O deputado federal pelo PCdoB-SP, Orlando Silva, produziu uma longa sequência de mensagens no Twitter, abordando o temor do presidente da República com o início da investigação nesta terça-feira (27).
As palavras do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) têm consenso com a opinião de outros parlamentares e jornalistas.
“Bolsonaro é um leão banguela”, diz no texto referindo-se às ameaças feitas pelo presidente, que seriam uma forma de dizer que ele ruge, mas não pode fazer nada sobre o que está a caminho. “Está tremendo de medo da CPI”, diz.
A verdade é uma só: Bolsonaro está se tremendo de medo da CPI da Pandemia, que será instalada amanhã. Com tantos erros de condução, a Comissão tem elementos de sobra para tirar o sono do Planalto.
Conforme esperado, as movimentações juvenis da tropa de choque bolsonarista deram em nada. Com craques como Zambelli e Silveira no time, perder de goleada é garantido. Teremos @OmarAzisSenador @renancalheiros @randolfeap no comando. Bolsonaro acusou o golpe e fez a cena usual.
No AM, posou de valente e falou em Exército na rua contra governadores. Puro jogo de cena. Bolsonaro é um leão banguela, não tem apoio fardado, político ou social para quarteladas. O que lhe importa é narrativa de quem tem força, o que anima a ala psiquiátrica dos apoiadores.
Quais novidades? O depoimento de Fabio Wanjgarten, que é uma assunção de culpa do governo pelo boicote à compra da vacina da Pfizer; e os 23 pontos levantados pela Casa Civil, que, a pretexto de preparar aliados, acabou soando como desespero de quem está nu em praça pública.
A cada movimento, o governo revela mais fraqueza. A pesquisa Exame/Ideia de sexta-feira acendeu a luz vermelha: o piso de 1/3 de apoio cedeu e já se aproxima perigosamente dos 20%. A rejeição roça os 60%. Meses de execração pública na CPI podem ser fatais. Bolsonaro sabe.
Daí que que a única alternativa seja reafirmar o caminho e “trincar os dentes” para atravessar o maremoto. Não é por lealdade que Bolsonaro voltou a afagar Pazuello. O presidente sabe que se o ex-ministro falar a verdade sobre as vacinas, sua cabeça ficará a prêmio.
É cada vez mais nítido que se apostou na imunidade de rebanho, levando milhares à morte. A essa altura, o desespero de Bolsonaro é não permitir que essa tese prevaleça, pois resultaria reconhecer crimes contra a Humanidade cometidos. Não é mais só 2022, mas o TPI que preocupa.
Lunáticos convocaram manifestação de apoio ao Genocida. Não há como ser bom: se reunir reses suficientes, será o show de horrores já conhecido; se o gado for pouco, será um atestado de fraqueza passado em cartório. Pode ser o baile da Ilha Fiscal ou o dia de luto do Collor.
Na Câmara, as batalhas serão de resistência, redução de danos. Primeiro, brecar a reforma administrativa, pauta dos mercados que tem a lógica fiscalista e de punição aos servidores públicos. A luta começa hoje na CCJC, mas se estenderá em comissão especial e no plenário.
Outra frente será impedir a criminosa privatização dos Correios. A empresa deu 1,5 bilhão de lucro líquido em 2020, tem infra em todo território nacional e, com a expansão das compras on line, virou uma galinha dos ovos de ouro. Agora é alvo da cobiça da rapinagem. Resistiremos!“