimas”, disse Rivaldo Luz.

Tanto o Ministério Público como a Polícia Judiciária estão determinados a resolver o caso nas próximas 24 horas, prendendo os responsáveis pela publicação.

Imagens TV Bahia e G1

Operação “Algodão Doce”: desvio de cargas, lavagem de dinheiro e sonegação

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Clóvis preso no complexo policial de Barreiras
Clóvis preso no complexo policial de Barreiras

Nesta terça-feira, 03, foi encaminhada a remessa dos autos do Inquérito Policial à Justiça, sob a presidência do delegado Carlos Ferro, titular da delegacia de polícia de São Desidério e com apoio do delegado de Luís Eduardo Magalhães, Rivaldo Luz, ambas cidades localizadas no Oeste da Bahia, concluindo assim, as investigações da Operação ‘Algodão Doce’, cujas investigações, culminaram nas prisões de um empresário e do ex-funcionário de uma empresa beneficiadora de algodão em plumas, localizada no distrito de Roda Velha, zona rural de São Desidério, desbaratando desta forma, um esquema de desvio de cargas, que causa prejuízo superior a R$ 3.000.000,00.

Segundo o delegado Carlos Ferro, “as investigações apontaram Clóvis Kardekis Plácido, como operador do ‘esquema’ de desvio de pluma de algodão, até porque, abusando da confiança que a vítima lhe depositava, diante da relação empregatícia, liberava as cargas de pluma de algodão do interior de uma beneficiadora de algodão localizada em Roda Velha, sem emissão de notas fiscais”.

Segundo consta, as cargas de plumas de algodão, avaliadas em noventa mil reais eram transportadas por caminhões até a divisa do estado da Bahia, onde recebiam notas fiscais ‘frias’, e ou simplesmente, passavam para outro estado da federação, para depois seguirem viagem e abastecerem as empresas têxteis, principalmente, no estado de São Paulo.

Outro envolvido no crime, Joice Karine Seibert, companheira de Clóvis, que se encontra foragida (prisão preventiva decretada), teve seus bens sequestrados e bloqueados pela Justiça, mediante representação do delegado, como forma de ressarcir à vítima dos prejuízos advindos da prática criminosa.

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Com a venda do algodão em pluma, ambos adquiriram inúmeros bens moveis e imóveis, dentre os quais, um GM/S10, de cor prata, ano 2014, placa OZK-5260, um GM/Cruze, de cor branca, placa PJA-9700, além de um terreno situado na Rua Vila Lobos, nº 1.225, QD. 70, LOTE 4, bairro Jardim Paraíso, na cidade de Luís Eduardo Magalhães, onde foi edificada uma Casa.

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Com o objetivo de ocultar e dissimular a natureza dos bens e valores provenientes da infração penal, Clóvis teria enviado sucessivas remessas de dólares para o exterior. Na oportunidade, adquiriu uma casa no estado da Flórida, em um condomínio de alto padrão, em Orlando, avaliada em U$ 412.000,00.

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As investigações apontam ainda, que o empresário de Luís Eduardo Magalhães, dono de uma transportadora, Josias Oliveira Cruz, teria participação direta em apenas nove dos 37 furtos investigados até agora. O empresário confessou na delegacia de polícia, ter recebido aproximadamente R$ 500.000,00 com a venda da pluma de algodão, junto às empresas têxteis do Estado de São Paulo.

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O advogado entrou com um pedido de liberdade do empresário na Comarca de São Desidério, acatado apenas com o direito de liberdade provisória. Ele foi solto após pagamento de fiança no valor de R$ 78.400,00. Dinheiro, que segundo o Delegado, será convertido em favor da vítima ao final do processo, como forma de amenizar os prejuízos causados com o crime.

O delegado Carlos Ferro ficou satisfeito com a celeridade do Ministério Público e Judiciário durante a operação. “Foram imprescindíveis às atuações desses órgãos, que agiram rapidamente, dentro da mais restrita legalidade, durante a análise das representações formuladas e brilhantemente, de forma eficaz, foram deferidas e cumpridas prisões temporárias, prisões preventivas, buscas, apreensões, sequestro e bloqueio de bens, dos indiciados”.

Após análise dos documentos e computadores apreendidos com os indiciados, a Polícia Civil diz ter identificado um golpe milionário, que estaria sendo cometido por grandes e pequenos produtores rurais, pelo qual foi gerado outro inquérito policial, revelando traços marcantes e consistentes da existência, além do modo de atuar, de um grupo de indivíduos com um único objetivo, o não recolhimento de ICMS mediante a venda de pluma de algodão, sem a emissão de notas fiscais, vindo a causar prejuízos incalculáveis na população baiana, gerando prejuízos à saúde, educação e segurança pública.

Relógios caríssimos, identificados em fotos de arquivos pessoais de Clóvis.
Relógios caríssimos, identificados em fotos de arquivos pessoais de Clóvis.
O carro usado por Clóvis nos EUA, provavelmente alugado.
O carro usado por Clóvis nos EUA, provavelmente alugado.

Depõe o causador do acidente com o estudante Eduardo Soares.

Foto do arquivo pessoal de Eduardo.

O comerciante de vidros Edinei Ferreira de Lima, 35 anos, que colidiu com a moto do estudante Eduardo Soares na madrugada do último sábado, causando-lhe graves ferimentos, prestou depoimento, hoje, ao delegado Rivaldo Luz e entregou, para exame da perícia, a VW Saveiro que pilotava. Edinei deverá ser indiciado por tentativa de homicídio e omissão de socorro, mas se o estudante vier a falecer, pois seu estado é desesperador, será acusado de homicídio doloso, aquele em que a parte perpetrante tem a intenção de matar.

Edinei, natural de Umuarama, Paraná, tem um antecedente de acidente grave no trânsito, com capotamento na BR-242, quando sua acompanhante feriu a cabeça. Negou que estivesse dando um cavalo-de-pau na hora da colisão, mas confessou que tinha feito uma dessas manobras na praça central da cidade, minutos antes da colisão. A Saveiro de sua propriedade apresenta danos em uma das laterais. Edinei disse que não tinha bebido ou ingerido qualquer tipo de estupefaciente na oportunidade e que não trafegava a mais de 60 kms por hora no momento da colisão.

Sobre a omissão de socorro, afirmou que tentou avisar a Polícia do ocorrido, mas que não obteve contato. E que evadiu-se do local por medo de passantes que ficaram indignados com o ocorrido.